quinta-feira, 25 de março de 2010

Macaúba como alternativa para alavancar a produção brasileira de biodisel

Versátil, a palmeira tem potencial de produção cinco vezes maior que o da soja

Belo Horizonte — Nativa do cerrado, a macaúba (Acrocomia aculeata) é a nova aposta de especialistas e pesquisadores do setor de energia para alavancar a produção de biodiesel no país. Investimentos em pesquisas, conquistas científicas e plantações comerciais bancadas por capital estrangeiro, ainda que a passos lentos, começam a ocorrer com mais frequência no Brasil. Em Lima Duarte, na Zona da Mata mineira, o plantio de 1,5 milhão de mudas da palmeira em viveiro é resultado de uma parceria entre investidores europeus e a Universidade Federal de Viçosa (UFV), na qual pesquisadores brasileiros desenvolveram a técnica de germinação da planta em laboratório. O objetivo é criar um complexo agroindustrial para a produção de óleo vegetal e coprodutos, tendo como matéria-prima principal o coco da macaúba.

O projeto em Lima Duarte foi criado pela Entaban Ecoenergéticas do Brasil, empresa do grupo espanhol Entaban, considerado o maior produtor de biodiesel da Europa, com capacidade instalada de processar 700 mil toneladas de óleo por ano. A meta é implantar 60 mil hectares de macaúba em Minas Gerais e no norte do Rio de Janeiro, em cinco módulos de 12 mil hectares. “Para cada módulo, será implantado uma usina de extração de óleo. O primeiro já está em andamento. Neste ano, vamos plantar 3 mil hectares da palmeira na Zona da Mata (mineira)”, explica o diretor da Entaban Brasil, Orlando Arruda.

Além da alta produtividade de óleo comparado ao de outras oleaginosas — em relação à soja, principal matéria-prima de óleo vegetal para biodiesel no Brasil atualmente, a variação de quilo de óleo por hectare pode quintuplicar —, a macaúba tem o potencial de produzir pelo menos outros cinco produtos (dois tipos de óleo, dois tipos de torta utilizada para ração animal e o carvão do endocarpo). “As pesquisas iniciais apontam potencial de produção variando de 2,5 mil a 6 mil quilos de óleo por hectare, dependendo do material genético, dos tratamentos silviculturais e da densidade de plantio. A produção da soja é de cerca de 500kg a 600kg de óleo vegetal por hectare”, compara o pesquisador da Embrapa Cerrados José Mauro Moreira.

Segundo o pesquisador, o mercado para aproveitamento da planta para produção de óleo vegetal está focado principalmente em Minas, no Pará e em Mato Grosso. No entanto, o óleo produzido é de alta acidez e não poderia ser inserido no processo de transesterificação (reação química em que o álcool do éster reagente é substituído por outro álcool), utilizado para converter o óleo vegetal em biodiesel sem um pré-tratamento. “A maioria dos óleos de alta acidez têm sido destinados às indústrias de sabão, cosméticos, asfalto e cerâmica”, explica Moreira.

Na Grande Belo Horizonte, em Jaboticatubas, uma empresa privada conseguiu desenvolver a produção do óleo vegetal de macaúba de baixa acidez. “Foram três anos de desenvolvido de processo e somos a única empresa a extrair o óleo de baixa acidez da polpa da macaúba. Até então, não existia um processo para extração do óleo de alta qualidade, em escala industrial”, revela o engenheiro e sócio-diretor da Paradigma Óleos Vegetais, Marcelo Araújo. A pesquisa envolveu a Embrapa, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia.

Renascimento

De acordo com o coordenador do Programa de Energia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes) de Minas Gerais, Marcelo Franco, a macaúba pode reativar o renascimento do programa do biodiesel no país. O primeiro passo, segundo ele, já foi dado, com o início da domesticação da palmeira, ou seja, com o desenvolvimento da técnica de germinação em laboratório por pesquisadores da UFV. “Era preciso romper com essa dormência da capacidade reprodutiva da macaúba”, afirma.

A germinação natural da semente da palmeira é pobre, alcançando no máximo 3%. A técnica desenvolvida na UFV consiste em um conjunto de sete tratamentos e eleva a taxa de germinação para 80%. “O produto dessa técnica é a semente pré-germinada, que tem potencial de estabelecimento superior a 90% em viveiro”, afirma o professor e pesquisador Sérgio Motoike. A técnica foi patenteada pela UFV, que assinou convênio de transferência de tecnologia e concedeu licença à Acrotech — empresa de produção de sementes de macaúba — para que pudesse utilizar comercialmente o processo, mediante recolhimento de royalties, o que foi feito com a Entaban Brasil.

“Várias universidades estão pesquisando o assunto. Há estudos que demonstram que o biodiesel da macaúba atende a todas as especificações, além de ser estável e de alta durabilidade”, diz o economista Francisco Augusto Oliveira, presidente da ONG Trem dos Macaubeiros, que reúne pesquisadores, empresários e governo para a formação de parceiras e trocas de informações sobre as potencialidades da palmeira. Segundo o professor Motoike, as pesquisas na UFV agora se direcionam para o desenvolvimento da primeira variedade de polinização aberta de macaúba. “É um projeto de oito anos, que busca produzir 8 milhões de sementes selecionadas, de qualidade genética conhecida. Estamos apenas aguardando recursos da Fapemig (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais)”, diz.

Avaliação


A Petrobras Biocombustível afirma que avalia as potencialidades de diferentes oleaginosas e, em Minas, encontrou potencial na macaúba. A estatal, que mantém a usina de biodiesel Darcy Ribeiro, em Montes Claros, no norte do estado, explica que, na área industrial, uma das principais linhas de pesquisa é o desenvolvimento de tecnologia para a extração do óleo da palmeira. Em parceria com a Embrapa e outras instituições públicas de pesquisa, o trabalho é feito em duas frentes: com o processamento integral do coco da macaúba e com o aproveitamento dos diversos componentes do coco, incluindo a possibilidade de extração separada dos óleos da castanha e de palmiste, que têm qualidade superior.

Segundo o coordenador do Programa de Energia da Sectes, o governo de Minas deve construir uma estação experimental (unidade de pesquisa) da macaúba, mas é preciso também haver investimentos do setor privado. “A Entaban chegou para botar lenha na fogueira, nada melhor do que estimular a competição”, declara Franco. Para ele, o futuro promete. “Daqui a 20 anos, a macaúba será a cana-de- açúcar do Brasil no setor do óleo”, projeta o especialista. Segundo a Petrobras, o objetivo é alcançar a médio prazo resultados que viabilizem a utilização da macaúba para produção de biodiesel no país.


Tetê Monteiro

Fonte:

terça-feira, 23 de março de 2010

Uso de Aguapés para produzir Biocombustíveis

Acontece nesta quinta e sexta-feira, dias 18 a 19 de março, uma reunião interna na Embrapa Pantanal para a discussão de um projeto de pesquisa que avalia a viabilidade da produção de biocombustíveis a partir de aguapés que descem o rio Paraguai.

O projeto se chama "Produção de biocombustíveis a partir de ilhas flutuantes de biomassa em planícies de inundação do Brasil: estudo de caso no Pantanal" e será apresentado nesta quarta-feira à tarde, dia 17, à Prefeitura de Corumbá (MS).

Ele integra instituições como Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Embrapa Labex EUA, Embrapa Agroenergia, Grupo Combustíveis Alternativos e Laboratório de Engenharia Ecológica (LEIA), ambos da Unicamp, a empresa Bioware de Campinas (SP) e a Embrapa Pantanal (Corumbá-MS), Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O pesquisador Ivan Bergier, da Embrapa Pantanal, vem monitorando o fluxo dos aguapés, conhecidos como camalotes, pelo rio Paraguai desde janeiro de 2008. Uma câmera de vídeo foi instalada às margens do rio em meados de 2009 para monitorar a passagem das plantas aquáticas, permitindo mensurar a quantidade de biomassa exportada ao longo do tempo e verificar a sazonalidade da exportação. "Com esses dados, vamos definir a estratégia de captura das plantas. Já se sabe que o auge da exportação coincide com o período de cheia que vai de maio a julho", disse Ivan.

A parceria com a Unicamp vai permitir o desenvolvimento de uma dissertação de mestrado que aborda a questão da sustentabilidade da produção de biocombustível a partir do camalote do Pantanal. "O uso do recurso natural deve dinamizar a economia local, mas sem comprometer a estrutura e o funcionamento do ecossistema", afirmou o pesquisador.

A dissertação deverá abordar ainda o uso do aguapé no projeto "Sustentabilidade da Suinocultura em São Gabriel do Oeste", liderado pelo pesquisador Ivan Bergier. "A proposta é utilizar o aguapé como elemento filtrante do biofertilizante líquido produzido pelos biodigestores, de modo a reduzir o potencial de contaminação do solo, água e emissão de gases de efeito estufa", explica.

A biomassa do aguapé "cultivada" nas lagoas pode ter destinos nobres como a produção de fertilizantes, fibras e bioenergia, incrementando a renda de pequenos e grandes produtores de suínos.

A produção de biocombustível a partir do aguapé nativo do Pantanal ou cultivado em sistemas integrados de produção é interessante do ponto de vista da renovabilidade. Se a biomassa é plantada em solo, como a soja para produzir biodiesel, seria preciso o emprego de insumos não renováveis, como fertilizantes e combustíveis de origem fóssil, o que reduz substancialmente sua sustentabilidade.

No caso do camalote nativo, Eichhornia crassipes (Mart.) Solms-Laubach, como a planta é produzida na planície e se desloca naturalmente pelo rio, esses insumos são desnecessários. "No caso da produção de aguapé em lagoas de suinocultura também não haveria necessidade de deslocar áreas de produção de alimentos para produzir biocombustíveis", explicou.

A Embrapa Pantanal identificou o potencial de produção do biocombustível a partir desta biomassa e buscou parcerias para o início da pesquisa. A Embrapa Agroenergia, em articulação com a Embrapa Labex-EUA, realizará a caracterização da biomassa dos aguapés e do óleo extraído desta matéria-prima.

Também está sendo desenvolvida, sob orientação do pesquisador Ivan, uma dissertação de mestrado em Estudos Fronteiriços (UFMS-CPAN), pela aluna Cristiane Nogueira de Jesus, cujo objetivo é avaliar o papel socioeconômico e cultural que o camalote desempenha na sociedade fronteiriça e com isso subsidiar as bases para o uso sustentável dessa biomassa.

PROCESSO

O projeto vai estudar o potencial dos camalotes para a produção de gás de síntese (syngas). Amostras de ilhas flutuantes de aguapé, que descem o rio Paraguai, serrão secas, moídas e processadas em um reator, onde serão transformadas em bio-óleo. Após todo esse processo, esse bio-óleo será convertido em syngas, que, atualmente no Brasil é produzido a partir do petróleo. O aguapé também é encontrado em represas de hidrelétricas e barragens. Neste contexto, a retirada dessas plantas soluciona problemas técnicos nas turbinas.

"O aguapé é uma alternativa potencial para produção de energia renovável", afirma o pesquisador da Embrapa Agroenergia, José Dilcio Rocha, que estará presente na reunião. Segundo ele, o syngas, além de ser um biocombustível, também pode ser utilizado na produção de fertilizantes, diesel sintético e outros produtos químicos.

A partir das informações apresentadas, de acordo com Carlos Alberto Luengo, líder do projeto e pesquisador da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), é possível identificar oportunidades para fomentar o desenvolvimento sustentável regional por meio do incentivo e criação de tecnologias para a conversão em biocombustíveis de plantas aquáticas flutuantes exportadas pelo rio Paraguai.

O projeto é liderado pela Unicamp e Embrapa Pantanal e será desenvolvido com recursos do CNPq, por meio do edital CT-Energ52, do MCT (Ministério da Ciência e Tecnologia), e da Embrapa, por meio do Macroprograma 2. Macroprogramas fazem parte do sistema de gestão da Embrapa para o desenvolvimento de pesquisas.

Fonte:
Da Agência

segunda-feira, 22 de março de 2010

Usinas microscópicas de Biocombustíveis

Bactéria E. coli: reprogramada para produzir energia

Bactérias e fungos são aliados do processo de produção de energia com combustíveis renováveis

Eles estão por toda parte. No ar, nos alimentos e até no organismo de homens e animais. Desempenham funções vitais para o equilíbrio da natureza, mas também são protagonistas de doenças capazes de exterminar outras espécies. Tudo dentro de apenas uma célula de dimensões micrométricas. Não por acaso, as características de certos tipos de fungos e bactérias há muito tempo encantam os cientistas que buscam fórmulas para transformar elementos naturais em combustíveis renováveis. Com uso de técnicas de biologia sintética e transgenia, essa admiração é a grande aposta para o futuro da produção de fontes de energia mais verdes. Os micro-organismos não são novatos na função. Na safra 2008/2009, as leveduras, espécie de fungo unicelular, contribuíram para fermentar o caldo de cana-de-açúcar e produzir 27,5 bilhões de litros de etanol no país.

Isso porque o potencial ainda tem limitações. Esses micro-organismos são muito sensíveis e não suportam ambientes com teor alcoólico superior a 15% e sucumbem à temperatura acima de 350 Celsius. Nos laboratórios brasileiros, há testes de meios para diminuir essa sensibilidade, simulando as condições necessárias para a escolha de micro-organismos aptos a trabalhar em situações estressantes.

As técnicas de melhoramento genético nas leveduras serão essenciais para a produção do etanola partir do bagaço da cana. Até agora, o álcool que chega às bombas de combustível é produzido a partir da fermentação da sacarose da cana-de-açúcar. No novo procedimento, enzimas de microorganismos quebram as moléculas de celulose do bagaço em glicose. “No processo também são formadas muitas substâncias tóxicas para as leveduras, que não conseguem atuar na fermentação”, diz José Geraldo Padrella, pesquisador doLaboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE).

A engenharia genética pode resolver o problema. Com ajustes no metabolismo das leveduras, elas sobrevivem por mais tempo em condições adversas.Essas técnicas também podem ser úteis para a fabricação das enzimas que quebram a celulose. Neste caso, a ideia é redesenhar os micro-organismos ou colocar em seu DNA um gene capaz de induzir a produção de uma enzima, a celulase. “Descobrimos recentemente um gene na própria cana-de-açúcar que destroi a parede celular da planta. Vamos introduzi-lo na bactéria para entender sua ação”, afirma Marcos Buckeridge, diretor- científico do CTBE e coordenador do Instituto Nacional de Biotecnologia para o Bioetanol. De acordo com estimativa do CTBE, com a nova tecnologia será possível elevar a produção de etanol brasileiro em 40%.

DIESEL DA CANA
É nessa linha de pensamento que a empresa de biotecnologia Amyris pretende começar a produzir diesel a partir do caldo-de-cana, no ano que vem. Enquanto trabalhava na produção de um medicamento contra a malária, a companhia, com sede no Vale do Silício, nos Estados Unidos, descobriu como programar os genes da levedura Saccharomyces cerevisiae para produzir diesel e outros hidrocarbonetos. “É como se fosse um software. No caso do diesel, mudamos apenas uma ou duas enzimas. Para que ela produza querosene, trabalhamos com outras”, diz Roel Collier, diretor-geral da Amyris no Brasil.

[img01] O procedimento é semelhante ao da produção do etanol. A cana-de-açúcar é moída e o caldo resultante é fermentado pelas leveduras modificadas. No fim do processo, enquanto o álcool é destilado, o óleo liberado pelos micro-organismos da Amyris é centrifugado. Com uma tonelada de cana-de-açúcar produz-se 50 litros de hidrocarbonetos ou 80 litros de etanol. A diferença é que os hidrocarbonetos têm teor energético 40% maior.

A expectativa é de que em 2011 a Amyris produza na usina Boa Vista, em Goiás, 10 milhões de litros de diesel. No próximo ano, começarão também os testes com querosene de cana. A companhia aérea Azul será a primeira a usá-lo. Um dos motores da aeronave será abastecido com querosene de aviação convencional e o outro com o combustível produzido pela Amyris. “Nossa expectativa é de que o bioquerosene da cana aumente a autonomia do voo, o empuxo do avião e diminua a necessidade do querosene convencional”, afirma Miguel Dau, vice-presidente da Azul. Ele será o primeiro piloto brasileiro a comandar um avião com querosene da cana.

A Mercedes-Benz também apoia a ideia e já começou a testar o diesel de cana em seus motores, numa proporção de 90% de diesel comume 10% de cana. Os resultados mostram que não houve perda de desempenho nem foram necessárias modifi cações nos motores. Os ganhos ambientais são importantes: redução de 9% das emissões de material particulado, sem aumentar os níveis de óxido de nitrogênio.

Nos Estados Unidos, a empresa LS9, em colaboração com pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley, usa a bactéria E. coli para produzir diesel. “Nós reprogramamos o micro-organismo para que ele convertesse ácidos graxos em diesel e produzisse enzimas para quebrar cellulose em açúcares, e então gerar etanol”, afirma Jay Keasling, líder da pesquisa e CEO do Instituto Joint BioEnergy, do Departamento de Energia americano. Ele diz que o produto estará no Mercado em três a cinco anos.

COMBUSTÍVEL DE CO2
Se diesel a partir da cana-de-açúcar já impressiona, que tal seria abastecer seu carro com combustível feito de gás carbônico? No Departamento de Engenharia Química e Biomolecular da Universidade da Califórnia em Los Angeles, um grupo de pesquisadores conseguiu transformar geneticamente uma cianobactéria para que ela liberasse o combustível líquido isobutanol, alternativo à gasolina. Normalmente, as bacteria’s Synechococcus elongatus, empregadas na pesquisa, fazem fotossíntese para crescer. Assim, gáscarbônico e luz solar são convertidos em nutrientespara o organismo. Os cientistas mudaram esta equação. “Transplantamos quatro genes de outra bactéria, que induzem a produção de proteínas capazes de acelerar as reações químicas para produzir a matéria-prima do isobutanol, excretado pela bactéria”, diz James Liao, líder do estudo. Para produzir 1 grama do combustível, as bactérias capturam 2,5 gramas de gás carbônico.

O método, apresentado à comunidade científica em 2009, está em fase laboratorial. Mesmo assim, Liao acredita que o procedimento será mais barato que o do biodiesel a partir de cianobactérias.

Com conceito semelhante, a empresa americana Joule Biotechnologies pretende colocar etanol e diesel feitos a partir de gás carbônico no mercado até 2012. A tecnologia Helioculture, patenteada pela empresa, usa bactérias capazes de fazer fotossíntese para converter o CO2 em combustível e outras substâncias. De olho na produção em larga escala, a empresa desenvolveu o sistema SolarConverter, capaz de capturar a luz solar, transportar as substâncias secretadas pelas bactérias e separá-las em combustível.

Para isso, bactérias fotossintéticas (a companhia não revela a espécie) são colocadas em placas com design similar ao dos sistemas de energia solar convencionais. Graças à engenharia genética, os micro-organismos transformam a luz solar e o gás carbônico em etanol ou diesel. “A ideia é que o sistema seja de fácil instalação, o que o torna adaptável para qualquer nível de necessidade”, diz Felicia Spagnoli, porta-voz da companhia. Segundo ela, no futuro a tecnologia será capaz de capturar de 25% a 50% das emissões de CO2 de siderúrgicas. A Joule Biotechnologies quer começar os testes com etanol em uma planta piloto neste semestre. Muitas coisas que antes eram um problema, agora — e mais ainda no futuro — serão fontes de energia.

BIOGÁS DA GLICERINA
Bactérias encontradas nosdejetos do gado bovino poderão ser aliadas da produção de biogás a partir da glicerina, um dos subprodutos do biodiesel. O estudo, liderado por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco, utiliza a técnica dos biodigestores para produzir gás metano, que pode ser empregado como combustível para a produção de energia elétrica.

ENERGIA DOS RESÍDUOS
Além de etanol, em breve as usinas brasileiras poderão produzir hidrogênio. No campus de São Carlos da Universidade de São Paulo, o pesquisador Marcelo Zaiatdesenvolveu um método para transformar as águas residuárias da indústria de cerveja, refrigerantes e sucroalcooleira em gás hidrogênio. “O hidrogênio é liberado na primeira fase do processo anaeróbico. Depois, desbalanceamos o processo para enriquecer os micros- organismos produtores do gás”, diz. A ideia é criar em estações de tratamento de águas residuárias e, no futuro, nas de esgoto doméstico.


tendências verde
Usinas microscópicas
Bactérias e fungos são aliados do processo de produção de energia com combustíveis renováveis
- A A +Da redação
Revista Info Exame – 03/2010
Eles estão por toda parte. No ar, nos alimentos e até no organismo de homens e animais. Desempenham funções vitais para o equilíbrio da natureza, mas também são protagonistas de doenças capazes de exterminar outras espécies. Tudo dentro de apenas uma célula de dimensões micrométricas. Não por acaso, as características de certos tipos de fungos e bactérias há muito tempo encantam os cientistas que buscam fórmulas para transformar elementos naturais em combustíveis renováveis. Com uso de técnicas de biologia sintética e transgenia, essa admiração é a grande aposta para o futuro da produção de fontes de energia mais verdes. Os micro-organismos não são novatos na função. Na safra 2008/2009, as leveduras, espécie de fungo unicelular, contribuíram para fermentar o caldo de cana-de-açúcar e produzir 27,5 bilhões de litros de etanol no país.

Isso porque o potencial ainda tem limitações. Esses micro-organismos são muito sensíveis e não suportam ambientes com teor alcoólico superior a 15% e sucumbem à temperatura acima de 350 Celsius. Nos laboratórios brasileiros, há testes de meios para diminuir essa sensibilidade, simulando as condições necessárias para a escolha de micro-organismos aptos a trabalhar em situações estressantes.

As técnicas de melhoramento genético nas leveduras serão essenciais para a produção do etanola partir do bagaço da cana. Até agora, o álcool que chega às bombas de combustível é produzido a partir da fermentação da sacarose da cana-de-açúcar. No novo procedimento, enzimas de microorganismos quebram as moléculas de celulose do bagaço em glicose. “No processo também são formadas muitas substâncias tóxicas para as leveduras, que não conseguem atuar na fermentação”, diz José Geraldo Padrella, pesquisador doLaboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE).

A engenharia genética pode resolver o problema. Com ajustes no metabolismo das leveduras, elas sobrevivem por mais tempo em condições adversas.Essas técnicas também podem ser úteis para a fabricação das enzimas que quebram a celulose. Neste caso, a ideia é redesenhar os micro-organismos ou colocar em seu DNA um gene capaz de induzir a produção de uma enzima, a celulase. “Descobrimos recentemente um gene na própria cana-de-açúcar que destroi a parede celular da planta. Vamos introduzi-lo na bactéria para entender sua ação”, afirma Marcos Buckeridge, diretor- científico do CTBE e coordenador do Instituto Nacional de Biotecnologia para o Bioetanol. De acordo com estimativa do CTBE, com a nova tecnologia será possível elevar a produção de etanol brasileiro em 40%.

DIESEL DA CANA
É nessa linha de pensamento que a empresa de biotecnologia Amyris pretende começar a produzir diesel a partir do caldo-de-cana, no ano que vem. Enquanto trabalhava na produção de um medicamento contra a malária, a companhia, com sede no Vale do Silício, nos Estados Unidos, descobriu como programar os genes da levedura Saccharomyces cerevisiae para produzir diesel e outros hidrocarbonetos. “É como se fosse um software. No caso do diesel, mudamos apenas uma ou duas enzimas. Para que ela produza querosene, trabalhamos com outras”, diz Roel Collier, diretor-geral da Amyris no Brasil.

[img01] O procedimento é semelhante ao da produção do etanol. A cana-de-açúcar é moída e o caldo resultante é fermentado pelas leveduras modificadas. No fim do processo, enquanto o álcool é destilado, o óleo liberado pelos micro-organismos da Amyris é centrifugado. Com uma tonelada de cana-de-açúcar produz-se 50 litros de hidrocarbonetos ou 80 litros de etanol. A diferença é que os hidrocarbonetos têm teor energético 40% maior.

A expectativa é de que em 2011 a Amyris produza na usina Boa Vista, em Goiás, 10 milhões de litros de diesel. No próximo ano, começarão também os testes com querosene de cana. A companhia aérea Azul será a primeira a usá-lo. Um dos motores da aeronave será abastecido com querosene de aviação convencional e o outro com o combustível produzido pela Amyris. “Nossa expectativa é de que o bioquerosene da cana aumente a autonomia do voo, o empuxo do avião e diminua a necessidade do querosene convencional”, afirma Miguel Dau, vice-presidente da Azul. Ele será o primeiro piloto brasileiro a comandar um avião com querosene da cana.

A Mercedes-Benz também apoia a ideia e já começou a testar o diesel de cana em seus motores, numa proporção de 90% de diesel comume 10% de cana. Os resultados mostram que não houve perda de desempenho nem foram necessárias modifi cações nos motores. Os ganhos ambientais são importantes: redução de 9% das emissões de material particulado, sem aumentar os níveis de óxido de nitrogênio.

Nos Estados Unidos, a empresa LS9, em colaboração com pesquisadores da Universidade da Califórnia em Berkeley, usa a bactéria E. coli para produzir diesel. “Nós reprogramamos o micro-organismo para que ele convertesse ácidos graxos em diesel e produzisse enzimas para quebrar cellulose em açúcares, e então gerar etanol”, afirma Jay Keasling, líder da pesquisa e CEO do Instituto Joint BioEnergy, do Departamento de Energia americano. Ele diz que o produto estará no Mercado em três a cinco anos.

COMBUSTÍVEL DE CO2
Se diesel a partir da cana-de-açúcar já impressiona, que tal seria abastecer seu carro com combustível feito de gás carbônico? No Departamento de Engenharia Química e Biomolecular da Universidade da Califórnia em Los Angeles, um grupo de pesquisadores conseguiu transformar geneticamente uma cianobactéria para que ela liberasse o combustível líquido isobutanol, alternativo à gasolina. Normalmente, as bacteria’s Synechococcus elongatus, empregadas na pesquisa, fazem fotossíntese para crescer. Assim, gáscarbônico e luz solar são convertidos em nutrientespara o organismo. Os cientistas mudaram esta equação. “Transplantamos quatro genes de outra bactéria, que induzem a produção de proteínas capazes de acelerar as reações químicas para produzir a matéria-prima do isobutanol, excretado pela bactéria”, diz James Liao, líder do estudo. Para produzir 1 grama do combustível, as bactérias capturam 2,5 gramas de gás carbônico.

O método, apresentado à comunidade científica em 2009, está em fase laboratorial. Mesmo assim, Liao acredita que o procedimento será mais barato que o do biodiesel a partir de cianobactérias.

Com conceito semelhante, a empresa americana Joule Biotechnologies pretende colocar etanol e diesel feitos a partir de gás carbônico no mercado até 2012. A tecnologia Helioculture, patenteada pela empresa, usa bactérias capazes de fazer fotossíntese para converter o CO2 em combustível e outras substâncias. De olho na produção em larga escala, a empresa desenvolveu o sistema SolarConverter, capaz de capturar a luz solar, transportar as substâncias secretadas pelas bactérias e separá-las em combustível.

Para isso, bactérias fotossintéticas (a companhia não revela a espécie) são colocadas em placas com design similar ao dos sistemas de energia solar convencionais. Graças à engenharia genética, os micro-organismos transformam a luz solar e o gás carbônico em etanol ou diesel. “A ideia é que o sistema seja de fácil instalação, o que o torna adaptável para qualquer nível de necessidade”, diz Felicia Spagnoli, porta-voz da companhia. Segundo ela, no futuro a tecnologia será capaz de capturar de 25% a 50% das emissões de CO2 de siderúrgicas. A Joule Biotechnologies quer começar os testes com etanol em uma planta piloto neste semestre. Muitas coisas que antes eram um problema, agora — e mais ainda no futuro — serão fontes de energia.

BIOGÁS DA GLICERINA
Bactérias encontradas nosdejetos do gado bovino poderão ser aliadas da produção de biogás a partir da glicerina, um dos subprodutos do biodiesel. O estudo, liderado por pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco, utiliza a técnica dos biodigestores para produzir gás metano, que pode ser empregado como combustível para a produção de energia elétrica.

ENERGIA DOS RESÍDUOS
Além de etanol, em breve as usinas brasileiras poderão produzir hidrogênio. No campus de São Carlos da Universidade de São Paulo, o pesquisador Marcelo Zaiatdesenvolveu um método para transformar as águas residuárias da indústria de cerveja, refrigerantes e sucroalcooleira em gás hidrogênio. “O hidrogênio é liberado na primeira fase do processo anaeróbico. Depois, desbalanceamos o processo para enriquecer os micros- organismos produtores do gás”, diz. A ideia é criar em estações de tratamento de águas residuárias e, no futuro, nas de esgoto doméstico.

Eles estão por toda parte. No ar, nos alimentos e até no organismo de homens e animais. Desempenham funções vitais para o equilíbrio da natureza, mas também são protagonistas de doenças capazes de exterminar outras espécies. Tudo dentro de apenas uma célula de dimensões micrométricas. Não por acaso, as características de certos tipos de fungos e bactérias há muito tempo encantam os cientistas que buscam fórmulas para transformar elementos naturais em combustíveis renováveis. Com uso de técnicas de biologia sintética e transgenia, essa admiração é a grande aposta para o futuro da produção de fontes de energia mais verdes. Os micro-organismos não são novatos na função. Na safra 2008/2009, as leveduras, espécie de fungo unicelular, contribuíram para fermentar o caldo de cana-de-açúcar e produzir 27,5 bilhões de litros de etanol no país.

Isso porque o potencial ainda tem limitações. Esses micro-organismos são muito sensíveis e não suportam ambientes com teor alcoólico superior a 15% e sucumbem à temperatura acima de 350 Celsius. Nos laboratórios brasileiros, há testes de meios para diminuir essa sensibilidade, simulando as condições necessárias para a escolha de micro-organismos aptos a trabalhar em situações estressantes.

As técnicas de melhoramento genético nas leveduras serão essenciais para a produção do etanola partir do bagaço da cana. Até agora, o álcool que chega às bombas de combustível é produzido a partir da fermentação da sacarose da cana-de-açúcar. No novo procedimento, enzimas de microorganismos quebram as moléculas de celulose do bagaço em glicose. “No processo também são formadas muitas substâncias tóxicas para as leveduras, que não conseguem atuar na fermentação”, diz José Geraldo Padrella, pesquisador doLaboratório Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE).

A engenharia genética pode resolver o problema. Com ajustes no metabolismo das leveduras, elas sobrevivem por mais tempo em condições adversas.Essas técnicas também podem ser úteis para a fabricação das enzimas que quebram a celulose. Neste caso, a ideia é redesenhar os micro-organismos ou colocar em seu DNA um gene capaz de induzir a produção de uma enzima, a celulase. “Descobrimos recentemente um gene na própria cana-de-açúcar que destroi a parede celular da planta. Vamos introduzi-lo na bactéria para entender sua ação”, afirma Marcos Buckeridge, diretor- científico do CTBE e coordenador do Instituto Nacional de Biotecnologia para o Bioetanol. De acordo com estimativa do CTBE, com a nova tecnologia será possível elevar a produção de etanol brasileiro em 40%.

DIESEL DA CANA
É nessa linha de pensamento que a empresa de biotecnologia Amyris pretende começar a produzir diesel a partir do caldo-de-cana, no ano que vem. Enquanto trabalhava na produção de um medicamento contra a malária, a companhia, com sede no Vale do Silício, nos Estados Unidos, descobriu como programar os genes da levedura Saccharomyces cerevisiae para produzir diesel e outros hidrocarbonetos. “É como se fosse um software. No caso do diesel, mudamos apenas uma ou duas enzimas. Para que ela produza querosene, trabalhamos com outras”, diz Roel Collier, diretor-geral da Amyris no Brasil.



Alexandre Battibugli

Laboratório da Amyris: uso de levedura para produzir diesel de cana-de-açúcarO procedimento é semelhante ao da produção do etanol. A cana-de-açúcar é moída e o caldo resultante é fermentado pelas leveduras modificadas. No fim do processo, enquanto o álcool é destilado, o óleo liberado pelos micro-organismos da Amyris é centrifugado. Com uma tonelada de cana-de-açúcar produz-se 50 litros de hidrocarbonetos ou 80 litros de etanol. A diferença é que os hidrocarbonetos têm teor energético 40% maior.

A expectativa é de que em 2011 a Amyris produza na usina Boa Vista, em Goiás, 10 milhões de litros de diesel. No próximo ano, começarão também os testes com querosene de cana. A companhia aérea Azul será a primeira a usá-lo. Um dos motores da aeronave será abastecido com querosene de aviação convencional e o outro com o combustível produzido pela Amyris. “Nossa expectativa é de que o bioquerosene da cana aumente a autonomia do voo, o empuxo do avião e diminua a necessidade do querosene convencional”, afirma Miguel Dau, vice-presidente da Azul. Ele será o primeiro piloto brasileiro a comandar um avião com querosene da cana.

A Mercedes-Benz também apoia a ideia e já começou a testar o diesel de cana em seus motores, numa proporção de 90% de diesel comume 10% de cana.


Da redação
Fonte:

Projeto Biofrito

O projeto Biofrito, coordenado pela Embrapa Agroenergia (Brasília/DF) que visa o aproveitamento do óleo de fritura para produção de biodiesel, foi apresentado na última quarta-feira, 03 de fevereiro, ao prefeito de Duartina/SP.

Embora existam vários projetos no País que usam o óleo de fritura como base para a produção do biodiesel, “nenhum chegou ainda a resultados favoráveis em relação à captação da matéria-prima, porque para captar o produto é preciso queimar combustível e o ideal é que se rode com o próprio biodiesel a partir do óleo reciclado”, ressaltou José Dilcio Rocha.

Com base nisso, o Distrito Federal avança com o projeto Biofrito, cuja principal premissa, conforme contou Rocha, é eliminar parte do resíduo que vai para a rede de esgotos, proporcionando benefícios para o sistema de tratamento de águas da capital federal, que é de responsabilidade da Companhia de Saneamento Ambiental de Brasília, CAESB.

Além da Embrapa e da CAESB, são parceiros no projeto a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural - Emater/DF e o Instituto Federal de Brasília/DF (IFB). No futuro, também participará o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília, que será um importante parceiro na captação do óleo usado.

A Financiadora de Estudos e Projetos, FINEP, financiará a construção de uma planta semi-industrial que terá capacidade para produzir 5 mil litros de biodiesel por dia. A fabricação será feita, também, a partir oleaginosas, cujo plantio será incentivado, no Distrito Federal, pela Emater/DF.

“Vamos entrar com um pedido na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, ANP, para que todo o biodiesel produzido seja utilizado nas frotas dos parceiros do projeto”, afirmou Rocha.

No que se refere à comercialização do combustível, o pesquisador afirma que “no momento em que tivermos capacidade de produzir biodiesel em maior escala caberá a uma empresa demonstrar interesse comercial no projeto. Atualmente, o objetivo principal é mostrar que o arranjo da coleta será utilizado e aplicado de forma que a cadeia produtiva do resíduo seja sustentável”.

Rocha tem a perspectiva de inaugurar a usina até ao início do próximo ano. “Essa planta demonstrativa é fundamental para provar a viabilidade e quais são as variáveis críticas neste processo de captação”, observou. “A grande inovação desse projeto é provar, por meio de uma rota comercial, que com o Arranjo Produtivo Local - APL para a recuperação do resíduo é possível transformá-lo em um produto de viabilidade econômica” concluiu.

O Prefeito tem interesse em implantar um projeto semelhante ao Biofrito, em Duartina, juntamente com outros parceiros, como a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo – SABESP. “Ficou clara a importância da iniciativa, do ponto de vista ambiental, pois consiste na reciclagem do óleo de fritura”, salienta Junhinho Aderaldo.

A Embrapa foi convidada a participar de uma reunião na Regional de Itapetininga-SP, para apresentar uma proposta para a SABESP, que pode vir a ser a principal beneficiária pela retirada do óleo de fritura da rede de esgoto da Região da Média Paulista.

O Prefeito declarou que na condição de Presidente da Associação dos Municípios da Média Paulista - AMMEP vai procurar envolver a região, para que a mesma seja pioneira numa parceria similar ao Biofrito, no estado de São Paulo.

Fonte: Blog Somente Boas Notícias

Quiabo pode ser usado na fabricação de biodiesel

O produtor José Cabral investiu na produção do legume. Ele acredita que o cultivo de quiabo é uma boa oportunidade de ganhar dinheiro. “Eu vendo no comércio de Cássia e para as entidades através da CONAB, nas escolas, hospitais e tenho um freguês do comércio de Franca também”, diz José Cabral da Fonseca.

A engenheira da Emater Franciely Augusta de Carvalho acompanha de perto os cuidados com a lavoura. “Uma das vantagens é o baixo custo de investimento na produção. Hoje a caixa do quiabo está mais cara que um saco de milho. Então a vantagem é imensa, a colheita é fácil e isso para o pequeno produtor é o principal ponto”

Por enquanto, em Cássia, apenas o seu José Cabral produz e vende o quiabo para o mercado local e também para a Conab. Mas essa realidade pode mudar, já que a partir de agora também será possível utilizar o legume para a produção de biodiesel.
O pesquisador Artur Augusto Alves aproveitou o estudo desenvolvido em uma Universidade da Inglaterra para concluir que é possível extrair óleo da semente.

Agora é a vez do quiabo. Segundo seu Artur o novo produto além de ter qualidade rende mais que o óleo extraído da soja. “A produção de óleo do quiabo por hectare pode chegar a 1500 quilos de óleo contra 480, 500 quilos de óleo de soja por hectare”, afirma Artur.

A fabricação de óleo de quiabo ainda em caráter experimental. O objetivo agora é incentivar pequenos produtores do município a fornecer matéria prima para a fabricação de biodiesel. “Já que está surgindo esse projeto novo talvez possa vir mais produtores e aderir ao programa de plantio de quiabo e vai gerar emprego e renda para as famílias de Cássia porque vai gastar mais funcionários”, diz o técnico da Emater José da Costa Júnior.

Fonte: Blog Cidade do Sol Noticias

Biodiesel Aquícola: Biodiesel feito de vísceras de Tilápia

A companhia 'Aquafinca Saint Peter Fish', que tem sede na pequena vila de El Borboton, em Honduras, começou a processar tilápias há cinco anos para fabricar produtos para a indústria de alimentos.

Recentemente, no entanto, a empresa descobriu uma nova utilidade para os peixes: fabricar biodiesel. Com a iniciativa, a Aquafinca se tornou líder mundial na produção de biodiesel de origem
animal.

Para a produção do biodiesel, são utilizados materias-primas como óleos vegetais extraídos da mamona, girassol, amendoim, algodão e gergelim. Agora, estudos feitos pela Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará apontam grande potencial do Estado na produção de outro tipo de biodiesel obtido com a extração e beneficiamento da gordura de peixe.

No Brasil, a Fundação Núcleo de Tecnologia Industrial do Ceará (Nutec), que vem pesquisando a produção de biodiesel com vísceras de tilápia, deixa a fase inicial das descobertas sobre o novo combustível e transforma em projetos os resultados, alcançados pelo Laboratório de Referência em Biocombustível (Latrbio), para coleta, armazenamento e produção de biodiesel.

Começou a ser desenvolvido, no primeiro semestre de 2007, o que há de mais inovador no mundo dos biocombustíveis. Das vísceras de tilápias, os pesquisadores extraem 50% de óleo bruto que, misturado a reagentes, transforma-se em biodiesel.

A vantagem de se produzir biodiesel através das vísceras de tilápia é que a utilização dos resíduos não servirá para produção de alimentos, pois o que está sendo usado é a parte do peixe que seria jogado fora. “Como muitos críticos viam com maus olhos a produção de biodiesel com sementes, como por exemplo, a soja, por acreditarem que assim estaríamos deixando de produzir alimentos para aumentar a produção de combustível. As pesquisas com a tilápia surgem como alternativa justamente por utilizar a matéria-prima do peixe que não serve como alimento” diz o pesquisador do Nutec, Fernando Pedro Dias.

Atualmente, o único obstáculo para a produção desse tipo de biodiesel é a aprovação do Projeto “Biopeixe”, para o financiamento da construção da usina para extração do óleo das vísceras dos peixes dos açudes. Segundo o Coordenador do Larbio, Jackson Malveira, o projeto foi enviado ao Banco do Nordeste do Brasil e está em fase de análise. O projeto vai financiar a montagem no Nutec de um modelo de extração de óleos de diversas matérias-primas para a produção de biodiesel, que terá como subproduto ração alimentícia para animais.

Até o fim desse ano, o projeto “Biopeixe” deve receber recursos estaduais e federais que podem garantir a viabilidade industrial do novo biocombustível.
Dentre as ações, está prevista a construção de uma mini-usina de extração e beneficiamento às margens do açude Castanhão, em Nova Jaguaribara. O açude, maior reservatório hídrico do Ceará, tem capacidade para produzir anualmente 32 mil toneladas de tilápia – suficiente para render 145 mil litros de biodiesel por ano.

COMO SURGIU

Jackson Malveira explica que o Laboratório de Referência em Biocombustíveis iniciou a pesquisa de biocombustível a partir das vísceras de peixe em resposta a uma demanda dos próprios piscicultores. “Quando começou a criação de tilápia em tanques-redes no Açude Castanhão, surgiu o problema de encontrar um destino para os resíduos do beneficiamento do peixe (vísceras, amparas e nadadeiras), que, inicialmente, não tinham uma utilidade para os produtores. Desde que tivemos essa solicitação da comunidade estamos buscando a melhor maneira de fazer essa extração”, destaca.
As tilápias são os peixes mais cultivados no Brasil, correspondendo a 38% do total de peixes produzidos. O Ceará, se destaca por ser o maior produtor nacional de tilápia, o aproveitamento de resíduos de peixes, além de fornecer matéria-prima relativamente barata, diminui o risco de poluição ambiental já que os resíduos gerados no beneficiamento acabam se tornando fontes poluidoras, assim como uma alternativa para a inclusão social no Estado do Ceará.

Fonte: Fontes Diversas

Biodiesel Aquícola: A Partir de Resíduos de Pangasius e Tilápia

Tecnologias atuais de transesterificacão e gaseificação (pirolosys e plamalysis) permitem que os resíduos, restos, escórias, amparas e outras sobras de cultivo e processamento de Pangasius, Tilápia e outros tipos de peixes sejam usados como excelentes matérias primas para produção no chamado Biodiesel Aquícola e outros tipos de biocombustíveis.

O uso de gordura animal para produção de biodiesel não é uma tecnologia nova, entretanto a capacidade de adaptação desta tecnologia para produir o Biodiesel Aquícola (Piscícola) tem recentemente atraído o interesse da indústria de produção de pescados.

A controvérsia da produção de alimentos versus combustíveis ou seja a competição de produtos agrícolas para produzir bioenergia está se tornando bastante significativa e será ainda mais nos próximos anos. Tanto nos USA como em várias partes do mundo há uma corrida para achar feedstock (matéria prima) para biocombustíveis que não competem com a produção de agricultura alimentar.

Fazendo Todo Sentido: Tanto Ecológico, como Econômico
Sendo assim, o uso de resíduos de produção (excrementos, mortalidade de cultivo) e processamento (escórias, amparas, restos) oriundos da aquicultura para a produção de bioenergia faz todo sentido tanto ecológico, como econômico e inclusão social.

O processo de conversão de óleo de origem vegetal ou animal em biodiesel é conhecido a mais de 150 anos. O biodiesel não foi inventado recentemente como alguns querem afirmar. A tecnologia é direta e existem sistemas modulares prontos para ser usados.
Após o óleo de peixe ser produzido (extraído) a partir dos resíduos de processamento do pescado, o mesmo passa por um processo químico chamado de transesterificação com o uso de um catalizador (normalmente soda potássica ou cáustica) e adição de um álcool (metanol ou ethanol), o biodiesel é produzido. Dez litros de óleo de peixe + um litro de alcool produzem cerca de 10 litros de Biodiesel Aquícola e 1 litro de glicerina. Dependendo do conteúdo de óleo nos resíduos aquícolas, é possível produzir até meio litro de biodiesel para cada kg de resíduos de pescados.
Como resultado do agressivo programa de aquicultura do bagre Pangasius, empresas no vale do Rio Mekong na Ásia estão utilizando restos de produção e processamento do bagre vietnamita (tanto no próprio Vietnam com em outros países asiáticos) para produção de Biodiesel Aquícola a nível local.

Somente uma das dezenas de processadoras de Pangasius em operação neste país asiático, chega a processar 120 ton de resíduos aquícolas diariamente.
Biodiesel Aquícola no Vale do São Francisco no Nordeste Brasileiro

Processadora de Pescados Planejada Desenvolvida por Nosso Time para O Polo de Aquacultura de Paulo Afonso - Jatobá - Itaparica - Brasil
Alguns anos passados, tentamos introduzir o Biodiesel Aquícola no Vale do São Francisco no Nordeste Brasileiro.

Tínhamos e temos uma das mais avançadas e custo-efetivo tecnologias de transesterificação e gaseificação para produção de biocombústiveis.

Aliado a isto, queríamos que o Brasil fosse um dos pioneiros nos uso de restos aquícolas na industrialização de biocombustiveis. Neste época poucos falavam de Biodiesel no Brasil, muito menos de origem píscicola.

Tendo isto em mente, assim que iniciamos o planejamento em 1997 da implantação do Pôlo de Aquacultura de Paulo Afonso, Petrolândia, Jatobá, Itaparïca e Itacuruba, colocamos no projeto uma unidade de produção de Biodiesel Aquícola junto à processadora que hoje pertence a Netuno em Paulo Afonso, na Bahia.

Infelizmente os investidores não acreditaram e tivemos de tirar a bio-refinaria que colocaria o Brasil à frente de todo o mundo na produção de Biodiesel Aquícola a partir de resíduos de tilápia.

Baseado no volume de tilápia projetado a ser processado diariamente neste Pólo de Aquicultura, a produção de Biodiesel Aquícola seria suficiente para abastecer boa parte da cidade de Paulo Afonso e regiões circunvizinhas com biocombústiveis produzidos a nível local.

Hoje presenciamos o Vietnam e outros países do mundo fazendo aquilo que o Brasil deveria ter feito há muito tempo. Mais uma vez estamos a beira do progresso vendo os outros fazerem o que teríamos e temos condição de fazer desde a muito tempo.
Pólo de AquaFuelsPonics Systems no Sudoeste dos Estados Unidos

Planta Modular de Produção de Biodiesel

Muito breve estaremos iniciando a implementação de um Pólo de AquaFuelsPonics Systems agora no deserto do Sudoeste dos Estados Unidos.

Este novo Polo AquaFuelsPonics funcionará integrado com pequenos-médios produtores e vai produzir-processar peixes, hortaliças, verduras, algas, algal-químicos e biocombústiveis.

Os resíduos tanto de produção, como de processamento serão transesterificados ou gaseificados para producão de biocombústivies para abastecer todo o complexo e ainda suprir parte da demanda de um grupo de cidades locais.

O Brasil com este imenso potencial de recursos hídricos, humanos e naturais tem tudo para ser uma potência em aquacultura e biocombustiveis vindos do setor aquícola. Para isto precisa agir e compensar o tempo perdido dinamizando e apoiando estes setores tão importantes da economia nacional.

Na Ásia a produção de Biodiesel Aquícola a base de restos de processamento de Pangasius está crescendo exponencialmente e tornando-se uma atividade econômica. O mesmo pode acontecer no Brasil.

Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel no Brasil. Vamos Agir? Sugestões:
Vamos lutar para que a aquicultura brasileira receba o mesmo suporte e apoio que são dados aos produtores do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB). Vamos lutar por legislação que incluia a aquacultura e especificamente a produção de Tilápia como uma das diferentes fontes “oleaginosas” ou matérias primas a ser estimuladas tanto para a produção de peixe como Biodiesel Aquícola de alta qualidade.
Vamos incluir associacoes de piscicultores como as do Padre Antonio e Ivone Lisboa no programa de agricultura familiar visando a produção de alimentos e biocombustiveis. Teriamos muito mais probabilidades de sucesso do que com o uso da mamona.

Enquanto isto não acontece continuamos vendo a banda passar e importando pescados congelados da China, Chile, Noruega e até Pangasius do distante Vietnam. Tudo isto para acomodar acordos comerciais que promovem uma atividade em completo detrimento do fomento da aquicultura na nação brasileira.

Se você acredita na potencial da aquicultura no Brasil e todas suas possibilidades, divulgue e reproduza este artigo como poder. Vamos lutar para mudar esta atual realidade nacional. A Aquicultura Brasileira agradece antecipadamente.

Fonte: My Belo Jardim

Parceria entre Itesp e Esalq para biodiesel de Macaúba

A Fundação Itesp e a Escola Superior de Agronomia “Luiz de Queiróz” – Esalq-USP fecharam parceria para iniciar projeto para a produção de biodiesel com a cultura de macaúba, utilizando sistemas agroflorestais, visando a recuperação e geração de renda aos assentados. A reunião que selou o protocolo de intenções ocorreu no dia 10, na sede da Fundação em São Paulo, e contou com a participação do diretor executivo, Gustavo Ungaro, do diretor de Políticas de Desenvolvimento, João Carlos Corsini, do gerente de Produção e Renda, Marco Pilla, do gerente de Meio Ambiente e Infraestrutura, Laercio Lico Jr, do coordenador do Itesp da regional Oeste, Marco Tulio Vanalli, e do agrônomo e professor da Esalq, Paulo Kageyama, do departamento de Ciências Florestais da universidade.

O protocolo deverá estabelecer a união de esforços de ambas as instituições para estabelecer estudos e iniciativas para a recuperação ambiental de áreas degradadas em assentamento com a construção e difusão de sistemas produtivs adequados à realidade da agricultura familiar, com base em sistemas agroflorestais, visando a recuperação ambiental e a geração de renda. O protocolo deverá ser assinado já na próxima semana, pelo secretário da Justiça e da Defesa da Cidadania, Luiz Antonio Marrey, em evento no Pontal do Paranapanema.

Fonte: www.itesp.sp.gov.br

Piauí tem estudo da cadeia produtiva do coco babaçu

Objetivo é promover valorização do trabalho com produtos derivados do coco babaçu, realizado por 15 mil mulheres

Foi realizado na manhã desta quarta-feira (10), no auditório da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco (Codevasf) no Piauí, um encontro com objetivo de promover a valorização do trabalho com produtos derivados do coco babaçu, realizado por cerca de 15 mil mulheres, no Estado.

No encontro, foram definidas ações que permitam melhorar a produção, dinamizar a comercialização e aumentar a renda das milhares de mulheres que tem no coco babaçu sua fonte de renda.

Muitas quebradeiras de coco compareceram no local para participar do lançamento do estudo sobre as formas de produção e de comercialização do babaçu na região dos cocais e do cadastramento das mulheres que trabalham e vivem do coco babaçu.

Além delas, também esteve presente a superintendência do Incra-PI, a gerencia de Comunicação e Mobilização Social da Fundação Banco do Brasil e representantes de diversas ONGs.

O Núcleo da Cooperação Técnica Alemã (GTZ), uma das ONGs, explicou que esse trabalho vai ajudar a saber exatamente quantas mulheres vivem da quebra e venda do coco babaçu, quanto elas produzem na época da safra, para quem vendem, por quanto vendem e se poderiam produzir mais se existisse compradores certos para seus produtos.

A ideia surgiu da necessidade das quebradeiras conhecerem sua capacidade de produção para poder elaborar projetos de comercialização e determinar o quanto pode ser vendido de cada produto, já que sem saber quem produz e quanto produz, o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) tem dificuldade de fechar contratos com Prefeituras, Conab e empresas privadas em geral.

A meta será entrevistar pelo menos 15 mil mulheres de 12 municípios e, após o estudo, todas serão informadas sobre os resultados e empresas que usam babaçu para fazer seus produtos.

Com o resultado deste trabalho será realizado um projeto de fortalecimento do babaçu que também vai atuar na capacitação das mulheres para gerenciar seus negócios, apoiar a introdução de novas tecnologias de beneficiamento do coco e fortalecer a organização dos grupos produtivos.

Uma parceria com o Incra-PI vai subsidiar a introdução de unidades mecanizadas de beneficiamento integral de coco babaçu em assentamentos do território.

O Estudo da Cadeia Produtiva do Babaçu e o cadastramento de 15 mil mulheres fazem parte do Projeto de Fortalecimento do Babaçu, organizado pelo GTZ, dentro da estratégia do Programa de Desenvolvimento Territorial Integrado e Sustentável (PDTIS), em parceria com o Cepes, MIQCB, FBB e Incra-PI.

Fonte: Tendências e Mercado

Soro do leite pode se transformar em etanol

18/03/10 - O soro de leite pode se transformar em etanol, de acordo com um estudo que está adiantado na Universidade Norte do Paraná, em Londrina. Os pesquisadores trabalham na avaliação do teor de álcool que o soro produz e esperam ativar um projeto piloto com o produto no ano que vem.

A pesquisa partiu de um princípio simples: leite tem açúcar em sua composição, a lactose. O passo seguinte foi adaptar em laboratório o mesmo processo de transformação da cana em álcool. No caso do soro, são introduzidas bactérias com habilidade para fermentar o produto.

Os pesquisadores ainda estudam qual o melhor período de descanso na fase de fermentação e sob qual temperatura, para se extrair mais rápido o etanol do soro de leite. O laboratório da Unopar, em Londrina, tem uma mini destilaria, que reproduz uma grande usina. Porém, nesse caso, a matéria prima que entra é soro de leite fermentado. Por aquecimento, o produto libera vapor. Quando resfria, adquire o estado líquido, ou seja, álcool puro.

Tomando como base a produção de queijos, se estima que o Brasil produza cerca de cinco bilhões de litros de soro de leite por ano. Apenas uma pequena parte é usada na alimentação animal. O maior volume do produto é descartado no meio ambiente, poluindo principalmente os rios. Por isso, a transformação do soro em etanol é uma proposta ecológica e uma alternativa a mais para o setor de biocombustíveis.

São necessários 10 litros de leite para se produzir um quilo de queijo. Nessa situação, nove litros de soro são jogados fora, quando podem ter seu valor agregado em forma de derivados, como o etanol. A pesquisa ainda avalia o teor de álcool liberado. Por enquanto, é preciso um litro de soro para se extrair 30 ml do produto. Porém, o coordenador da pesquisa, Hélio Suguimoto, diz que, em escala industrial, o custo de redução do teor de açúcar no soro do leite deve ficar mais baixo do que o processo realizado com a cana.

- Na verdade, a questão do rendimento do soro de leite para converter em etanol ainda é baixo. Mas, por outro lado, a porcentagem de açúcar comparativamente à cana de açúcar, é muito menor, a metade, praticamente, da concentração de açúcar. Então, obviamente que a gente tem que levar em conta, para a viabilidade econômica, essas questões, concentração de açúcar, tanto na cana quanto no soro de leite - disse Suguimoto.

17/03/10 - Katia Baggio
Fonte: Canal Rural

Minas investe em produção de girassol para biocombustíveis

19/03/10 - A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) está ampliando suas ações no Estado para o Projeto de Biocombustíveis da Petrobras. O projeto, executado em 70 municípios do Norte de Minas, parte do Vale do Jequitinhonha e Centro-Oeste, está sendo estendido agora para nove municípios do Sudoeste mineiro. A iniciativa vai beneficiar cerca de 80 agricultores familiares, que produzirão grãos de girassol para abastecer a fábrica de biocombustíveis da estatal federal, em Montes Claros, Norte de Minas. Desde o primeiro contrato firmado em 2007, a Emater-MG mantém parceria com a Petrobras para atender produtores nas atividades de orientações técnicas, cadastramento e distribuição de sementes e sacarias para o acondicionamento da matéria-prima (oleaginosas).

No Sudoeste, as lavouras de girassóis irão ocupar um total de 900 hectares de terra. E o plantio ocorrerá na época da entressafra, que vai de março a julho, segundo o coordenador técnico estadual Waldyr Pascoal Filho, gestor do projeto. "O produtor acabou de colher o milho e agora vai aproveitar a terra ociosa neste período para o plantio de girassol, matéria-prima do biocombustível", explica o coordenador. De acordo com Pascoal, o clima favorável da região favorece o plantio da oleaginosa na entressafra. Além disso, os produtores locais já têm experiência na produção de girassol para abastecer as indústrias de óleo. "Mas isso não beneficiava diretamente o pequeno produtor, pois as lavouras destinadas a esse fim são de grandes produtores. Agora, com a inclusão do agricultor familiar da região, no projeto da Petrobras, surge uma nova fonte de renda para esse grupo que ficava à margem do mercado", argumenta.

Ainda segundo o gestor do projeto, estão sendo destinadas oito toneladas de sementes para os produtores cadastrados do Sudoeste. A distribuição já está ocorrendo nos municípios de Cássia, Carmo do Rio Claro, Pains, Passos, Pimenta, Piumhi, São João Batista da Glória, São José da Barra e Bom Jesus da Pinha. Só no município de Pains estão sendo doadas, pela Petrobrás, 1.620 quilos de sementes para os produtores locais. Um dos cadastrados é o agricultor Douglas Ribeiro, que vê no plantio de girassol, não apenas mais uma fonte de renda, mas também uma forma de recuperar os três hectares de terra que dispõe para esta finalidade. "É mais uma oportunidade de aumentar a renda familiar e fazer rotação de cultura no solo, pois o terreno está ficando fraco com o cultivo de sorgo para silagem", conta.

Em Pains, o também agricultor familiar Altair José de Souza, que reserva uma área total arrendada de 115 hectares para o empreendimento, afirma que o projeto tem tudo para ser um bom negócio. "Tem mais gente interessada em plantar girassol. Após a safra de milho, a terra fica parada. Então plantar girassol para biocombustíveis tem tudo para ser bom", diz. O agricultor, que trabalha em parceria com o pai e o irmão, e já adiantou o plantio de sementes de girassol em 15 hectares do terreno, só está esperando a assinatura do contrato de venda com a Petrobras para semear nos 100 hectares restantes.

Norte

Nas demais regiões onde o Projeto do Biocombustível já está implantado, a Emater-MG trabalha atualmente com 2.800 pequenos produtores de mamona e girassol, em uma área de sete mil hectares. Mas meta da empresa para o ano agrícola 2009/2010, nestas regiões, é chegar aos 4.600 agricultores familiares e uma área plantada de 9.200 hectares, segundo Waldyr Pascoal, gestor do projeto.

Em Ubaí, no Norte de Minas, cerca de 51 famílias de agricultores cultivam mamona com esta finalidade, mas o projeto beneficia indiretamente outras 200, segundo o extensionista da Emater-MG local, Márcio Mendes. "O projeto é mais uma fonte de emprego e renda para as famílias", comemora. De acordo com Mendes, o município está produzindo em média, 800 quilos de mamona por hectare. E o valor pago pela Petrobras é de R$ 0,71 o quilo com casca e de R$ 1,18 sem casca. O preço pode oscilar, conforme a demanda do mercado, afirma o extensionista da Emater-MG.

O produtor ubaense José Ramos Irmão, confirma. "O comércio é seguro e o preço pago é muito bom. Enquanto outras culturas se perdem, a mamona é uma planta segura, faça chuva ou sol", diz. Segundo Ramos, ele começou a produzir a oleaginosa em 2008 para biodisel, mas tem experiência com o cultivo da planta desde a infância. Ele afirma que começou plantando em uma área de meio hectare, mas que esse ano já destinou quatro hectares para esse fim.


18/03/10
Fonte: Agência Minas

Qualificação técnica incentivará a cultura do dendê na Amazônia

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio da Secretaria de Agricultura Familiar (SAF), deverá efetivar o "Programa de Qualificação de Agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural na Cultura do Dendê na Região Amazônica". O programa é formado por atividades de capacitação e aperfeiçoamento de extensionistas em várias áreas do conhecimento, que atuam em instituições de assistência técnica e extensão rural pública e privada na região amazônica.

O objetivo é formar consultores para assessorar agricultores familiares. A qualificação será oferecida em um curso, cujo teor está sendo definido pelos governos estadual e federal, e por empresas ligadas ao setor agrícola no Pará.

A metodologia do curso foi debatida por técnicos do Estado e da União, e de organizações não governamentais, em reunião realizada no último dia 18, no Centro Integrado de Governo (CIG), em Belém. O curso deve qualificar 120 técnicos de nível superior e médio, em 176 horas de aulas.

Protocolo - Segundo Igor Galvão, coordenador do programa Pará Rural, vinculado à Secretaria de Estado de Projetos Estratégicos (Sepe), "o governo já vem trabalhando com ONGs e empresas do setor na construção de um protocolo de responsabilidade produtiva e socioambiental, que irá nortear a cadeia produtiva do dendê".

A cultura do dendê é vista como uma alternativa viável para produção de biodiesel pela agricultura familiar. Atualmente, o Brasil é o 13º produtor de dendê, com cerca de 70 mil hectares plantados e grande potencial de expansão, aproveitando inclusive áreas degradadas.

Segundo Marco Antonio Viana Leite, coordenador Geral de Biodiesel do MDA, "a parceria com o governo do Pará tem se mostrado estratégica para o fomento à produção familiar". Ele enfatizou que "as ações do governo dão tranquilidade fundiária e ambiental para desenvolvermos o nosso programa de forma sustentável para a produção e uso do biodiesel, tendo como balizadores a inclusão social e o desenvolvimento regional com geração de emprego e renda na área da agricultura familiar".

Segundo o coordenador, Belém foi escolhida pelo MDA como sede do lançamento do Plano Nacional do Dendê, em maio próximo.

Tecnologia - O pesquisador Ronaldo Andrade, da área de Transferência de Tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), disse que o "papel da instituição é gerar tecnologia e repassá-la para outro segmento, que são as empresas de assistência técnica rural (Ater), e estas, por sua vez, numa articulação entre entes públicos e privados, repassam estes conhecimentos para a agricultura familiar".

Quanto à segurança alimentar questionada pelos ambientalistas, Ronaldo Andrade foi enfático: "Esta é uma questão de política de governo. A geração de informações com dados científicos é a melhor estratégia para a questão de segurança alimentar e para que os governos tomem suas decisões".

A questão do plantio e da produção de alimentos, como o dendê, também foi destacada por Vicente de Paula, técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/Pará). Segundo ele, a proposta da Emater é "quebrar a monocultura do dendê, para garantir segurança alimentar com a diversificação da produção agrícola do dendê com outras culturas, para plantio inclusive em área degradada, evitando novos desmatamentos".

Edson Gillet - Sepe/Pará Rural
Fonte: Agência Pará

quinta-feira, 18 de março de 2010

Microalgas podem substituir sementes na produção de biodiesel

As novas fronteiras para a produção do biodiesel estiveram no centro dos debates do grupo Clima, Energia e Meio Ambiente. O potencial das microalgas foi destacado pesquisadora do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), Cláudia Maria Luz Teixeira. “É lamentável que o Brasil ainda não explore a produção comercial de microalgas, que têm inúmeras vantagens sobre oleaginosas tradicionais, por não concorrerem com a produção de alimentos, além de serem mais produtivas e não terem que aguardar safra, sendo colhidas diariamente”, contou.

A pesquisadora mostrou os sistemas de produção usados no mundo. Ela apresentou os sistemas abertos como a melhor alternativa para aplicação no Brasil, desde que sejam adotados ajustes regionais. Segundo ela, o caminho para a implementação do biodiesel seria a variedade de matérias-primas. Direcionar o Parque Tecnológico para a bioenergia e o uso da biomassa de etanol foram outras propostas apresentadas no grupo.

Os participantes do grupo sobre Sistema Nacional / Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação levantaram a necessidade de se fortalecer os mecanismos de difusão e inovação voltados à inclusão produtiva e social e da intensificação do processo de interiorização das universidades, centros e institutos de pesquisa. “Precisamos ter programas estaduais que não sejam pareados com os federais para que tenhamos investimentos mais criativos e mais condizentes com a realidade local. Assim, vamos ter mais interessados em pesquisar”, propôs Manoel Barral, da Fiocruz.

Desafio

Para o diretor regional do Conselho Nacional de Secretários de CT&I (Consecti Nordeste) e secretário de Sergipe para a pasta, Jorge Santana de Oliveira, o grande desafio é como dar escala às iniciativas que são apresentadas. “Conseguimos fazer boas experiências, mas este é um dos nossos grandes desafios. Precisamos ter linhas de pesquisa de interesses localmente e regionalmente”, reforçou. Os grupos apresentaram as conclusões na plenária final, no Auditório Principal da Fundação Luís Eduardo Magalhães. As propostas baianas serão ainda base para as Conferências Regional Nordeste e Nacional.

Fonte: Jornal Feira Hoje

Cupim marinho tem enzima capaz de produzir biocombustível

Animal é famoso por destruir grandes navios. Enzima presente no gribble transforma madeira e palha em biocombustíveis líquidos.

Temidos pelos pescadores e navegadores, o gribble ou gribble worm – crustáceo muito pequeno considerado o cupim dos mares – será fundamental para estudos que possam aumentar a capacidade de produção dos biocombustíveis.

Pesquisadores do Centro de Bioenergia Sustentável (BBSRC) da Universidade de York e de Portsmouth, no Reino Unido, descobriram que o animal tem um sistema digestivo com enzimas que podem conter o segredo que transforma madeira e palha em biocombustíveis líquidos.

No estudo, coordenado pelos professores Simon McQuuen-Mason, Neil Bruce (BBSRC) e Simon Cragg, da Universidade de Portsmouth, foi revelado que o trato digestivo do cupim marinho é cheio das enzimas responsáveis por atacar os polímeros que compõem a madeira. Uma das mais abundantes é a que degrada celulose. Esse tipo de enzima nunca antes havia sido encontrado em animais.

Ao contrário dos cupins comuns, o gribble não tem os micróbios úteis em seu organismo e compensa isso com a presença de todas as enzimas necessárias para digerir a madeira e transformá-la.

O professor McQuuen-Mason, do Departamento de Biologia da Universidade de York, disse que a descoberta gera boas perspectivas.

- Isso pode fornecer pistas sobre a forma como essa conversão [da madeira] poderia ser realizada em um ambiente industrial.

O próximo passo dos pesquisadores será estudar detalhes sobre a ação da enzima e se elas podem ser adaptadas para aplicações industriais. No futuro, navegantes poderão percorrer os mares com navios movidos a biocombustíveis produzidos a partir do cupim marinho.

Fonte: R7 Noticias

terça-feira, 16 de março de 2010

Pinhão-masnso para recuperação de áreas degradadas no Piauí

A região de Gilbués, localizada no Alto Parnaíba, a cerca de 830 km de distância de Teresina, é considerada como a principal região com concentração de áreas degradadas, já com processo, em estagio avançado, de desertificação em algumas áreas do municipio, do estado do Piauí. Este processo iniciou-se com a exploração desordenada do garimpo (diamante). Nessa época, o crescimento desordenado da população contribuiu para o surgimento de muitos problemas socioeconômicos e principalmente ambientais. Atualmente, este problema do garimpo encontra-se praticamente sob controle com poucos garimpos e uma empresa israelense explorando o diamante, utilizando técnicas avançadas para essa exploração.

Outros fatores que contribuíram também para o agravamento da degradação ambiental foram: o desmatamento sem critérios técnicos, o uso do fogo e a criação extensiva de gado, com um manejo inadequado dos bovinos, que perdura até os dias de hoje. Na época da seca, os animais são levados para as áreas úmidas (regiões dos gerais) e, na época das chuvas, são trazidos para as áreas altas, onde predomina as "malhadas". Essas áreas, no passado, possuíam uma pastagem natural rica, que cobria os animais, segundo depoimento da população. Atualmente, estes animais ficam pastando nessas áreas pobres em pastos nativos, com gramíneas que não chegam a passar dos 10 cm de altura.

A exploração da agricultura de forma inadequada, sem a observância dos princípios da conservação de solo e sua fragilidade, pela própria origem, também contribuiu para o surgimento dessas áreas degradadas em larga escala. Um fator que tem que ser observado é a própria gênese do solo, típico do material rochoso e da sua formação básica que possui média fertilidade e, geralmente, media a baixa infiltração de água no solo. Entretanto, há problemas de estabilidade de agregados das partículas do solo que são susceptíveis às chuvas, contribuindo para o carregamento dessas partículas do solo, no período chuvoso, para os riachos, lagos, lagoas, contribuindo para o assoreamento, desses corpos de água, principalmente para a Barragem de Boa Esperança, localizada a jusante da região de Gilbués, PI.

Nesta região, são poucas as informações técnicas e/ou científicas e ações agronômicas com a finalidade de buscar alternativas de controle do processo de degradação, tampouco, de recuperação das áreas já degradadas e/ou para estacionar a expansão do processo de degradação.

O pinhão-manso (Jatropha curcas L.) é uma planta perene e que vive mais de 50 anos. No Brasil, esta oleaginosa é encontrada praticamente em todas as regiões, adaptando-se as mais diferentes condições edafoclimáticas. Essa oleaginosa tem sendo estudada como alternativa para cultivo em áreas degradadas em muitos locais do mundo. Com a necessidade de se buscar novas alternativas de se produzir energia limpa, com a fixação de carbono e a geração de emprego e renda, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos produtores e considerando o seu teor de óleo encontrado nas sementes, entre 30 e 40% de e possui boa qualidade para a fabricação de biodiesel, escolheu-se essa planta, como a principal, para ser avaliada no município de Gilbués, PI.

Neste contexto, uma equipe multidisciplinar, envolvendo um total de oito pesquisadores da Embrapa Meio-Norte e dois professores da Universidade Federal do Piauí (UFPI), elaboraram um projeto de pesquisa com o objetivo gerar conhecimentos e tecnologias que possam contribuir para a paralisação do processo de degradação ambiental em áreas em desertificação, utilizando pinhão-manso, estilosante e gramíneas, na região de Gilbués, Piauí. Este trabalho está sendo financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), sob a coordenação da Embrapa Meio-Norte e seus parceiros - Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Piauí (Semar), UFPI e Prefeitura Municipal de Gilbués, e terá um período de duração de três anos, tendo sido iniciado em novembro do ano 2008.

O experimento está sendo conduzido em uma área de "malhada", degradada, representativa da região, em solo Neossolo Litólico, com assoreamento de rochas, localizada na cidade de Gilbués, PI. O plantio do pinhão-manso foi realizado em novembro de 2008, utilizando um espaçamento de 4,0m x 3,0m, com uma população de plantas de 833 plantas por hectare. A área foi dividida em quatro talhões cultivados da seguinte forma: Talhão 1: um hectare plantado com pinhão-manso e estilosante Campo Grande; Talhão 2: um hectare plantado com pinhão-manso, estilosante Campo Grande e capim Andropogon gayanos; Talhão 3: um hectare com pinhão-manso, estilosante Campo Grande e capim Brachiaria decumbens e Talhão 4: um hectare com pinhão-manso, estilosante Campo Grande e capim Brachiaria brisantha, cultivar Piatã.

Estão sendo avaliadas as seguintes características do solo: agregação e estabilidade de agregados; densidade do solo e de partículas; microporosidade, macroporosidade e porosidade total; condutividade hidráulica em meio saturado; capacidade de campo; ponto de murcha e resistência à penetração; mensuração da fauna edáfica quanto ao número de indivíduos e espécies e aumento da matéria orgânica no solo. Nas plantas de pinhão-manso, estão sendo avaliadas as seguintes características: altura de planta, diâmetro do caule e número de ramos primários, número de dias da emissão da inflorescência à colheita, produção total de sementes; massa de 100 sementes secas, produtividade de grãos e produtividade de óleo. Serão avaliadas, na estilosante e nas gramíneas, as seguintes variáveis: matéria seca das plantas, cobertura do solo e altura de plantas.

Ao longo dos três anos de execução serão realizados dia de campo, visitas técnicas de empresários, estudantes e também servirá de apoio para aulas práticas dos estudantes e profissionais da agropecuária. Este trabalho servirá também para produção de sementes para pesquisas e implantação de projetos relativos a agricultura familiar na região de Gilbués.

AUTORIA

Marcos Emanuel da Costa Veloso
Eugênio Celso Emérito Araújo
Pesquisadores da Embrapa Meio-Norte
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Links referenciados

Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado do Piauí (Semar)

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

Universidade Federal do Piauí (UFPI) -

Embrapa Meio-Norte

Eugênio Celso Emérito Araújo - eemerito@cpamn.embrapa.br

Marcos Emanuel da Costa Veloso - marcos@cpamn.embrapa.br

sexta-feira, 5 de março de 2010

Biodiesel necesita de nuevas materias primas para crecer

El avance del biodiesel en Brasil debe promover el apoyo a las investigaciones de nuevas materias primas para ampliar el abastecimiento del país. Según José Manuel Cabral de Sousa Dias, jefe adjunto de Comunicación y Negocios de Agroenergía de la Empresa Brasilera de Investigación Agropecuaria (Embrapa), esa es la prioridad del gobierno. El potencial de producción de aceite de plantas en estudio - macaúba, inajá, jatropha y tucumã - puede superar hasta en 793% lo producido por la soja, que hoy explica el 85% de la fabricación de biodiesel en el país. Después se acomodan la grasa animal, el algodón y la mamona.

La soja rinde, en promedio, 560 kilos de aceite por hectárea y la jatropha 1,9 mil. En el caso de la macaúba, el rinde es de 5 mil. "Brasil es uno de los pocos países con materia prima en diferentes regiones, lo que asegura una mayor garantía biología," dice Dias.

En ese marco el Consejo Nacional de Desarrollo Científico y Tecnológico (CNPq) y la Financiadora de Estudios y Proyectos (Finep) ejecuta este año una línea de investigación de cultivos de oleaginosas como la tucumã y la inajá. Una asociación entre Embrapa y el Ministerio de Agricultura desarrolla estudios para mejorar la investigación sobre la macaúba, una variedad de palmera. Otro trabajo de Embrapa con la Asociación Brasilera de los Productores de Jatropha (ABPPM) sigue seis plantaciones en los estados de Maranhão, Mato Grosso, Pará de Minas Gerais.

"La tendencia tanto del gobierno cuanto de los privados es incentivar cada vez más estudios de cultivos que tienen mayor potencial de producción de aceite por hectárea," explica Dias.

La evolución del biodiesel en Brasil fue fuerte en los últimos años. "Hace cinco años no teníamos casi nada, hoy está en práctica la mezcla del 5% y se estima para este año la producción será de 2,000 millones de litros," agrega.


O avanço do biodiesel no Brasil deve promover o apoio à investigação de novos materiais para ampliar a oferta do país. De acordo com José Manuel Cabral de Sousa Dias, chefe-adjunto de Comunicação e Negócio da Agroenergia Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que é a prioridade do governo. O potencial de plantas de produção de petróleo em estúdio - macaúba, Inajá, pinhão manso e Tucumã - pode ser superior a 793% sobre a produção de soja, que representa hoje 85% da produção de biodiesel no país. Então se estabelecer em gordura animal, algodão e mamona.

A soja produz, em média, 560 quilos de óleo por hectare jatropha 1,9 mil. No caso da macaúba, o rendimento é de 5 mil. "O Brasil é um dos poucos países com matérias-primas nas diferentes regiões, garantindo uma maior segurança a biologia", diz Dias.

Dentro deste quadro, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) ea Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) executar este ano uma linha de pesquisa de oleaginosas, tais como Tucuman e do inajá. Uma parceria entre a Embrapa eo Ministério da Agricultura desenvolve pesquisas para melhorar a macaúba, uma variedade de palmeira. Outro trabalho da Embrapa com a Associação Brasileira de Produtores de Pinhão Manso (ABPPM) segue seis fazendas nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Pará de Minas Gerais.

"A tendência do governo a fim de incentivar o setor privado é cada vez mais estudos de cultura tem o potencial de produção de petróleo por hectare", afirma Dias.

O desenvolvimento do biodiesel no Brasil foi forte nos últimos anos. "Cinco anos atrás, tínhamos quase nada, agora é na prática, a mistura de 5% e é a produção estimada para este ano será de 2.000 milhões de litros", acrescenta.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Bactérias despontam na produção de biocombustíveis


Cepa de bactérias geneticamente modificadas para absorver CO2 e luz e solar, produzindo um combustível líquido que pode ser uma alternativa à gasolina.


Duas pesquisas independentes, que acabam de ser divulgadas nos Estados Unidos, mostram que as bactérias geneticamente modificadas logo poderão ser mais importantes do que as plantas usadas para a produção de biocombustíveis.

Biocombustível perfeito

Pesquisadores da Universidade da Califórnia modificaram geneticamente uma cianobactéria para fazê-la consumir dióxido de carbono e produzir o combustível líquido isobutanol, que tem grande potencial como alternativa à gasolina.

Para completar esse quadro, que até parece bom demais para ser verdade, a reação química para produção do combustível é alimentada diretamente por energia solar, através da fotossíntese.

O processo tem duas vantagens para a meta global de longo prazo de se alcançar uma economia sustentável, que utilize energia mais limpa e menos danosa ao meio ambiente.

Em primeiro lugar, ele recicla o dióxido de carbono, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa resultantes da queima dos combustíveis fósseis.

Em segundo lugar, ele usa energia solar para converter o dióxido de carbono em um combustível líquido que pode ser usado na infraestrutura de energia já existente, inclusive na maioria dos automóveis.

Desconstrução da biomassa

As atuais alternativas à gasolina, o que inclui os biocombustíveis derivados de plantas ou de algas, exigem várias etapas intermediárias antes de gerar os combustíveis utilizáveis.

"Esta nova abordagem evita a necessidade de desconstrução da biomassa, quer no caso da biomassa celulósica, quer na biomassa de algas, algo que representa uma grande barreira econômica para a produção de biocombustíveis hoje", disse o líder da equipa James C. Liao. "Portanto, [nossa biotecnologia] é potencialmente muito mais eficiente e menos dispendiosa do que as abordagens atuais."

Transformando CO2 em combustível

Usando a cianobactéria Synechoccus elongatus, os pesquisadores primeiro aumentaram geneticamente a quantidade da enzima RuBisCo, uma fixadora de dióxido de carbono. A seguir, eles juntaram genes de outros microrganismos para gerar uma cepa de bactérias que usa dióxido de carbono e luz solar para produzir o gás isobutiraldeído.

O baixo ponto de ebulição e a alta pressão de vapor do gás permitem que ele seja facilmente recolhido do sistema.

As bactérias geneticamente modificadas podem produzir isobutanol diretamente, mas os pesquisadores afirmam que atualmente é mais fácil usar um processo de catálise já existente e relativamente barato para converter o gás isobutiraldeído para isobutanol, assim como para vários outros produtos úteis à base de petróleo.

Segundo os pesquisadores, uma futura usina produtora de biocombustível baseada em suas bactérias geneticamente modificadas poderia ser instalada próxima a usinas que emitem dióxido de carbono - as termelétricas, por exemplo. Isto permitiria que o gás de efeito estufa fosse capturado e reciclado diretamente em combustível líquido. Para que isso se torne uma realidade prática, os pesquisadores precisam aumentar a produtividade das bactérias e diminuir o custo do biorreator.

Bactérias autodestrutivas A equipe da Universidade do Estado do Arizona também usou a genética e as cianobactérias fotossintéticas, mas em uma abordagem diferente.

O grupo do professor Roy Curtiss usou os genes de um bacteriófago - um microrganismo que ataca bactérias - para programar as cianobactérias para se autodestruírem, permitindo a recuperação das gorduras ricas em energia - e dos seus subprodutos, os biocombustíveis.

Segundo Curtiss, as cianobactérias são fáceis de manipular geneticamente e têm um rendimento potencialmente maior do que qualquer planta atualmente utilizada como fonte para os biocombustíveis capazes de substituir a gasolina ou o diesel.

Mas, para realizar esse potencial, é necessário colher as gorduras dos micróbios, o que atualmente exige uma série de reações químicas muito caras.

Otimização

Para fazer as cianobactérias liberarem mais facilmente sua preciosa carga de gorduras, Curtiss e seu colega Xinyao Liu, inseriram nelas os genes dos bacteriófagos, que são controlados pela simples adição de quantidades-traço de níquel no seu meio de cultura.

Os genes dos invasores dissolvem as membranas protetoras das cianobactérias, fazendo-as explodir como um balão, liberando as gorduras.

A solução também não é definitiva, mas os pesquisadores já contam com um financiamento de US$5,2 milhões nos próximos dois anos para otimizar a reação e aumentar seu rendimento.

Fonte:

quarta-feira, 3 de março de 2010

Com novos recursos, pinhão-manso é destaque em ações de pesquisas

Embrapa estima que, no prazo de três anos, serão desenvolvidas pesquisas com pinhão-manso (Jatropha curcas) em todo o Brasil.

Sob a coordenação da Embrapa Agroenergia (Brasília/DF), o projeto "Pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) em pinhão manso (Jatropha curcas L.) para a produção de biodiesel", foi aprovado em janeiro deste ano, com recursos da Financiadora de Estudos e Projetos, FINEP, do Ministério da Ciência e Tecnologia, MCT, no valor de R$6.860 milhões.

Serão realizadas pesquisas desde a parte agronômica até a produção do biodiesel e a destoxificação da torta do pinhão-manso. A parceria de 98 pesquisadores irá impulsionar o desenvolvimento da cultura do pinhão manso.

São 22 instituições sendo elas 16 unidades da Embrapa (Solos, Florestas, Milho e Sorgo, Gado e Leite, Agroindústria de Alimentos, Cerrados, Clima Temperado, Agropecuária Oeste, Soja, Semi-Árido, Algodão, Recursos Genéticos e Biotecnologia, Rondônia, Informática Agropecuária e Meio Norte) 5 universidades (Federal do Paraná, Estadual do Norte Fluminense, Federal de Lavras, Universidade de Brasília e Federal do Tocantins) e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG).

O Chefe-Geral da Embrapa Agroenergia, Frederico Durães, ressalta a importância do trabalho em rede, principalmente com o pinhão-manso - potencialmente viável para a produção do biodiesel - que ainda está em fase de domesticação. Apesar da carência de informações técnicas, a cultura vem sendo difundida e implantada em diversas regiões do País.

O pinhão-manso é uma das alternativas em estudo para atender o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). "O principal objetivo é ter o domínio tecnológico da cultura para que possam ser feitas recomendações técnicas aos produtores, baseadas em dados", salienta Durães.

Entre as ações previstas, estão a instalação de Banco Ativo de Germoplasma (BAG), a definição de sistemas de produção, destoxificação da torta, desenvolvimento de estudos de viabilidade e sustentabilidade na cadeia produtiva, incluindo estudos de impacto sócio-econômico-ambiental, balanço energético e ciclo de vida.

Biodiesel - Em 2009, o biodiesel a partir de plantas oleaginosas cresceu 39% em relação ao ano anterior, com 1,56 bilhão de litros consumidos. A soja, corresponde cerca de 80% da matéria-prima utilizada para essa produção. O restante é dividido entre o sebo bovino, algodão e a mamona. O Governo Federal, incentiva as pesquisas para que outras oleaginosas (pinhão-manso e palmeiras oleíferas) atendam o mercado.

Fonte:

Da Agência

Nova fonte para biodiesel

A Embrapa e a Unesp vão estudar cultivo de oleaginosas em áreas de reforma de canavial na região de Araraquara (SP). Um dos principais focos do trabalho é pesquisar o crambe como fonte para produção de biodiesel.


Comum na região Centro-Oeste, a semente é resistente à seca e passou a ser considerada muito promissora a partir de seleção feita pela Fundação Mato Grosso do Sul. Sua produtividade gira em torno de 1.000 a 1.500 t/ha.


Os testes de balanço energético e viabilidade técnico-econômica serão feitos numa área de assentamento rural da Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (ITESP) onde residem 400 famílias, em Motuca (SP).

Fonte: Portal EnergiaHoje

Amendoim: excelente potencial para biodiesel

Ele rende 50% de óleo, mas é pouco lembrado no setor bioenergético. A não ser pela pesquisa, que busca cultivares propícias


Da soja, pode-se extrair 20% de óleo para fabricação de biodiesel. Do amendoim, algumas variedades produzem até 50% de óleo para a mesma finalidade. A diferença é que, hoje, a soja é o principal vegetal utilizado no País para fabricação de biodiesel. O amendoim, por sua vez, continua de escanteio comercialmente, quando o assunto é bioenergia.

Para alguns pesquisadores, porém, o amendoim tem potencial para desbancar a soja. O agrônomo da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati), Dilson Cáceres, especialista em oleaginosas, diz que "quando o mercado deixar de focar o volume de produção e se voltar para a qualidade, o óleo de amendoim poderá ser uma das principais fontes de biodiesel".

Ainda falta um longo caminho até que o amendoim alcance este status. Primeiro porque as áreas de cultivo são pequenas e limitam-se praticamente a São Paulo, que concentra 90% das lavouras da oleaginosa, cultivada em regime de rotação com a cana-de-açúcar.

Segundo, porque a maior parte da produção é destinada ao setor de confeitaria, o que diminui ainda mais o volume de matéria-prima destinado ao óleo, que atualmente também vai para fins culinários.

Um dos caminhos para tornar o amendoim a principal fonte de biodiesel no Brasil é investir no melhoramento genético, defende o pesquisador Ignácio José de Godoy, do Instituto Agronômico (IAC-Apta). Segundo ele, o alto custo de produção do óleo de amendoim não estimula as empresas a produzir biodiesel, já que o que se paga pelo combustível é menos do que pelo óleo puro, com alto valor agregado.

PONTO CRÍTICO

"O custo de produção é alto, de R$ 2.200 por hectare, o que torna inviável um projeto exclusivo para biodiesel", diz. A estratégia, para ele, é investir no desenvolvimento de variedades com alto teor de óleo e resistentes a pragas e doenças. Segundo Godoy, este ponto é crítico, porque no amendoim os gastos com defensivos representam 25% do custo de produção.

Para o pesquisador, o desenvolvimento de variedades resistentes e produtivas tanto em óleo quanto por hectare pode estimular o surgimento de um sistema de produção dirigido especificamente para o setor energético, o que hoje não ocorre. "Atualmente o que abastece as empresas produtoras de óleo é o amendoim descartado nas empresas de confeitaria."

No ano passado, o IAC-Apta lançou o IAC caiapó, variedade de amendoim resistente a múltiplas doenças e que possui cerca de 50% de óleo na semente.

Segundo Godoy, a cultivar, de porte rasteiro, já despertou o interesse da indústria de óleo, que está testando seu cultivo fora do Estado. É o caso da Brumau Comércio de Óleos Vegetais, uma das maiores esmagadoras de amendoim do Brasil. A empresa plantou recentemente 1.250 hectares no Estado do Tocantins. Conforme com o gerente de Desenvolvimento da Brumal, Claudio Rocha, o objetivo da empresa é, no médio prazo, entrar definitivamente no mercado de biodiesel (hoje o foco da empresa é a exportação de óleo comestível). "Mas, para tanto, é preciso tornar viável o plantio em larga escala",diz Rocha. O próximo passo é calcular a redução de custos com o plantio da variedade melhorada, "questão vital para o cultivo em larga escala".

MAIS UMA

Godoy adianta que o IAC-Apta está desenvolvendo outra variedade, chamada de IAC 505. "A expectativa é lançá-la até o fim do ano. Assim como a IAC caiapó, essa variedade tem alto teor de óleo, 49%, e resiste bem a doenças."

A Embrapa é outra entidade que tem investido no melhoramento genético do amendoim voltado à produção de biodiesel. Desde 2005 a empresa formou uma frente de pesquisa em biodiesel que busca desenvolver variedades propícias para o semiárido brasileiro, diz a responsável pelo programa, Roseane Cavalcante dos Santos. Ela diz que já existe uma variedade sendo testada em Petrolina (PE) e no Rio Grande do Norte: o amendoim branco, que recebeu esse nome por causa da cor clara da casca da semente. "A próxima fase é a divulgação e o incentivo ao plantio", diz Roseane. Segundo ela, a variedade possui 50% de óleo e suas características fazem com que não concorra com as cultivares utilizadas no setor alimentício.

COM BIODIESEL NO DNA

IAC caiapó - Desenvolvido pelo IAC-Apta, cultivar apresenta alto nível de resistência a pragas e doenças e alto teor de óleo na semente (50%). Variedade também se destaca pela alta concentração de ácido oleico.

IAC 505 - Ainda em fase de testes, cultivar possui 49% de óleo em sua semente e também tem alta concentração de ácido oleico. Por suas características, é cotada para produção de biodiesel.

Amendoim branco - Desenvolvida pela Embrapa para a região semiárida, a cultivar de casca branca possui 50% de concentração de óleo na semente e seu ponto forte é não concorrer com variedades comestíveis.


Leandro Costa

Fonte: