O programa nacional de biodiesel é hoje uma realidade em constante adaptação e estruturação, até porque não poderia ser diferente, haja vista a sua tão recente criação e implementação feita em tempo “record”, mérito dos empresários brasileiros, que entenderam e atenderam a convocação do governo para gerar mecanismos de combate aos efeitos negativos nas questões ambientais do uso de combustíveis fósseis e a necessidade urgente da produção de um substituto ambientalmente viável. Aliado a isso, a disponibilidade de alternativas de matérias-primas para o processamentoexplicariam os triunfos do projeto do biodiesel. Este contexto promissor tornou o biodiesel uma ótima opção para agregar valor a produtos tradicionais, como a soja.
Apesar do incentivo do governo para a produção de biodiesel usando mamona e dendê como uma forma de inclusão social, e da disponibilidade de diversas matérias-primas para o processamento, temos visto que a principal oleaginosa usada, hoje, para produção de biodiesel é a soja. A razão disso é muito simples de se entender: Apesar de o grão de soja conter apenas 18% de óleo, exigindo mais área que outras oleaginosas, por exemplo, enquanto a soja produz 600kg de óleo por hectare, o dendê produz 6.000kg, o que exige apenas 10% da área para produzir a mesma quantidade de óleo, o agronegócio da soja é o mais bem estruturado para atender esta grande demanda gerada em tempo tão curto, pois é a cultura com maior organização da cadeia produtiva, com sistema de produção dominado, mercado estabelecido e diversificado, grande capacidade de resposta e muito adequado às condições de clima e solo, conta com uma produção expressiva e com preços competitivos muito bons em relação às outras opções. Portanto, nos próximos anos, dificilmente a soja será superada como fornecedora de matéria-prima do biodiesel.
Com relação à pesquisa da soja como fonte de biodiesel um dos principais aspectos positivo, apontam os pesquisadores, é que o grão tem alta capacidade de resposta a induções de mercado, no curto prazo. Se o mercado exigir a semeadura de mais um milhão de hectares a cada ano, durante os próximos 15 anos, o setor responderá tranqüilamente, sem sobressaltos. Outro ponto positivo, é que na técnica da produção de biodiesel a partir da soja já é possível fazer sem a utilização do hexano, um elemento altamente poluidor e utilizado tradicionalmente para extrair triglicérides de óleos vegetais a partir da matéria-prima bruta, antes da fabricação do biodiesel. No caso da soja, o ciclo de extração é fechado, ou seja, o hexano extrai o óleo da soja, depois o óleo é separado do hexano, que é utilizado novamente para extrair óleo da soja. O hexano nunca é perdido no processo.
No que se refere à geração de empregos, observa-se que a opção pelo biodiesel de soja não é a mais apropriada, sobretudo quando comparada com a produção de biodiesel de outras oleaginosas, como é o caso da mamona. Uma usina moderna de beneficiamento de soja, com capacidade de esmagamento de 2,5 t/dia, pode empregar 40 pessoas e o acréscimo, de 2.500.000 t/ano geraria em torno de 11.000 empregos; enquanto a produção de biodiesel de mamona tem como meta prevista pelo Governo Federal para 2010 assentar 153 mil famílias e gerara 1.350.000 empregos em toda a cadeia produtiva do biodiesel. Esta meta é resultado de uma projeção da capacidade de produção de 1.500.000 t/ano de biodiesel de mamona que permitirá uma mistura de até 5% ao diesel. Dessa forma, tomando-se como referência a mamona, o biodiesel de soja não tem sustentabilidade social.
Apesar do incentivo do governo para a produção de biodiesel usando mamona e dendê como uma forma de inclusão social, e da disponibilidade de diversas matérias-primas para o processamento, temos visto que a principal oleaginosa usada, hoje, para produção de biodiesel é a soja. A razão disso é muito simples de se entender: Apesar de o grão de soja conter apenas 18% de óleo, exigindo mais área que outras oleaginosas, por exemplo, enquanto a soja produz 600kg de óleo por hectare, o dendê produz 6.000kg, o que exige apenas 10% da área para produzir a mesma quantidade de óleo, o agronegócio da soja é o mais bem estruturado para atender esta grande demanda gerada em tempo tão curto, pois é a cultura com maior organização da cadeia produtiva, com sistema de produção dominado, mercado estabelecido e diversificado, grande capacidade de resposta e muito adequado às condições de clima e solo, conta com uma produção expressiva e com preços competitivos muito bons em relação às outras opções. Portanto, nos próximos anos, dificilmente a soja será superada como fornecedora de matéria-prima do biodiesel.
Com relação à pesquisa da soja como fonte de biodiesel um dos principais aspectos positivo, apontam os pesquisadores, é que o grão tem alta capacidade de resposta a induções de mercado, no curto prazo. Se o mercado exigir a semeadura de mais um milhão de hectares a cada ano, durante os próximos 15 anos, o setor responderá tranqüilamente, sem sobressaltos. Outro ponto positivo, é que na técnica da produção de biodiesel a partir da soja já é possível fazer sem a utilização do hexano, um elemento altamente poluidor e utilizado tradicionalmente para extrair triglicérides de óleos vegetais a partir da matéria-prima bruta, antes da fabricação do biodiesel. No caso da soja, o ciclo de extração é fechado, ou seja, o hexano extrai o óleo da soja, depois o óleo é separado do hexano, que é utilizado novamente para extrair óleo da soja. O hexano nunca é perdido no processo.
No que se refere à geração de empregos, observa-se que a opção pelo biodiesel de soja não é a mais apropriada, sobretudo quando comparada com a produção de biodiesel de outras oleaginosas, como é o caso da mamona. Uma usina moderna de beneficiamento de soja, com capacidade de esmagamento de 2,5 t/dia, pode empregar 40 pessoas e o acréscimo, de 2.500.000 t/ano geraria em torno de 11.000 empregos; enquanto a produção de biodiesel de mamona tem como meta prevista pelo Governo Federal para 2010 assentar 153 mil famílias e gerara 1.350.000 empregos em toda a cadeia produtiva do biodiesel. Esta meta é resultado de uma projeção da capacidade de produção de 1.500.000 t/ano de biodiesel de mamona que permitirá uma mistura de até 5% ao diesel. Dessa forma, tomando-se como referência a mamona, o biodiesel de soja não tem sustentabilidade social.
Baseado nestes dados, podemos realizar algumas reflexões sobre a sustentabilidade da produção de biodiesel a partir da soja que podem ser inferidas, desde que adotadas as premissas básicas de não aumento da área plantada e da manutenção do óleo de soja como subproduto do agronegócio da soja.
Quais sejam:
- a sustentabilidade econômica estará assegurada porquanto a utilização da soja possa diminuir a capacidade ociosa do complexo das instalações de esmagamento, com a perspectiva de flexibilidade para expansão e a promoção da descentralização destas instalações de forma a favorecem a produção regional do biodiesel sem grandes impactos no preço final do biocombustível;
- o biodiesel de soja tem sustentabilidade estratégica duvidosa e politicamente incerta na medida que é mantida a tendência do esmagamento ficar em poder de grandes grupos econômicos, com forte influência de capital estrangeiro, associado ao seu natural vínculo com as leis do mercado financeiro, além de não gerar um número significativo de empregos, o que a torna socialmente excludente, como o foi o PROALCOOL; e,
- as discussões sobre a questão ambiental da produção de soja no Brasil não sofrera grande modificação, pois pressupondo a manutenção da área da sojicultura o balanço de carbono permanecerá inalterado, a novidade ficará por conta dos benefícios resultantes da redução de emissões de GEE, inerentes à queima de um combustível vegetal, dependentes das proporções de mistura do biodiesel ao diesel.
Vejamos a situação das outras matérias-primas que poderiam concorrer com a soja:
- Óleo de Algodão. Considerado como subproduto pela indústria têxtil, tem como seu principal uso destinado à indústria alimentícia, ainda tem o seu uso voltado para o biodiesel restrito a algumas poucas usinas. Uma maior utilização desse óleo esta limitada a capacidade de sua absorção pela indústria têxtil.
- Óleo de Canola (Azeite de Colza). Além de cara, a produção no Brasil é muito pequena. O que o país produz é destinado à alimentação humana.
- Óleo de cozinha usado. Apesar de seu aproveitamento para a produção de biodiesel ainda ser pequeno existe uma tendência de crescimento devido os baixos custos de aquisição do produto e do apelo ecológico da sua retirada dos sistemas de esgoto.
- Óleo de Dendê. Possui um grande potencial de utilização para a produção de biodiesel além de ter uma produção elevada por hectares e produzir um óleo de excelente qualidade, possui, ainda, um elevado potencial de ocupação de áreas desmatadas da Amazônia.Apesar do seu óleo ser caro e muito usado em produtos alimentícios, deverá ter uma importante expressão na produção de biodiesel. Para exemplificar o potencial do Dendê para o biodiesel, podemos usar os dados de pesquisas que mostram que o uso de apenas 5 dos 28 milhões de hectares com alta aptidão para a produção de palma disponíveis para o seu plantio e supondo uma produtividade média de apenas 4 ton/ha/ano, muito abaixo das 8 ton/ha/ano possíveis por essa cultura, poderia tornar o Brasil auto-suficiente em óleo Diesel, com a geração de milhões de empregos diretos e indiretos.
- Óleo de girassol. Como o girassol no Brasil é plantado em épocas distintas da época de semeadura das principais culturas de alimentos, existe uma grande perspectiva de aumento não só da produção como da área de plantio. Ainda existe um grande espaço para a produção de óleo/torta de girassol, usados na alimentação humana e animal, e para a produção de biodiesel.
- Óleo de mamona. A possibilidade de produção de biodiesel a partir do óleo de mamona criou um novo mercado para este produto capaz de absorver grande parte da produção dos países que utilizarão esta matéria prima, como o Brasil. A produção brasileira de mamona não tem aumentado - mesmo com todo o apoio recebido do governo -, o que tem limitado a utilização desse óleo a um pequeno percentual da produção de biodiesel.
- Sebo bovino e outras gorduras animais. Tem representado uma importante matéria-prima para a produção de biodiesel no Brasil.
- Outros óleos como o de nabo forrageiro, crambe, pinhão-manso e outras palmeiras têm uma produção ainda inexpressiva ou mesmo inexistente.
Veja também:
3 comentários:
Muito bom!! parabéns!!
Olá!!! Sou estudante de engenharia bioenergética da Uniara Araraquara e sempre que preciso pesquisar para algum trabalho não tem jeito sempre minha buscas acabam neste blog, vejo que pela quantidade de informação postada o autor designa bastante tempo para que pessoas interessadas tenham informações de uma forma organizada e didática.
Mateus Jordão pudimor@yahoo.com.br
PARABENS...
esse texo é miuto chato idiota não disse nada para mim !!! rs da ate vontsde de rir ! k k k :<
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