terça-feira, 25 de novembro de 2008

Canudo-de-pito (Mabea fistulifera Mart)

O gênero Mabea contém cerca de 50 espécies, dentre as quais a Mabea fistulifera Mart., pertence à família Euphorbiaceae, é uma planta nativa, amplamente encontrada no Cerrado e em áreas de transição para Mata Estacional Semidecidual. Ocorre nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (LORENZI 2000). É normalmente encontrada agregada em bordas de mata e em locais com impacto antrópico acentuado. Sua presença é muito comum na região noroeste do estado de São Paulo. A floração desta planta ocorre de fevereiro a junho, atingindo o pico entre abril e maio (LORENZI 2000), que corresponde ao início da estação seca na região; por ocorrer durante o período de escassez de alimento, muitos animais utilizam seu pólen e néctar, produzidos em abundância, como fonte alternativa de alimento. Dentre esses animais encontram-se espécies de macacos (ASSUMPÇÃO 1981, FERRARI & STRIER 1992, PASSOS & KIM 1999), morcegos (VIEIRA & CARVALHO-OKANO 1996), gambás (VIEIRA et al. 1991), aves (VIEIRA et al. 1992, OLMOS & BOULHOSA 2000) e insetos (VIEIRA & CARVALHO-OKANO 1996).

Mede de 6 a 15 metros de altura, ocorre agregadas com raras presenças de indivíduos isolados. É uma espécie monóica, latescente. O fruto é uma tricoca, subgloboso, levemente tri-sulcados, de aproximadamente 15,5 a 19,0 mm de comprimento/diâmetro com epi-mesocarpo trincado. As sementes são oblongas a abovóides medindo de 6 a 10 mm de comprimento, incluindo a carúncula, e a 5 a 7 mm de largura com a rafe na parte central.

A maturação da semente ocorre de setembro a outubro, produzindo grande quantidade. É uma planta adptada a solos de baixa fertilidade e acidez elevada, sendo por isso muito utilizada em recuperação de áreas degradadas.

O rendimento do óleo das sementes de canudo-de-pito extraído da planta é da ordem de 40%.

É uma especie arbórea com boa capacidade de rebrota pós-fogo.

Conhecida popularmente como mamoninha do mato, leiteira preta, canudeiro e canudo de pito. É uma planta elegante e própria para arborização de ruas estreitas e sob redes elétricas. Como planta pioneira é adaptada à luz direta e pouco exigente em solo. É ótima para plantios mistos destinados à recomposição de áreas degradadas.

Fonte: Fontes Diversas

Ver também: Canudo-de-pito para Biodiesel

Canudo-de-pito para Biodiesel

Uma planta nativa do Cerrado e de áreas de transição para Zona da Mata mineira, conhecida como canudo-de-pito, pode ampliar, de forma promissora, as fontes de óleo para a produção de biodiesel, segundo pesquisas realizadas no Laboratório de Instrumentação e Quimiometria do Departamento de Química da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

As sementes de canudo-de-pito (Mabea fistulifera Mart), da família das euforbiáceas, produzem grande quantidade de óleo, na ordem de 35% de seu peso. Os constituintes principais desse óleo são os ácidos linoleico, também conhecido como ômega-6, com aproximadamente 20%, e linolênico, o ômega-3, com aproximadamente 70%.

Os trabalhos vêm sendo conduzidos pela estudante de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Agroquímica, Flávia Elaine de Andrade Pereira, e por seu orientador, professor César Reis.

Quando se fala em biodiesel, exemplifica o orientador, pensamos logo em oleaginosas como mamona, pinhão-manso, soja, pequi, macaúba, indaiá, buriti, babaçu, cotieira e tingui, dentre outras. Mas o canudo-de-pito é uma espécie muito interessante, ainda não explorada para essa finalidade.

A planta é encontrada com facilidade em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, agregada em bordas de mata e em locais que sofreram impactos causados pela ação do ser humano de forma acentuada. Sua presença é muito comum na região noroeste do estado de São Paulo.

César Reis informa que a floração da planta ocorre de fevereiro a junho e a maturação da semente, de setembro a outubro, produzindo grande quantidade. É uma planta adaptada a solos de baixa fertilidade e de acidez elevada, sendo por isso muito utilizada em recuperação de áreas degradadas, principalmente por mineração.

A composição química do óleo lhe confere propriedades químicas e físicas importantes na produção de biodiesel. O alto teor de ácido linolênico confere ao biodiesel uma viscosidade muito baixa, quando comparada ao óleo de mamona, assemelhando-se muito à do óleo diesel. Essa característica faz com que o biodiesel obtido do óleo de canudo-de-pito seja mais fluido, o que facilita a sua injeção na câmara de combustão, através dos bicos injetores.

Além da viscosidade, outras análises exigidas pela portaria ANP 255/2003, que trata da especificação do biodiesel, foram realizadas para determinar estabilidade, oxidação, densidade, corrosividade ao cobre, teor de enxofre, teor de sódio e de potássio, índice de acidez e de saponificação, etc. Estando todas de acordo com essa Portaria.

Como avalia César Reis, as características do canudo-de-pito permitem que pequenos agricultores o cultivem como fonte alternativa de renda, satisfazendo, assim, o lado social do programa do biodiesel. Além disso, para o seu cultivo, não é necessário utilizar áreas destinadas à produção de alimentos, como é o caso da soja e de outras oleaginosas, pois ela se adapta em áreas que não seriam mesmo usadas para o cultivo de cereais e oleaginosas tradicionais.
MAIS INFORMAÇÕES
Professor César Reis
Telefone: (31) 3899-3066
E-mail: cesar@ufv.br
Universidade Federal de Viçosa
Coordenadoria de Comunicação Social da UFV
Telefones:(31) 3899-2112 - (31) 3899-1741
Telefax: (31) 3899-1475

Fonte: BlogVisão

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Biodiesel: para cada região, uma solução

A produção de matéria-prima para o biodiesel não precisa ser restrita aos grandes produtores ou a apenas uma cultura. As pequenas propriedades familiares e as entressafras, se bem aproveitadas, podem garantir ao Brasil a auto-suficiência energética sustentável.

“Exportar biodiesel nas atuais condições é ambientalmente insustentável. A substituição de importação é o objetivo imediato do setor”, garantiu Univaldo Vedana, analista de biodiesel do portal BiodieselBR.com.

A escolha da cultura de acordo com o mais adequado para cada região é essencial. Além de resultar em maior produção de óleo por hectare, não exige que o agricultor abandone os alimentícios ou mude radicalmente sua maneira de trabalhar.

“Só não podemos continuar cometendo erros previsíveis como a mamona no Rio Grande do Sul ou o girassol no Nordeste. Plantas anuais no Nordeste são um problema. Sem contar que plantar mamona no verão lá seria deixar de produzir arroz e feijão; como dar a arma ao bandido”, disse Vedana.

A agricultura familiar é solução viável ao abastecimento da indústria de biocombustível e pode levar emprego e renda ao campo. Embora a primeira tentativa governamental – a mamona – não tenha sido muito bem sucedida, o cultivo em pequenas propriedades ainda pode garantir vantagens econômicas, sociais e ambientais na produção de óleo vegetal.

Pinhão manso, leucena e moringa são exemplos que poderiam ser muito bem aproveitados pela região Nordeste. São indicados para áreas secas, não dependem de chuvas regulares e são adequados ao plantio em associação. Abóbora, gergelim, feijão guandu e outros, quando plantados em consórcio, são beneficiados da sombra e camada vegetal proporcionadas pelas oleaginosas.

Ademais, o cultivo em consórcio incrementa a renda dos produtores e alavanca a produção alimentícia. A demanda por mão-de-obra ainda acresce empregos ao campo e ajuda a fixar renda no local. A preocupação justifica-se do ponto de vista ético: a segurança energética deve se aliar à segurança alimentar e não desestabilizá-la.

A região Norte seria beneficiada com a produção do dendê. Entre outras plantas nativas, ele poderia ser utilizado para reflorestamento de áreas desmatadas pela pecuária, que se degradam rapidamente. “Só o estado do Pará estaria apto a produzir todo o biodiesel necessário para o país”, afirmou Donato Aranda, engenheiro químico e coordenador do Laboratório de Tecnologias Verdes (Greentec) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

No Sul, está comprovado o sucesso da canola, da linhaça, do nabo forrageiro e do girassol de primavera. No Centro Oeste, como em Goiás, a produção de girassol também foi eficaz. Nas áreas em que o plantio de soja ou milho já foi implantado, é possível utilizar-se da entressafra para o cultivo de plantas como girassol, amendoim, canola, crambe e linhaça.

Tal método evita o desmatamento por aproveitar as áreas já utilizadas pela safra de verão e funcionaria como uma resposta rápida à demanda das usinas. O empobrecimento do solo acaba retardado pelo processo, que é mais rápido nas monoculturas.

A agricultura mecanizada pode ajudar as grandes usinas a suprir os centros de maior demanda energética e, mais tarde, a exportar. Enquanto isso, a agricultura familiar encarrega-se de produzir variedade de oleaginosas, gerar emprego no campo e também alimentar as pequenas usinas regionais, evitando maiores gastos com transporte e driblando possível falta de infra-estrutura.

As pequenas usinas são viáveis à produção de energia para cooperativas e municípios. Possibilitar o desenvolvimento local não só gera distribuição de renda como garante melhor aproveitamento do potencial do país. As pequenas usinas são aliadas à retenção de riquezas locais e agregam valor à produção agrícola.

O uso inteligente das terras brasileiras pode assegurar ao país alimento e energia com vantagens sociais e ambientais. “Falta um Estado indutor, com política agrícola satisfatória”, colocou Vedana. São precisos, no entanto, revisão da carga tributária, concessão de benefícios e políticas agrícolas específicas e regionais para que o plano dê certo.

Por Nina Adorno

Fonte: Blog BioDolares

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Óleo de cozinha pode virar sabão e biodiesel

22/10/08 - Pelo simples fato de que o óleo de cozinha despejado na pia pode degradar o meio ambiente, a coleta seletiva do produto já deveria ser hábito da sociedade. Mas há mais a considerar: o óleo pós-consumo pode ser reaproveitado e utilizado para desenvolver novas substâncias e novos processos produtivos, movimentando a economia. Sabão, ração animal, massa para vidro e biodiesel são alguns produtos resultantes da reciclagem do óleo de cozinha. A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e com o apoio do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), realiza estudos para viabilizar o uso de óleo de cozinha na produção de biodiesel em Pernambuco.

Atualmente, a pesquisa está concentrada nos laboratórios do Departamento de Engenharia Química da UFPE, mas uma unidade piloto para produção da substância está em processo de montagem na empresa Brastec, localizada no Recife. A previsão é de que comece a funcionar no próximo ano, com capacidade para produzir 200 litros de biodiesel diariamente. Contudo a expectativa dos pesquisadores José Geraldo Pacheco e Cláudia Bejan, esta da UFRPE, é construir uma unidade ampliada dentro do próprio campus da UFPE. "Queremos uma estrutura com capacidade para produzir até 500 litros de biodiesel por dia", diz Pacheco, que, junto com Cláudia, irá buscar financiamento para estrutura.

Para a produção de biodiesel, o óleo de cozinha é colocado em contato com um álcool, que pode ser o metanol ou o etanol, na presença de um catalisador, substância que acelera a reação química. A mistura reage durante cerca de uma hora, resultando em biodiesel e glicerina. Os dois produtos vão para um equipamento chamado de fio de decantação e separados. O álcool e a água que ainda restam no biodiesel são retirados por um processo de evaporação por aquecimento.

Já isolado, o biodiesel é purificado e submetido a mais de 20 tipos de análises, previstas em portaria da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A glicerina, que se constitui em resíduo no processo, pode ser purificada e vendida no mercado ou utilizada na produção de biogás. "Não é recomendado que ela seja queimada, para que não seja produzida acroleína, substância considerada tóxica", alertou Pacheco.

MENOS POLUENTE - O biodiesel é renovável e contribui menos que outros combustíveis para o aumento do aquecimento global. "Apenas 10% da massa que reage e resulta em biodiesel é constituída de metanol, um álcool oriundo do petróleo", explicou o pesquisador José Geraldo Pacheco, da UFPE. Caso seja utilizado etanol ao invés de metanol no processo de produção, o biodiesel em si não é poluente. "O que pode contribuir para a poluição ambiental é, por exemplo, o transporte, se for utilizado um combustível fóssil no veículo", acrescentou.

Na pesquisa conduzida pela UFPE e pela UFRPE, a idéia é também agilizar o processo de análise química de amostras do biodiesel produzido. "O infra-vermelho é capaz de analisar conjuntamente a viscosidade, a densidade e a composição de uma amostra do combustível, entre outros aspectos. Tradicionalmente, cada característica do biodiesel é analisada separadamente, utilizando-se diferentes equipamentos, o que torna o processo mais lento e aumenta os custos, que podem chegar a R$ 1 mil", explicou Pacheco. O uso de infra-vermelho para esse tipo de análise, no entanto, ainda não é aceito pela ANP. Também não há previsão da redução nos custos utilizando-se o novo método, já que a escala aplicada atualmente ainda é é experimental.


Fonte: JC Online

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Queda no preço dos insumos impulsiona setor de biodiesel

07/11/08 - Na contramão da crise que atinge quase todos os setores do agronegócio o segmento de biodiesel reverte a tendência de paralisação nos investimentos e vive momento de expansão. A queda dos preços dos insumos no mercado internacional aliada a uma demanda interna firme está garantindo lucro às indústrias do setor que continuam com o preço de venda do produto fixado pelos leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Se comparado aos momentos de maior alta na cotação em 2008, a redução nos custos com a aquisição do óleo de soja, principal insumo para a produção do biocombustível, já ultrapassa 30%. Na última quinta-feira, a tonelada do produto posto em São Paulo foi comercializada a R$ 1,94 mil a tonelada, valor bastante inferior a um dos picos de preço como no início do mês de março quando chegou a ser negociado a R$ 3 mil a tonelada. Em julho, antes de a crise financeira ser amplamente detectada, o biocombustível já dava sinais de desvalorização sendo negociado a R$ 2,5 mil a tonelada.

"Atualmente o setor está numa situação mais favorável e de certa forma a crise está beneficiando as usinas que não precisa tomar crédito no mercado. Elas estão comprando óleo de soja mais barato e isso está refletindo em margens mais vantajosas", avalia o analista da Safras & Mercado, Miguel Biegai, que acredita na manutenção da tendência pelo menos até o final de dezembro, quando as empresas devem terminar de entregar os volumes estipulados pelos leilões.

O cenário favorável que já fez com que grandes companhias do setor, como a Archer Daniels Midland Company (ADM) e o Grupo União, anunciassem nas últimas semanas projetos de expansão também atrai novos players, como a Companhia Brasileira de Energias Alternativas e Renováveis (CBEAR) que pretende investir 300 milhões de euros para produzir 600 mil toneladas ao ano, a partir de 2010.

Empresas que atuam em outras áreas também buscam se beneficiar do bom momento. Para acelerar sua entrada no mercado, a Gianezza está financiando projetos para a instalação de plantas industriais para refinar glicerina e ácidos graxos em empresas de biodiesel e frigoríficos que produzem sebo animal. Os empresários italianos também visitaram o Brasil para negociar instalação de uma fábrica na Região Metropolitana de Curitiba, no Paraná.

Para a Companhia o Brasil é uma referência no setor não apenas pelo potencial agrícola de gerar matéria-prima para produzir biodiesel, mas pelos subprodutos dele, ainda pouco explorados comercialmente. De olho nesse nicho a empresa irá financiar até 60% do valor de plantas.

De acordo com o executivo encarregado de desenvolver mercados para a Gianezza no Brasil, Hermes Magnani, o fato de o País ser um grande exportador de carne e grande celeiro de oleaginosas, além do crescimento da produção de biodiesel, faz com que a região seja uma das mais promissoras nesse segmento, concorrendo com Índia e China países onde a empresa já atua. "Pretendemos ainda esse ano assinar pelo menos quatro contratos", afirma Maganani. Segundo ele, devido ao potencial de expansão que a empresa optou em investir no País mesmo num momento de cautela dos investidores.

Mercado Externo

Em visita a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), o embaixador João Pacheco, chefe da União Européia no Brasil, afirmou que até o ano de 2020, cerca de 10% do combustível dos países que compõem o bloco, devem ser provenientes de energias renováveis, o que abriria caminho para o Brasil se tornar um dos grandes fornecedores para a região.

"Nós produzimos pouco biodiesel e nada de etanol. Vejo que o Brasil, e em especial Mato Grosso, poderá ser o nosso grande exportador de combustível renovável", disse Pacheco, durante reunião realizada ontem.

Segundo a Famato, durante o evento que contou com a presença de um grupo de empresários e lideranças do setor produtivo, o embaixador ainda afirmou que já foram realizadas conversas com o governo brasileiro para fechar um acordo.

Fonte:

Da Agência

Biodiesel trangênico

10/11/08 - O melhoramento genético no setor de biocombustíveis parece ser o novo foco da Monsanto. A empresa iniciou uma parceria na área de pesquisa com a empresa israelense Evogene visando o desenvolvimento de novas variedades de matérias-primas voltadas à produção de biodiesel. Na última semana, a companhia já havia anunciado no Brasil a aquisição da Aly Participações Ltda., controladora da CanaVialis S.A. e da Alellyx S.A., numa negociação que atingiu a marca dos US$ 290 milhões.

Além do acordo para a pesquisa, a Monsanto comprou o equivalente a US$ 18 milhões em participação da Evogene, com possibilidade de comprar mais US$ 12 milhões no futuro numa negociação que estará sujeita a possíveis novas exigências da empresa israelense.

A Evogene é uma das principais empresas do mundo atuando na área de pesquisa direcionada à biotecnologia para o uso de biodiesel e já vem desenvolvendo pesquisas direcionadas às culturas de milho, soja, algodão e canola, mas a partir da parceria com a Monsanto a mamona passaria a ser incluída na lista de estudos prioritários.

A perspectiva para os primeiros resultados dos estudos é de médio prazo. O acordo de colaboração está previsto inicialmente para durar cinco anos e a pesquisa deverá abranger traços chaves da planta como produtividade, estresse ambiental e utilização do fertilizante.

O acordo deve resultar para a Evogene um aporte de US$ 35 milhões. A empresa poderá ainda cobrar royalties dos produtos gerados com os resultados das pesquisas.

A parceria é vista com cautela por pessoas ligadas ao setor de biodiesel no Brasil. Alguns players desse mercado temem que um possível pioneirismo de uma multinacional em sementes modificadas para a produção de biodiesel possa se reverter em custo adicionais para o produtor. "A Embrapa ou outras entidades locais poderiam receber incentivo para fazer uma parceria como essa, mas quem saiu na frente foi uma multinacional que irá cobrar royalties na hora de vender", diz o diretor de Tecnologia da AustenBio, Richard Fontana.

No Brasil, onde a soja ainda é disparado o principal insumo para a produção do biocombustível, as pesquisas ainda estão em fase inicial. De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Antonio Eduardo Pipolo, o processo para incorporar nas cultivares já adaptadas ao País uma alta concentração oléica pode demorar até 10 anos. "Na área de pesquisas com transgênico para esse setor podemos ficar para trás se não houver o investimento necessário", avalia.

Fonte:

Da Agência

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Esgoto também é fonte de energia

Cientistas israelenses descobriram uma forma de aproveitar um dos materiais mais inúteis e nojentos que a cidade produz: o esgoto. Eytan Levy e Ronen Shechter desenvolveram uma célula combustível que é alimentada pelo trabalho metabólico de bactérias presentes no esgoto e gera energia elétrica.

A célula, uma espécie de bateria, tem o tamanho de uma garrafa PET e não precisa ser recarregada. O fluxo constante de água de esgoto bombeada para dentro da célula alimenta as bactérias. Conforme as bactérias digerem a matéria orgânica do esgoto, elas liberam elétrons, que ativam o circuito elétrico. Essas bactérias são encontradas naturalmente na água do esgoto.

A técnica de utilizar bactérias em baterias elétricas já é conhecida há mais de cem anos. Porém, a energia produzida na decomposição é pequena e os cientistas estão trabalhando agoar em uma forma de otimizar essa produção. “Se combinarmos alguns processos, poderemos obter até 1 kilowatt/hora para cada quilo de dejeto tratado”, disse Levy. Em escala industrial, isso significa obter megawatts a partir dos resíduos que todos os habitantes das cidades produzem diariamente.

(Thaís Ferreira)

Fonte: