sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Biodiesel de gordura humana

O departamento de Saúde do Estado da Califórnia, nos Estados Unidos, está investigando o caso de um médico que teria usado a gordura retirada das pacientes durante procedimentos de lipoescultura como combustível para seus carros, segundo informações da revista Forbess.

A gordura, tanto animal quanto vegetal, contém triglicerídeos que podem ser extraídos para a produção de biodiesel.

O esquema do médico, que transformava a gordura retirada de seus pacientes em biodiesel para o seu carro - um Ford SUV - veio à tona durante outra investigação, de reclamações feitas por pacientes contra procedimentos cirúrgicos da clínica.

A clínica de Alan Bittner, chamada Beverly Hills Liposculture, funcionava na famosa cidade americana nos arredores de Los Angeles, considerada a "capital mundial da cirurgia plástica".

Ainda não está claro como Bittner transformava a gordura extraída em lipoaspirações em biodiesel - mas nos Estados Unidos e em outros países é cada vez mais comum a busca por alternativas como óleo usado de cozinha ou banha animal para a produção do biocombustível.

Em um site dedicado à promoção da reciclagem da gordura de suas pacientes,Bittner defende a idéia: "A grande maioria das minhas pacientes pedem que eu use a gordura retirada delas como combustível - e eu tenho mais gordura do que preciso usar. Não apenas elas perdem a barriguinha, mas também fazem sua parte em salvar o planeta".

Segundo a Forbes, usar gordura para alimentar motores de carros "pode ser ecologicamente defensável, mas é ilegal na Califórnia usar resíduos humanos hospitalares como combustível".

No website da clínica de Bittner, um comunicado avisa as pacientes sobre o fechamento da clínica, no dia 20 de novembro. Na nota, o médico diz que decidiu fechar o consultório porque teria resolvido trabalhar como voluntário na América do Sul.

Em outras páginas na internet, fóruns de discussão trazem comentários e reações de pacientes com o fechamento da clínica.

Uma delas afirma: "Honestamente, o que realmente mexeu comigo, acima de tudo é que parece que ele usava nossa gordura para fazer biodiesel. Como a cena do filme Clube da Luta, não é?", comenta.

No filme, o personagem Tyler Durden, interpretado por Brad Pitt, rouba gordura de clínicas de lipoaspiração para fazer sabonetes, vendidos por ele em lojas de departamento de luxo.

Fonte:

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Quem é o vilão?

Fica claro que não se trata apenas de uma questão de evitar a fome mundial, mas de um verdadeiro pânico e contra-ataque diante da ameaça do biocombustível brasileiro.

Desde a época do Pró-álcool nunca se falou tanto sobre etanol. Na década de 1970, o combustível foi a salvação da primeira grave crise energética enfrentada pelo Brasil. Aos poucos, o petróleo retomou seu posto e o pobre combustível tupiniquim foi relegado a uma quase nobre insignificância, já que um herói, mesmo que enfraquecido, nunca deixaria de ser um herói.

Naturalmente, tratava-se apenas do primeiro round. As reservas naturais de petróleo já começam a dar sinais de cansaço, o preço do barril se eleva a cada pregão das bolsas, o que eleva ainda mais o preço na bomba para o consumidor, que é quem paga a conta. Todas essas peças já comporiam um cenário mais que perfeito para o surgimento de uma via alternativa, mas não bastou. Com mudanças bruscas na temperatura do planeta e fenômenos naturais que assolam cidades inteiras, o meio ambiente dá sinais de que algo precisa mudar, e rápido.

Como em todas as histórias de bandidos e mocinhos, por diversas vezes o mocinho é interpretado como um oportunista, que lança mão da desgraça alheia para agregar valor ao seu poder. Com o etanol não poderia ser diferente. A bola da vez foi a crise dos alimentos e declarações sem qualquer fundamentação técnica publicadas na imprensa mundial tentaram em vão fazer uma relação direta entre a produção de biocombustíveis e o aumento do preço dos alimentos.

Há inúmeros fatos que refutam completamente tais afirmações. Em primeiro lugar, há uma crescente demanda no consumo de alimentos, impulsionada por países como China e Índia, concomitante a um aumento da população mundial e a uma elevação de renda dos países emergentes. Para se ter uma idéia, nos últimos 200 anos a população mundial saltou de 957 milhões para 6,7 bilhões de pessoas. E a projeção é de que em 2050 o mundo tenha nada menos que 9 bilhões de habitantes. Com o crescimento populacional aumenta também o desafio de se produzir mais para alimentar tanta gente. Em 2001, por exemplo, a China consumia por ano 450 milhões de toneladas de cereais. No ano passado, esse número saltou para 513 milhões de toneladas.

Outro ponto que sem dúvida interfere nos custos dos alimentos é o preço do petróleo que, segundo analistas do setor, deve chegar em breve à casa dos 200 dólares o barril. A explicação é simples. O petróleo é utilizado como matéria-prima para grande parte dos combustíveis utilizados no maquinário agrícola, no transporte de alimentos e na produção de fertilizantes. Talvez nem precisassem ser citadas as diversas barreiras tarifárias impostas aos mais variados insumos alimentícios em todas as partes do mundo. Ou seja, os custos para produção de alimentos tiveram uma grande elevação.

Entre tantas provas de que o etanol não é o vilão desta história, ouvi o mais interessante argumento dito por um produtor de biodiesel em um evento do qual participei em Nova Iorque. “Na Somália, por exemplo, um dos graves problemas é a falta de arroz. Até onde sabemos, hoje não há nenhum biocombustível sendo feito a partir do arroz, nem tampouco os biocombustíveis deslocam áreas de plantio de arroz”.

Tantos argumentos só justificam o que o mundo inteiro já viu. Hoje são consumidos em torno de 1 trilhão de litros de gasolina/ano. Caso fossem adicionados ao combustível 25% de etanol, seria criado um mercado de 250 bilhões de litros de etanol/ano. Para se ter uma idéia, hoje a produção brasileira representa menos de 25 bilhões de litros/ano. Contudo, de acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE), 25% de toda a frota de veículos no mundo poderão ser movidos a etanol até 2050.

Naturalmente, utilizar o argumento que incrimina o etanol de milho e o combustível da cana funcionaria como um belo susto àqueles que pensavam em investir maciçamente nesse setor. Mas essa argumentação durou pouco e não funcionou. Ao contrário, os investimentos externos nesse setor nunca foram tão intensos. De acordo com um estudo divulgado recentemente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), os investimentos externos diretos nas atividades agrícolas cresceram mais que em outros setores da economia, como indústria e serviços. Nos últimos sete anos houve um aumento de 500%, de 2,3% para 13,8% do total de investimentos.

A vantagem do Brasil está latente, para quem tiver interesse em ver. O potencial do país pode conduzi-lo ao papel de um dos mais importantes players desse mercado, afinal, projeções indicam que o país deve liderar o mercado As condições são ideais em todos os sentidos. Maior fronteira agrícola do mundo, com terras férteis e vasta área para o cultivo, clima e relevo adequados, know-how que vem evoluindo desde o Brasil colonial e um forte aporte de investimentos externos.

O setor sucroalcooleiro no Brasil vem se preparando para um novo patamar de crescimento, com uma maior profissionalização na gestão das usinas, diversificação de investimentos como a co-geração de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar, busca constante por inovações tecnológicas no canavial, movimento de fusões e aquisições, abertura de capital, processo de Governança Corporativa, entre outras práticas que dão credibilidade ao mercado. Fica claro, assim, que não se trata apenas de uma questão de evitar a fome mundial, mas de um verdadeiro pânico e contra-ataque diante da ameaça do biocombustível brasileiro. Para quem não acreditava no Brasil, observe os heróis e guerrilheiros angustiados com o canto do Macunaíma.

Marcelo Schunn Diniz Junqueira
Marcelo Schunn Diniz Junqueira é engenheiro agrônomo e CEO da Clean Energy Brazil.

Fonte: Clean Energy Brazil

Do:

Brasil, algas e biodiesel: uma aposta que pode gerar riqueza

Quando Rudolf Christian Karl Diesel inventou o motor a combustão em 1897, desenhou-o para funcionar com óleos vegetais, como o de amendoim.

A história demonstra, portanto, que o interesse pela utilização do biodiesel não é novo. Entretanto, à época, por ser mais barato e mais fácil de produzir, o óleo feito a partir do petróleo ganhou o mercado e foi “batizado” com o sobrenome de Diesel.

Atualmente, calcula-se que o consumo mundial de diesel gira em torno de 684 milhões de toneladas, com potencial de crescimento de 8% ao ano. Já a produção mundial de biodiesel representa 0,035% do mercado, ou seja, 2,4 milhões de toneladas. Com o preço do petróleo atingindo patamares proibitivos, principalmente pelo efeito cascata que provoca em cadeias de produção dependentes de seus derivados e de seu freqüente uso como arma econômica, questiona-se a opção feita no passado e cada vez mais se aproxima ou retorna-se ao ponto de partida de Rudolf Diesel.

Pesquisas recentes indicam que a produção de biodiesel a partir de microalgas poderá mudar radicalmente o mercado de combustíveis. Com potencial de produção de óleo muito superior por área equivalente de cultivo do que as culturas tradicionais produzidas em terra e utilizadas na produção do biodiesel, as microalgas despertaram o interesse mundial e as pesquisas e estratégias dos investidores são, em sua maioria, mantidas em segredo. Enquanto a soja produz de 0,2 a 0,4 toneladas de óleo por hectare, o pinhão manso produz de 1 a 6 toneladas de óleo por hectare e o dendê, de 3 a 6 toneladas de óleo por hectare. Alguns, mais otimistas, afirmam que com um hectare de algas pode-se produzir 237 mil litros de biocombustível; outros, mais contidos, informam que em uma superfície equivalente a um hectare semeado com alga pode-se produzir 100.000 litros de óleo.

Sendo possível cultivá-las em água salgada ou doce em ambiente que disponha de calor e luz abundantes, é inegável que o Brasil possui condições ideais para a produção de microalgas, em especial na Região Nordeste. De cultivo simples, as microalgas podem ser produzidas em tanques abertos com profundidade de pouco mais de 10 cm e alimentadas, por exemplo, com dejetos de suinocultura e águas residuais de esgotos. Além disso, sua produção não requer uso de adubos químicos; sua massa pode ser duplicada várias vezes por dia; a colheita pode ser diária; o cultivo pode ser realizado em zonas áridas e ensolaradas, inclusive em regiões desérticas; trata-se de uma matéria-prima não alimentícia e sustentável; e seu cultivo em tanques com água do mar minimiza o uso de terra fértil e água doce potável. Sem dúvida, um achado.

Atentos ao movimento mundial, empresas públicas e privadas e o Governo brasileiro estão investindo no desenvolvimento da produção de biodiesel a partir de microalgas. Exemplos são a parceria entre a Petrobras, a Universidade Federal de Santa Catarina e a Universidade Federal do Rio Grande, e o recente edital publicado em conjunto pelos Ministérios da Ciência e Tecnologia e da Pesca e Aqüicultura e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq. O Edital nº 26/2008, de 11 de agosto de 2008, é o primeiro que tem como objeto o apoio a projetos de pesquisas que contemplem a aqüicultura e uso de microalgas como matéria-prima para a produção de biodiesel e tem previsão de repasse de R$ 4,5 milhões por meio do CNPq. Segundo o Edital, serão admitidos projetos que englobem todo o processo de produção e transformação em temas como: desenvolvimento de técnicas de cultivo de microalgas de baixo custo e que visem a produção de óleo como matéria-prima para a produção de biodiesel; estudos de potencial de cepas de microalgas; avaliação da viabilidade econômica do processo global do cultivo à obtenção de biodiesel; processos mais econômicos e eficientes do que os convencionalmente usados para a coleta de microalgas e extração do óleo para a produção de biodiesel. As propostas poderão ser apresentadas até o dia 25 de setembro, os resultados serão divulgados a partir de 27 de outubro e os contratos firmados a partir de 1º de dezembro.

Como resultado da soma do crescimento da demanda por biodiesel no Brasil, estimulada pela publicação da Lei nº 11.097, de 14 de janeiro de 2005, que dispõe sobre a introdução do biodiesel na matriz energética brasileira, com as condições climáticas e territoriais favoráveis à produção de algas no Brasil, têm-se condições apropriadas para o investimento em pesquisas, inovação e a instalação de novas plantas industriais para produção de biodiesel nas mais variadas regiões do país. Cenário que pode tornar o Brasil um país ainda mais atraente para os investidores interessados na produção de biocombustíveis, tanto para uso no mercado interno quanto para a exportação.

Investidores certamente não faltarão. O uso das algas como matéria-prima para produção de biocombustíveis vem sendo pesquisado em países como Japão, Estados Unidos da América, Israel, Alemanha, Portugal, Suíça, Argentina e Espanha. Exemplo de investimento é o anúncio feito pela Royal Dutch Shell e HR Biopetroleum, informando a construção de uma planta-piloto na costa de Kona, no Havaí, com o objetivo de cultivar algas marinhas e produzir óleo vegetal para conversão em biocombustível.

Importante observar que o litoral brasileiro, que é banhado pelo Oceano Atlântico, do Arroio Chuí ao Cabo Orange, possui 9.198 Km quando consideradas suas saliências. Além disso, a maior bacia hidrográfica do mundo, com 7.050.000 km² é a Bacia Hidrográfica Amazônica, que a ela podemos somar as Bacias do Rio São Francisco, dos Rios Tocantins e Araguaia e do Rio da Prata.

Efetivamente, caso a corrupção, a insegurança jurídica e a burocracia não atrapalhem esse promissor segmento, a economia nacional muito poderá se beneficiar.

Reginaldo Minaré
Advogado e Diretor Jurídico da ANBio

Fonte: Grupo Cultivar

Do:

Microalgas podem produzir 100 vezes mais biocombustível do que a soja

RIO - Na busca por fontes de energia menos poluentes e mais econômicas, pesquisadores brasileiros dão um grande passo ao mostrar a eficiência das microalgas, encontradas no litoral brasileiro, como matéria-prima para produzir biodiesel. A pesquisa, desenvolvida pelo Instituto de Biologia da Universidade Federal (UFF), sugere que as algas têm capacidade de gerar 90 mil litros de óleo por hectare ao ano, enquanto a soja, principal base do biodiesel do Brasil, produz apenas 500 litros por hectare. Além disso, as algas ajudam a combater o efeito estufa, uma vez que precisam de dióxido carbônico (CO2) para se reproduzirem.

– O projeto de tornar algas em biomassa é visto, hoje, como algo promissor. Uma das razões é o alto valor do petróleo, que esse ano chegou a atingir US$ 140 o barril. A diminuição do preço de custo de produção do biodiesel também contribuiu. E, atualmente, há uma extrema preocupação em retirar carbono da atmosfera – explica Sergio Lourenço, do Departamento de Biologia Marinha da UFF, responsável pelo estudo.

A alternativa também não encontra obstáculos na agricultura. As microalgas são cultivadas em água e, como não possuem raíz, nem caule, demandam um espaço pequeno para se reproduzirem. Além disso, crescem mais rápido que qualquer outra planta. Num espaço equivalente a um hectare, por exemplo, as algas têm capacidade de produzir 100 vezes mais óleo que a soja.

– Em matérias-primas como soja e amendoim só é aproveitado um pedaço pequeno da planta, ou só o fruto, para gerar óleo. Já nas algas, todas as células são aproveitadas por isso a produção é alta – avalia Lourenço. – Não é preciso desmatar áreas para cultivá-las. E não entra em atrito com a produção de alimentos, já que ninguém come algas.

Antonio José Maciel, professor da faculdade de engenheira agrícola da Unicamp, diz que, mesmo o projeto estando em fase laboratorial, mostra-se promissor.

– É algo que poder ter alto potencial. Nosso país tem grandes condições de produção devido ao clima e à água, mas é preciso um programa de pesquisa que dê resultados para, assim, receber investimentos – afirma Maciel.

Embora os benefícios do biodiesel de algas prevaleçam, há questões que dificultam o investimento de instituições. Além do cultivo ser trabalhoso, e portanto, demandar uma equipe especializada – não pode ser elaborada por agricultores – precisa ainda de investimentos em pesquisas.

– A soja não precisa mais ser pesquisada, e já existem os particulares que a cultivam e vendem. Já o processo de produção de algas exige alto investimento. A separação das células que serão convertidas em biodiesel demanda muito recurso – confessa Lourenço. – O biodiesel de algas ainda não é viável, mas acredito que em cinco anos já vamos ter produção comercial em escalas grandes.

Redução de custos

A Petrobras também desenvolve, desde 2006, pesquisas com esse tipo de matéria-prima. Segundo a instituição, os próximos passos do projeto serão produzir maior quantidade de biomassa e aumentar o volume da produção de biodiesel de microalgas.

– Nosso maior desafio é buscar a redução de custos, o ideal seria reduzir bastante os gastos, o que só seria possível com tecnologia de ponta aplicada ao processo – avalia o oceanógrafo Leonardo Bacellar, pesquisador do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes) da Petrobras.

Fonte:

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Cientistas produzem diesel com restos de café

Em uma pesquisa que combina duas das grandes obsessões dos norte-americanos - café e automóveis - cientistas da Universidade de Nevada em Reno produziram combustível diesel tendo por base restos de café.

A técnica não é complicada, reportaram os pesquisadores em artigo publicado pelo Journal of Agricultural and Food Chemistry, e a disponibilidade de café é tão grande que diversas centenas de milhões de litros de biodiesel à base de café poderiam ser produzidos a cada ano.

Mano Misra, professor de engenharia que conduziu a pesquisa com Narasimharao Kondamudi e Susanta Mohapatra, afirmou que descobriu por acidente que os grãos de café continham volume significativo de óleo.

"Certa noite, fiz um café mas me esqueci de bebê-lo", ele contou. "Na manhã seguinte, percebi que havia uma camada oleosa flutuando na superfície da bebida". Ele e sua equipe acreditavam que pudesse existir volume aproveitável de petróleo em grãos de café usado, e por isso visitaram diversas unidades da rede de cafés Starbucks em Reno e recolheram mais de 200 quilos de grãos de café usados.

Uma análise demonstrou que até mesmo os restos de café pós-moagem e fervura contêm entre 10% e 15% de seu peso total em óleo. Os pesquisadores utilizaram técnicas comuns na química para extrair o óleo desses grãos e transformá-lo em diesel. Os processos envolvidos não requerem uso especialmente intenso de energia, segundo Misra, e os pesquisadores estimaram que o biodiesel poderia ser produzido a um custo de cerca de 26 centavos de dólar por litro.

Um obstáculo, disse Misra, seria encontrar uma forma eficiente de recolher os restos de café. Não existem muitas fontes centralizadas de coleta de grãos usados de café. Mas os pesquisadores planejam montar uma pequena operação-piloto no ano que vem que usaria os restos fornecidos por uma empresa de moagem de café.

Mesmo que todos os restos de café do mundo fossem utilizados na produção de combustível, o total produzido equivaleria a menos de 1% do óleo diesel consumido ao ano nos Estados Unidos. "O método de maneira alguma resolveria os problemas mundiais de energia", disse Misra a respeito de seu trabalho. "Mas nosso objetivo é utilizar resíduos e transformá-los em combustível". E o biodiesel produzido à base de restos de café tem outra vantagem, ele disse: os gases de escapamento cheiram a café.

Tradução: Paulo Migliacci

The New York Times

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Cenário de incertezas para cotações do óleo de palma no exterior

11/12/08 - Pressionados pela desaceleração econômica mundial derivada da crise financeira irradiada a partir dos EUA, os preços internacionais do óleo de palma despencaram nos últimos meses e têm poucas perspectivas de recuperação no curto prazo.

Ontem, na bolsa da Malásia, os contratos com vencimento em fevereiro, atualmente os mais negociados, até que subiram, US$ 11, e fecharam a US$ 441,22 por tonelada. Mas as perdas em relação ao pico histórico de US$ 1.353,70 alcançado pelos futuros de terceira posição de entrega em março passado preocupam produtores e exportadores.

Ainda que tenha pouca relevância no Brasil, responsável por pouco mais de 100 mil toneladas de uma produção total anual da ordem de 37 milhões de toneladas, o óleo de palma é o óleo vegetal mais consumido do mundo. A oferta é encabeçada por Malásia e Indonésia, e a rainha do consumo, é claro, é a China.

E são os chineses o principal foco de preocupação do segmento no momento. Marcello Brito, diretor comercial da Agropalma, maior empresa do ramo no Brasil, afirma que os importadores do gigante asiático estão "fora do mercado", comprando apenas pequenos volumes, desde as Olimpíadas, em meados do ano. Com isso, afirma, os estoques dos exportadores crescem a olhos vistos.

Se os estoques da China são um mistério mesmo para os mais bem informados, tanto os de Malásia quanto os de Indonésia já superaram 2 milhões de toneladas, conforme Brito. A Malásia ainda conseguiu um bom aumento de embarques nos primeiros dez dias de dezembro (por isso os preços subiram ontem), mas em parte graças à Índia. Em tempos de recessão, diz o executivo, isso significa que, como em outros setores da economia, a tendência de consolidação parece inevitável.

Se no óleo de soja entre 70% e 80% da produção mundial é dominada por cinco ou seis grandes grupos, no óleo de palma a mesma fatia é dividida por entre 30 e 35 empresas. Empresas como as americanas ADM, Bunge e Cargill atuam nos dois mercados, e na palma disputam espaço com grandes companhias asiáticas.

Nesse contexto, medidas adotadas pelo governo brasileiro para facilitar as importações recebem duras críticas da Agropalma. Brito lembra que há dois anos o país eliminou a tarifa de importação de 10% que onerava o óleo da Colômbia, 5º maior produtor mundial. Em 2008, a tarifa do óleo de palmiste, que era de 10%, caiu para 2%. Extraído da polpa da palmeira, o óleo de palma, com distintos níveis de refino, é muito utilizado na alimentação - o azeite de dendê baiano é um exemplo. Já o óleo de palmiste, extraído da semente, serve às indústrias oleoquímica e de cosméticos, entre outras.



Fonte: Valor Econômico

Biodiesel feito de algas

11/12/08 - Embora, entre as matrizes vegetais, a soja seja a principal base do biodiesel do Brasil, sua escala de produtividade é baixa – de 400 a 600 quilos de óleo por hectare – e tem apenas um ciclo anual. O girassol pode produzir um pouco mais, de 630 a 900 quilos. No entanto, pesquisa realizada no Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF) indica que microalgas encontradas no litoral brasileiro têm potencial energético para produzir 90 mil quilos de óleo por hectare.

E, segundo o estudo, elas têm diversas outras vantagens. Do ponto de vista ambiental, o biodiesel de microalgas libera menos gás carbônico na atmosfera do que os combustíveis fósseis, além de combater o efeito estufa e o superaquecimento.

A alternativa também não entra em conflito com a agricultura, pode ser cultivada no solo pobre e com a água salobra do semi-árido brasileiro – para onde a água do mar também pode ser canalizada – e abre possibilidades para que países tropicais (como a Polinésia e nações africanas) possam começar a produzir matriz energética. Além disso, as algas crescem mais rápido do que qualquer outra planta.

“O biodiesel de microalgas ainda não é viável, mas em cinco anos haverá empresas produzindo em larga escala”, estima o biólogo Sergio Lourenço, do Departamento de Biologia Marinha da UFF, responsável pelo estudo.

Lourenço identificou dezenas de espécies com potencial para produzir o biodiesel em larga escala. O problema é que a porcentagem de lipídios de cada alga não é alta – poucas espécies chegam a 20% de concentração. Mas a soja (18%) e o dendê (22%) também concentram baixas quantidades de lipídios. O amendoim concentra 40%.

“Se a matriz tem baixa concentração de lipídios, temos que acumular muito mais massa”, explica o biólogo. Por isso, ele e sua equipe trabalham em métodos para estimular a concentração de lipídios. “Por meio de técnicas de manipulação das condições de cultivo, conseguimos alterar a composição química nos meios de cultura, aumentando assim a concentração de lipídios. Em dez dias a biomassa está apta a ser colhida.”

Há pouco mais de um ano, o projeto vem sendo articulado com o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Ministério da Agricultura, a Secretaria Especial de Água e Pesca e a Casa Civil, que conduz o Programa Nacional de Biodiesel.

Conversas têm sido feitas com a Petrobras para apoiar o projeto. O financiamento permitiria o cultivo em grande densidade, em tanques de 20 mil litros, primeiramente em uma unidade da UFF, antes de ser levada ao semi-árido. Há também, segundo Lourenço, outra vantagem ecológica nesse cultivo: para fazê-las crescer, é necessário tirar carbono da atmosfera.

As microalgas são usadas há décadas na produção de encapsulantes e na aquacultura, para alimentar peixes e outros animais. Segundo o pesquisador, desde a década de 1970, depois da primeira grande crise do petróleo de 1973, já se pensava na aplicação desses organismos marinhos para a produção de energia a partir da biomassa.

“Perdemos terreno por nunca ter investido o suficiente nessa frente. Hoje, o barril do petróleo custa US$ 70 e já chegou a custar US$ 143 este ano, batendo um recorde histórico. O Brasil tem tudo para se tornar a potência energética mundial. Nos encontramos na vanguarda dos biocombustíveis: além de termos alcançado a auto-suficiência na produção de petróleo, temos o maior programa de álcool do mundo”, destacou.

De acordo com Lourenço, outra vantagem é que, assim como a cana-de-açúcar, matéria-prima do etanol, as microalgas demandam uma área pequena para seu cultivo e podem produzir uma quantidade de biocombustível bem maior.

“A cana-de-açúcar ocupa 2% da área agrícola do Brasil, aproximadamente 45 milhões de hectares. A Embrapa indica que o país tem ainda 100 milhões de hectares que pode ocupar. O programa energético prevê mais 2 milhões de hectares, ainda assim uma fração da área total disponível. Com o cultivo das microalgas ocupando apenas 1% da área que a soja utiliza hoje, pode-se produzir a mesma quantidade de biodiesel que ela produz ao ano”, afirmou.

Algas para aviação

Presidente da Associação Brasileira de Biologia Marinha e autor do livro Cultivo de Microalgas Marinhas: princípio e aplicações (2006), Sergio Lourenço explica que não são todas as espécies de microalgas com potencial para biocombustível, mas conta que aquelas que identificou também poderiam ser aplicadas para a produção do bioquerosene, maior interesse do setor da aviação na atualidade.

Em fevereiro de 2008, um Boeing da companhia aérea Virgin Atlantic fez um vôo entre Londres e Amsterdã movido a bioquerosene à base de óleo vegetal – uma mistura de babaçu e coco. As empresas aéreas gastam 85 bilhões de galões de querosene tradicional por ano e são responsáveis por 3,5% das emissões de dióxido de carbono no mundo.

“O setor tem que diminuir as emissões e pretende trabalhar com uma mistura de 20% de bioquerosene, hoje feita à base de óleos vegetais, com o querosene tradicional, que custa o equivalente a 40% do preço de uma passagem aérea”, disse Lourenço.

Segundo ele, o processo de produção do bioquerosene é semelhante ao do biodiesel – ambas as moléculas estão presentes nas microalgas, com a diferença de que as do biodiesel são maiores.

“Elas têm a mesma classe de moléculas, mas com características químicas diferentes; uma alga descartada para aplicação de biodiesel pode ser usada para bioquerosene”, disse.

Em fevereiro de 2009, o setor aeronáutico estará reunido em Montreal, no Canadá, no Congresso da Associação Internacional de Aviação (Iata) para discutir, entre outros assuntos, o uso das microalgas na produção de bioquerosene. Esse foi também o destaque de um evento promovido pela Boeing em outubro passado.

O projeto da UFF será um dos destaques de um Congresso da Associação Brasileira de Biologia Marinha que será realizado em abril de 2009, na cidade de Búzios, no Rio de Janeiro.


Washington Castilhos
Fonte: Agência Fapesp

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Canudo-de-pito (Mabea fistulifera Mart)

O gênero Mabea contém cerca de 50 espécies, dentre as quais a Mabea fistulifera Mart., pertence à família Euphorbiaceae, é uma planta nativa, amplamente encontrada no Cerrado e em áreas de transição para Mata Estacional Semidecidual. Ocorre nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (LORENZI 2000). É normalmente encontrada agregada em bordas de mata e em locais com impacto antrópico acentuado. Sua presença é muito comum na região noroeste do estado de São Paulo. A floração desta planta ocorre de fevereiro a junho, atingindo o pico entre abril e maio (LORENZI 2000), que corresponde ao início da estação seca na região; por ocorrer durante o período de escassez de alimento, muitos animais utilizam seu pólen e néctar, produzidos em abundância, como fonte alternativa de alimento. Dentre esses animais encontram-se espécies de macacos (ASSUMPÇÃO 1981, FERRARI & STRIER 1992, PASSOS & KIM 1999), morcegos (VIEIRA & CARVALHO-OKANO 1996), gambás (VIEIRA et al. 1991), aves (VIEIRA et al. 1992, OLMOS & BOULHOSA 2000) e insetos (VIEIRA & CARVALHO-OKANO 1996).

Mede de 6 a 15 metros de altura, ocorre agregadas com raras presenças de indivíduos isolados. É uma espécie monóica, latescente. O fruto é uma tricoca, subgloboso, levemente tri-sulcados, de aproximadamente 15,5 a 19,0 mm de comprimento/diâmetro com epi-mesocarpo trincado. As sementes são oblongas a abovóides medindo de 6 a 10 mm de comprimento, incluindo a carúncula, e a 5 a 7 mm de largura com a rafe na parte central.

A maturação da semente ocorre de setembro a outubro, produzindo grande quantidade. É uma planta adptada a solos de baixa fertilidade e acidez elevada, sendo por isso muito utilizada em recuperação de áreas degradadas.

O rendimento do óleo das sementes de canudo-de-pito extraído da planta é da ordem de 40%.

É uma especie arbórea com boa capacidade de rebrota pós-fogo.

Conhecida popularmente como mamoninha do mato, leiteira preta, canudeiro e canudo de pito. É uma planta elegante e própria para arborização de ruas estreitas e sob redes elétricas. Como planta pioneira é adaptada à luz direta e pouco exigente em solo. É ótima para plantios mistos destinados à recomposição de áreas degradadas.

Fonte: Fontes Diversas

Ver também: Canudo-de-pito para Biodiesel

Canudo-de-pito para Biodiesel

Uma planta nativa do Cerrado e de áreas de transição para Zona da Mata mineira, conhecida como canudo-de-pito, pode ampliar, de forma promissora, as fontes de óleo para a produção de biodiesel, segundo pesquisas realizadas no Laboratório de Instrumentação e Quimiometria do Departamento de Química da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

As sementes de canudo-de-pito (Mabea fistulifera Mart), da família das euforbiáceas, produzem grande quantidade de óleo, na ordem de 35% de seu peso. Os constituintes principais desse óleo são os ácidos linoleico, também conhecido como ômega-6, com aproximadamente 20%, e linolênico, o ômega-3, com aproximadamente 70%.

Os trabalhos vêm sendo conduzidos pela estudante de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Agroquímica, Flávia Elaine de Andrade Pereira, e por seu orientador, professor César Reis.

Quando se fala em biodiesel, exemplifica o orientador, pensamos logo em oleaginosas como mamona, pinhão-manso, soja, pequi, macaúba, indaiá, buriti, babaçu, cotieira e tingui, dentre outras. Mas o canudo-de-pito é uma espécie muito interessante, ainda não explorada para essa finalidade.

A planta é encontrada com facilidade em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, agregada em bordas de mata e em locais que sofreram impactos causados pela ação do ser humano de forma acentuada. Sua presença é muito comum na região noroeste do estado de São Paulo.

César Reis informa que a floração da planta ocorre de fevereiro a junho e a maturação da semente, de setembro a outubro, produzindo grande quantidade. É uma planta adaptada a solos de baixa fertilidade e de acidez elevada, sendo por isso muito utilizada em recuperação de áreas degradadas, principalmente por mineração.

A composição química do óleo lhe confere propriedades químicas e físicas importantes na produção de biodiesel. O alto teor de ácido linolênico confere ao biodiesel uma viscosidade muito baixa, quando comparada ao óleo de mamona, assemelhando-se muito à do óleo diesel. Essa característica faz com que o biodiesel obtido do óleo de canudo-de-pito seja mais fluido, o que facilita a sua injeção na câmara de combustão, através dos bicos injetores.

Além da viscosidade, outras análises exigidas pela portaria ANP 255/2003, que trata da especificação do biodiesel, foram realizadas para determinar estabilidade, oxidação, densidade, corrosividade ao cobre, teor de enxofre, teor de sódio e de potássio, índice de acidez e de saponificação, etc. Estando todas de acordo com essa Portaria.

Como avalia César Reis, as características do canudo-de-pito permitem que pequenos agricultores o cultivem como fonte alternativa de renda, satisfazendo, assim, o lado social do programa do biodiesel. Além disso, para o seu cultivo, não é necessário utilizar áreas destinadas à produção de alimentos, como é o caso da soja e de outras oleaginosas, pois ela se adapta em áreas que não seriam mesmo usadas para o cultivo de cereais e oleaginosas tradicionais.
MAIS INFORMAÇÕES
Professor César Reis
Telefone: (31) 3899-3066
E-mail: cesar@ufv.br
Universidade Federal de Viçosa
Coordenadoria de Comunicação Social da UFV
Telefones:(31) 3899-2112 - (31) 3899-1741
Telefax: (31) 3899-1475

Fonte: BlogVisão

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Biodiesel: para cada região, uma solução

A produção de matéria-prima para o biodiesel não precisa ser restrita aos grandes produtores ou a apenas uma cultura. As pequenas propriedades familiares e as entressafras, se bem aproveitadas, podem garantir ao Brasil a auto-suficiência energética sustentável.

“Exportar biodiesel nas atuais condições é ambientalmente insustentável. A substituição de importação é o objetivo imediato do setor”, garantiu Univaldo Vedana, analista de biodiesel do portal BiodieselBR.com.

A escolha da cultura de acordo com o mais adequado para cada região é essencial. Além de resultar em maior produção de óleo por hectare, não exige que o agricultor abandone os alimentícios ou mude radicalmente sua maneira de trabalhar.

“Só não podemos continuar cometendo erros previsíveis como a mamona no Rio Grande do Sul ou o girassol no Nordeste. Plantas anuais no Nordeste são um problema. Sem contar que plantar mamona no verão lá seria deixar de produzir arroz e feijão; como dar a arma ao bandido”, disse Vedana.

A agricultura familiar é solução viável ao abastecimento da indústria de biocombustível e pode levar emprego e renda ao campo. Embora a primeira tentativa governamental – a mamona – não tenha sido muito bem sucedida, o cultivo em pequenas propriedades ainda pode garantir vantagens econômicas, sociais e ambientais na produção de óleo vegetal.

Pinhão manso, leucena e moringa são exemplos que poderiam ser muito bem aproveitados pela região Nordeste. São indicados para áreas secas, não dependem de chuvas regulares e são adequados ao plantio em associação. Abóbora, gergelim, feijão guandu e outros, quando plantados em consórcio, são beneficiados da sombra e camada vegetal proporcionadas pelas oleaginosas.

Ademais, o cultivo em consórcio incrementa a renda dos produtores e alavanca a produção alimentícia. A demanda por mão-de-obra ainda acresce empregos ao campo e ajuda a fixar renda no local. A preocupação justifica-se do ponto de vista ético: a segurança energética deve se aliar à segurança alimentar e não desestabilizá-la.

A região Norte seria beneficiada com a produção do dendê. Entre outras plantas nativas, ele poderia ser utilizado para reflorestamento de áreas desmatadas pela pecuária, que se degradam rapidamente. “Só o estado do Pará estaria apto a produzir todo o biodiesel necessário para o país”, afirmou Donato Aranda, engenheiro químico e coordenador do Laboratório de Tecnologias Verdes (Greentec) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

No Sul, está comprovado o sucesso da canola, da linhaça, do nabo forrageiro e do girassol de primavera. No Centro Oeste, como em Goiás, a produção de girassol também foi eficaz. Nas áreas em que o plantio de soja ou milho já foi implantado, é possível utilizar-se da entressafra para o cultivo de plantas como girassol, amendoim, canola, crambe e linhaça.

Tal método evita o desmatamento por aproveitar as áreas já utilizadas pela safra de verão e funcionaria como uma resposta rápida à demanda das usinas. O empobrecimento do solo acaba retardado pelo processo, que é mais rápido nas monoculturas.

A agricultura mecanizada pode ajudar as grandes usinas a suprir os centros de maior demanda energética e, mais tarde, a exportar. Enquanto isso, a agricultura familiar encarrega-se de produzir variedade de oleaginosas, gerar emprego no campo e também alimentar as pequenas usinas regionais, evitando maiores gastos com transporte e driblando possível falta de infra-estrutura.

As pequenas usinas são viáveis à produção de energia para cooperativas e municípios. Possibilitar o desenvolvimento local não só gera distribuição de renda como garante melhor aproveitamento do potencial do país. As pequenas usinas são aliadas à retenção de riquezas locais e agregam valor à produção agrícola.

O uso inteligente das terras brasileiras pode assegurar ao país alimento e energia com vantagens sociais e ambientais. “Falta um Estado indutor, com política agrícola satisfatória”, colocou Vedana. São precisos, no entanto, revisão da carga tributária, concessão de benefícios e políticas agrícolas específicas e regionais para que o plano dê certo.

Por Nina Adorno

Fonte: Blog BioDolares

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Óleo de cozinha pode virar sabão e biodiesel

22/10/08 - Pelo simples fato de que o óleo de cozinha despejado na pia pode degradar o meio ambiente, a coleta seletiva do produto já deveria ser hábito da sociedade. Mas há mais a considerar: o óleo pós-consumo pode ser reaproveitado e utilizado para desenvolver novas substâncias e novos processos produtivos, movimentando a economia. Sabão, ração animal, massa para vidro e biodiesel são alguns produtos resultantes da reciclagem do óleo de cozinha. A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e com o apoio do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), realiza estudos para viabilizar o uso de óleo de cozinha na produção de biodiesel em Pernambuco.

Atualmente, a pesquisa está concentrada nos laboratórios do Departamento de Engenharia Química da UFPE, mas uma unidade piloto para produção da substância está em processo de montagem na empresa Brastec, localizada no Recife. A previsão é de que comece a funcionar no próximo ano, com capacidade para produzir 200 litros de biodiesel diariamente. Contudo a expectativa dos pesquisadores José Geraldo Pacheco e Cláudia Bejan, esta da UFRPE, é construir uma unidade ampliada dentro do próprio campus da UFPE. "Queremos uma estrutura com capacidade para produzir até 500 litros de biodiesel por dia", diz Pacheco, que, junto com Cláudia, irá buscar financiamento para estrutura.

Para a produção de biodiesel, o óleo de cozinha é colocado em contato com um álcool, que pode ser o metanol ou o etanol, na presença de um catalisador, substância que acelera a reação química. A mistura reage durante cerca de uma hora, resultando em biodiesel e glicerina. Os dois produtos vão para um equipamento chamado de fio de decantação e separados. O álcool e a água que ainda restam no biodiesel são retirados por um processo de evaporação por aquecimento.

Já isolado, o biodiesel é purificado e submetido a mais de 20 tipos de análises, previstas em portaria da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A glicerina, que se constitui em resíduo no processo, pode ser purificada e vendida no mercado ou utilizada na produção de biogás. "Não é recomendado que ela seja queimada, para que não seja produzida acroleína, substância considerada tóxica", alertou Pacheco.

MENOS POLUENTE - O biodiesel é renovável e contribui menos que outros combustíveis para o aumento do aquecimento global. "Apenas 10% da massa que reage e resulta em biodiesel é constituída de metanol, um álcool oriundo do petróleo", explicou o pesquisador José Geraldo Pacheco, da UFPE. Caso seja utilizado etanol ao invés de metanol no processo de produção, o biodiesel em si não é poluente. "O que pode contribuir para a poluição ambiental é, por exemplo, o transporte, se for utilizado um combustível fóssil no veículo", acrescentou.

Na pesquisa conduzida pela UFPE e pela UFRPE, a idéia é também agilizar o processo de análise química de amostras do biodiesel produzido. "O infra-vermelho é capaz de analisar conjuntamente a viscosidade, a densidade e a composição de uma amostra do combustível, entre outros aspectos. Tradicionalmente, cada característica do biodiesel é analisada separadamente, utilizando-se diferentes equipamentos, o que torna o processo mais lento e aumenta os custos, que podem chegar a R$ 1 mil", explicou Pacheco. O uso de infra-vermelho para esse tipo de análise, no entanto, ainda não é aceito pela ANP. Também não há previsão da redução nos custos utilizando-se o novo método, já que a escala aplicada atualmente ainda é é experimental.


Fonte: JC Online

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Queda no preço dos insumos impulsiona setor de biodiesel

07/11/08 - Na contramão da crise que atinge quase todos os setores do agronegócio o segmento de biodiesel reverte a tendência de paralisação nos investimentos e vive momento de expansão. A queda dos preços dos insumos no mercado internacional aliada a uma demanda interna firme está garantindo lucro às indústrias do setor que continuam com o preço de venda do produto fixado pelos leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Se comparado aos momentos de maior alta na cotação em 2008, a redução nos custos com a aquisição do óleo de soja, principal insumo para a produção do biocombustível, já ultrapassa 30%. Na última quinta-feira, a tonelada do produto posto em São Paulo foi comercializada a R$ 1,94 mil a tonelada, valor bastante inferior a um dos picos de preço como no início do mês de março quando chegou a ser negociado a R$ 3 mil a tonelada. Em julho, antes de a crise financeira ser amplamente detectada, o biocombustível já dava sinais de desvalorização sendo negociado a R$ 2,5 mil a tonelada.

"Atualmente o setor está numa situação mais favorável e de certa forma a crise está beneficiando as usinas que não precisa tomar crédito no mercado. Elas estão comprando óleo de soja mais barato e isso está refletindo em margens mais vantajosas", avalia o analista da Safras & Mercado, Miguel Biegai, que acredita na manutenção da tendência pelo menos até o final de dezembro, quando as empresas devem terminar de entregar os volumes estipulados pelos leilões.

O cenário favorável que já fez com que grandes companhias do setor, como a Archer Daniels Midland Company (ADM) e o Grupo União, anunciassem nas últimas semanas projetos de expansão também atrai novos players, como a Companhia Brasileira de Energias Alternativas e Renováveis (CBEAR) que pretende investir 300 milhões de euros para produzir 600 mil toneladas ao ano, a partir de 2010.

Empresas que atuam em outras áreas também buscam se beneficiar do bom momento. Para acelerar sua entrada no mercado, a Gianezza está financiando projetos para a instalação de plantas industriais para refinar glicerina e ácidos graxos em empresas de biodiesel e frigoríficos que produzem sebo animal. Os empresários italianos também visitaram o Brasil para negociar instalação de uma fábrica na Região Metropolitana de Curitiba, no Paraná.

Para a Companhia o Brasil é uma referência no setor não apenas pelo potencial agrícola de gerar matéria-prima para produzir biodiesel, mas pelos subprodutos dele, ainda pouco explorados comercialmente. De olho nesse nicho a empresa irá financiar até 60% do valor de plantas.

De acordo com o executivo encarregado de desenvolver mercados para a Gianezza no Brasil, Hermes Magnani, o fato de o País ser um grande exportador de carne e grande celeiro de oleaginosas, além do crescimento da produção de biodiesel, faz com que a região seja uma das mais promissoras nesse segmento, concorrendo com Índia e China países onde a empresa já atua. "Pretendemos ainda esse ano assinar pelo menos quatro contratos", afirma Maganani. Segundo ele, devido ao potencial de expansão que a empresa optou em investir no País mesmo num momento de cautela dos investidores.

Mercado Externo

Em visita a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), o embaixador João Pacheco, chefe da União Européia no Brasil, afirmou que até o ano de 2020, cerca de 10% do combustível dos países que compõem o bloco, devem ser provenientes de energias renováveis, o que abriria caminho para o Brasil se tornar um dos grandes fornecedores para a região.

"Nós produzimos pouco biodiesel e nada de etanol. Vejo que o Brasil, e em especial Mato Grosso, poderá ser o nosso grande exportador de combustível renovável", disse Pacheco, durante reunião realizada ontem.

Segundo a Famato, durante o evento que contou com a presença de um grupo de empresários e lideranças do setor produtivo, o embaixador ainda afirmou que já foram realizadas conversas com o governo brasileiro para fechar um acordo.

Fonte:

Da Agência

Biodiesel trangênico

10/11/08 - O melhoramento genético no setor de biocombustíveis parece ser o novo foco da Monsanto. A empresa iniciou uma parceria na área de pesquisa com a empresa israelense Evogene visando o desenvolvimento de novas variedades de matérias-primas voltadas à produção de biodiesel. Na última semana, a companhia já havia anunciado no Brasil a aquisição da Aly Participações Ltda., controladora da CanaVialis S.A. e da Alellyx S.A., numa negociação que atingiu a marca dos US$ 290 milhões.

Além do acordo para a pesquisa, a Monsanto comprou o equivalente a US$ 18 milhões em participação da Evogene, com possibilidade de comprar mais US$ 12 milhões no futuro numa negociação que estará sujeita a possíveis novas exigências da empresa israelense.

A Evogene é uma das principais empresas do mundo atuando na área de pesquisa direcionada à biotecnologia para o uso de biodiesel e já vem desenvolvendo pesquisas direcionadas às culturas de milho, soja, algodão e canola, mas a partir da parceria com a Monsanto a mamona passaria a ser incluída na lista de estudos prioritários.

A perspectiva para os primeiros resultados dos estudos é de médio prazo. O acordo de colaboração está previsto inicialmente para durar cinco anos e a pesquisa deverá abranger traços chaves da planta como produtividade, estresse ambiental e utilização do fertilizante.

O acordo deve resultar para a Evogene um aporte de US$ 35 milhões. A empresa poderá ainda cobrar royalties dos produtos gerados com os resultados das pesquisas.

A parceria é vista com cautela por pessoas ligadas ao setor de biodiesel no Brasil. Alguns players desse mercado temem que um possível pioneirismo de uma multinacional em sementes modificadas para a produção de biodiesel possa se reverter em custo adicionais para o produtor. "A Embrapa ou outras entidades locais poderiam receber incentivo para fazer uma parceria como essa, mas quem saiu na frente foi uma multinacional que irá cobrar royalties na hora de vender", diz o diretor de Tecnologia da AustenBio, Richard Fontana.

No Brasil, onde a soja ainda é disparado o principal insumo para a produção do biocombustível, as pesquisas ainda estão em fase inicial. De acordo com o pesquisador da Embrapa Soja, Antonio Eduardo Pipolo, o processo para incorporar nas cultivares já adaptadas ao País uma alta concentração oléica pode demorar até 10 anos. "Na área de pesquisas com transgênico para esse setor podemos ficar para trás se não houver o investimento necessário", avalia.

Fonte:

Da Agência

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Esgoto também é fonte de energia

Cientistas israelenses descobriram uma forma de aproveitar um dos materiais mais inúteis e nojentos que a cidade produz: o esgoto. Eytan Levy e Ronen Shechter desenvolveram uma célula combustível que é alimentada pelo trabalho metabólico de bactérias presentes no esgoto e gera energia elétrica.

A célula, uma espécie de bateria, tem o tamanho de uma garrafa PET e não precisa ser recarregada. O fluxo constante de água de esgoto bombeada para dentro da célula alimenta as bactérias. Conforme as bactérias digerem a matéria orgânica do esgoto, elas liberam elétrons, que ativam o circuito elétrico. Essas bactérias são encontradas naturalmente na água do esgoto.

A técnica de utilizar bactérias em baterias elétricas já é conhecida há mais de cem anos. Porém, a energia produzida na decomposição é pequena e os cientistas estão trabalhando agoar em uma forma de otimizar essa produção. “Se combinarmos alguns processos, poderemos obter até 1 kilowatt/hora para cada quilo de dejeto tratado”, disse Levy. Em escala industrial, isso significa obter megawatts a partir dos resíduos que todos os habitantes das cidades produzem diariamente.

(Thaís Ferreira)

Fonte:

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Empresa de Uberlândia coleta óleo usado

A indústria Cavalcante Biodiesel inaugurou a primeira filial em Uberlândia na semana passada e lançou no mesmo dia um projeto de coleta de óleo de cozinha usado. As empresas cadastradas recebem um recipiente coletor que é recolhido quando está cheio, sem custo para o empresário.

A gerente regional da indústria, Karen Ferrari, ressaltou que o óleo destinado à usina reduzirá a quantidade de gordura descartada na rede de esgoto, que chega a seis toneladas por dia, segundo dados do Dmae. Veja aqui a relação entre biocombustível e meio ambiente.

A indústria não vai pagar pelo produto coletado, mas o projeto prevê doação de cestas básicas, que serão adquiridas com o valor total do que o empresário receberia pela coleta do produto. O valor médio de comercialização é de R$ 0,20 por litro.
As empresas interessadas podem entrar em contato com o escritório da indústria em Uberlândia pelo telefone (34) 3084-5023. Segundo Karen Ferrari, cerca de 10 empresas já se cadastraram e a intenção é de que o projeto seja levado a condomínios, edifícios e residências.

A indústria de transformação de óleo de cozinha usado em biodiesel fica em Iguatama (MG) , no centro-oeste mineiro, a cerca de 350 quilômetros de Uberlândia.

Fonte: Correio de Uberlândia

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Alta da demanda de biodiesel retém óleo de soja no Brasil

30/10/08 - Após três meses de o governo decidir aumentar a mistura obrigatória de biodiesel ao diesel, os efeitos nas indústrias de insumos que abastecem o setor já podem ser sentidos. Com 1% a mais na mistura - que corresponde à adição de 3% de biocombustível ao diesel (B3) -, é expressivo o impacto no volume de óleo de soja brasileiro que alcança o mercado externo.

A indústria do setor que em 2007 exportou 2,5 milhões de toneladas da matéria prima, este ano deve embarcar um volume 12% menor, ou 2,2 milhões de toneladas, é o que revela os dados e projeções da Associação Brasileira da Indústria de Óleo Vegetal (Abiove). "A projeção de exportação para a próxima safra é ainda um pouco menor", afirma Daniel Amaral, economista da Associação Brasileira de Indústria de Óleos Vegetais (Abiove). Até agora o País exportou 1,8 milhão de toneladas de óleo de soja, de uma produção que deve chegar a 6,2 milhões de toneladas.

De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), os embarques de óleo de soja referentes a agosto - mês seguinte à alteração da lei - ficaram em 210 mil toneladas, 107 mil a menos que as toneladas exportadas em julho. Essa significativa queda de 33%, reflete pelo menos parte do aumento da demanda interna pelo produto por parte das usinas produtoras de biocombustível. "É fato que o consumo interno de óleo de soja subiu de patamar e nós só estamos começando a sentir o impacto", analisa Miguel Biegai, da Safras & Mercado. Existe uma expectativa do setor de que até o final do próximo ano esse mesmo índice que já recuou o volume de óleo de soja exportado pelo País suba para 5%, o que poderia gerar um impacto ainda maior nas balança comercial do produto.

O crescimento da produção de biodiesel, estimulado pelo governo, pode impulsionar as importações de óleo de palma, matéria-prima que não alimenta nem 3% da produção nacional de biodiesel. De acordo com a publicação Oil World, entre janeiro e agosto a produção do combustível cresceu mais de três vezes na comparação anual, e atingiu 580 mil toneladas. No acumulado do ano pode chegar a 980 mil toneladas, ante as 353 mil toneladas de 2007. Mas Biegai, não aposta na opção pela importação de óleo de palma para sustentar essa alta. Em 2007, foi importado 148 mil toneladas do óleo, volume pequeno para o comércio mundial de 32,8 milhões de toneladas.

O diretor-executivo da União Brasileira do Biodiesel, Sérgio Beltrão, não acredita que a oscilação verificada no volume de óleo de soja embarcado seja conseqüência do aumento da demanda das usinas de biocombustíveis. Segundo ele, esse aumento "é facilmente atendido pela atual capacidade das indústrias brasileiras de esmagamento de grão e extração de óleo", e o perfil de exportação do País não seria em nada alterado. A capacidade instalada das indústrias produtoras de biodiesel é de três milhões de metros cúbicos ao ano. O B3 vai fazer circular no mercado brasileiro 1,3 bilhão de litros de biodiesel, 80% produzido a partir do óleo de soja.

Para a indústria de óleo, o fato de o produto permanecer no mercado interno não incomoda mais que as tarifárias elevadas. "Desde 97, o Brasil já perdeu US$ 19 bilhões de market share e agora vai perder ainda mais, calcula César Borges de Sousa, vice-presidente da Caramuru, companhia produtora de óleo de soja e de biodiesel.

Da Agência

Petrobras entrega primeira extratora de girassol do Rio Grande do Norte

O Programa de Biodiesel da Petrobras no Rio Grande do Norte inicia uma nova fase: a entrega de uma extratora de óleo vegetal ao Assentamento Canudos, em Ceará-Mirim. Com investimento de R$ 350 mil, o projeto foi realizado a partir de um termo de cooperação entre a Petrobras e a Cooperativa dos Produtores de Canudos (Copec). Essa é a primeira máquina extratora do Estado voltada para grãos de girassol.

O maquinário tem capacidade de gerar 120 litros de óleo de girassol por hora, beneficiando diretamente 500 famílias agrícolas e 100 famílias na utilização de co-produtos do grão.

Um dos produtos gerados é a torta de girassol, utilizada na criação de caprinos e ovinos, bem como na alimentação de tilápias criadas em tanques.

O principal resultado econômico para a Copec é a agregação de valor à produção dos pequenos agricultores, que vão passar a comercializar o óleo de girassol - mais valioso que a semente - para a produção de biodiesel. A presença da extratora também tem o papel de incentivar e alavancar a produção de girassol.

A extratora, que recebeu isenção de ICMS pelo governo do Estado, utiliza uma tecnologia ambientalmente correta, com tecnologia de extração a frio, sem utilização de caldeiras e, conseqüentemente, sem fazer uso de lenha. Isso contribui para melhoria e preservação do meio ambiente. O conjunto é formado por equipamentos de limpeza, prensagem e extração do óleo, filtragem e armazenamento.

No Rio Grande do Norte funcionam a Usina Experimental de Biodiesel I e a Unidade Experimental de Biodiesel II, que juntas já receberam investimentos de R$ 20 milhões e têm capacidade de produção de 20,4 mil toneladas por ano.

Fonte: Agência Petrobras

O CJP irá plantar 5 bilhões de mudas de Pinhão-Manso na Índia

Na Índia, o Centro de Promoção & Jatropha Biodiesel divulgou um plano para plantar 5 bilhões de mudas de Jatropha curcas para produzir 2,5 mil bilhões de galões de biodiesel por ano em Rajasthan, Gujarat e de Madhya Pradesh. O Centro disse que terá contrato com 30 zonais Bio Parceiros comerciais a nível do Estado, 210 Bairro Bio-business parceiros a nível distrital, e de 3.000 Bloco Bio-business Partners. A CJP propõe utilizar um modelo de contrato agrícola onde a CJP irá fornecer sementes e outros insumos e comprar de volta o óleo. O diretor da CJP, RR Sharma, disse em uma declaração de que a empresa está em discussão para expandir suas operações para a África Ocidental, bem como as Américas.

Fonte:

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Produção de Etanol com Algas

O Prof. Pengcheng \"Patrick\" Fu da Universidade de Hawaii (EUA) desenvolveu uma tecnologia inovadora, produzindo em escala etanol com cyanobacterias modificadas (blue-green-algae). Esta fonte nova de etanol não entra em conflito com a produção de ração e de alimentos e consome ainda CO2 no seu cultivo no sistema de photo-bio-reator de baixo custo, usando a luz solar.

Fu já desenvolveu cepas de cyanobacterias, que produzem etanol como resíduo e ganhou uma patente mundial com a sua invenção.

O teste no laboratório de biotecnologia em Hawaii utilizou photo-bio-reatores (PBR) com luz artificial e com luz solar. O sol funciona melhor, diz Fu. Transformando um resíduo em uma coisa útil é uma solução importante. As “blue-green-algae” necessitam somente sol e como nutrientes também um pouco açúcar, especialmente à noite no período sem insolação, usando o resultado da produção tradicional de cana, um pouco melasse. Assim temos uma solução interessante para a indústria do setor sucroalcooleiro.

Brasil e outros países tropicais ganham deste modo uma segunda opção, processando o etanol com o novo feedstock micro-algae. Assim cana de açúcar & algas podem atender juntos a grande demanda de etanol do mercado mundial. A produtividade de algas por hectare é no mínimo 10 até 20 vezes maior do que o rendimento da cana, dependendo só da verticalização do cultivo da altura do sistema de photo-bio-reatores verticais. Assim o Brasil poderia produzir mais e mais etanol, usando menos espaço. A produção em massa de etanol com algas poderia ser realizada em grande parte no Nordeste do país, perto dos portos marítimos, estimulando assim a capacidade de exportação desta região carente.

Um projeto nacional de produção em escala de etanol com algas seria um desafio, que necessita um projeto de Parceria Pública e Privada (PPP), envolvendo o Governo Federal, EMBRAPA, CTC – Centro de Tecnologia Canaviera, UNICA e Usinas de Álcool e Açúcar, bem como entidades como OCB e REDENET – Rede Norte e Nordeste de Educação Tecnológica e principalmente universidades, especialmente centros de pesquisa de algas (como o LABIOMAR da UFBA e o Setor de Bioenergia da FTC, ambos em Salvador).

A tecnologia da empresa La Wahie Biotech vai ser ajustada agora para preparar uma planta experimental com alto rendimento, uma BIOFÁBRICA DE ETANOL DE ALGAS, um desafio técnico para o futuro próximo.

Professor Dr. Pengcheng Fu possui passaporte chinês e americano, foi convidado recentemente pelo Governo da China, de estruturar em Beijing um projeto piloto de etanol de algas. A equipe da empresa La Wahie Biotech Inc. em Hawaii coordena ações da matriz da empresa start-up e de uma ONG criada, da FUNDAÇÃO LA WAHIE INTERNATIONAL.

No Brasil está em fase de implantação uma filial em Aracaju-SE; representante é o Professor alemão Hans-Jürgen Franke, especialista em bioenergia.

Fu começou a formação em engenharia química, depois continuou com biologia. Ele estudou na China, Austrália, no Japão e nos Estados Unidos.

Ele trabalha também com a NASA, pesquisando o potencial energético de cyanobacterias para futuras colonizações na Lua e no Marte. Recentemente a empresa La Wahie Biotech ganhou avards e prêmios no campo de Pesquisa e Desenvolvimento. Daniel Dean e Donavan Kealoha, ambos estudantes da Universidade (law, technology and business) são parceiros de Prof. Pengcheng Fu.

Fu diz, que a produção de etanol na base de plantações do agrobusiness como cana de açúcar ou ainda milho é bastante lenta e gasta muitos recursos. Por esta razão ele optou para as cyanobacterias, que convertem a luz solar e o nocivo dióxido de carbono na sua alimentação e deixam como resíduo oxigênio e etanol.

Alguns cientistas pesquisam cyanobacterias para fabricar etanol, usando diferentes cepas. Mas a técnica de Prof. Fu é única. Ele resolveu inserir material genético dentro de um tipo de cyanobacterium, e agora o produto de resíduo é somente etanol, separado no circuito do sistema de photo-bio-reator através de uma membrana. Funciona muito bem, fala Prof. Fu. O benefício é que a tecnologia de Prof. Fu começa produzir em poucos dias grandes quantidades de etanol com custo inferior do que técnicas convencionais.

O parceiro de Prof. Fu no Brasil - na representação da empresa La Wahie Biotech Inc. em Aracaju - Prof. Hans-Jürgen Franke – está coordenando o desenvolvimento de um sistema de photo-bio-reator de baixo custo. Prof. Franke vai articular agora projetos pilotos no Brasil.

Com o sequestro de dióxido de carbono (CO2) a tecnologia revolucionária de produção industrial de etanol de La Wahie Biotech Inc. serve ainda, para combater o aquecimento global.

Contatos:
• Prof. Pengcheng Fu – E-Mail: pengchen2008@gmail.com
• Prof. Hans-Jürgen Franke – E-Mail: lawahiebiotech.brasil@gmail.com

Tel.: 00-55-79-32432209

Ass: Hans-Jürgen Franke
Do:

Relação entre os mercados de biodiesel e da soja

"Ainda não está tão interessante. As perdas acumuladas estão longe de serem compessadas, mas quem entrega hoje para o governo, consegue uma margem razoável de lucro", analisa Miguel Biegai da empresa de consultoria Safras & Mercados. No primeiro trimestre do ano, a Brasil Ecodiesel fechou o caixa com um prejuízo líquido de R$ 526 mil.

Esses prejuízos antes amargados podem ser explicados pelo alto preço do óleo de soja, principal matéria-prima do biodiesel, e que naquela época derrubou a barreira dos R$ 3 mil por tonelada. Hoje o produtor desembolsa cerca de R$ 2,1 mil para comprar uma tonelada do produto. "Era um cenário assombroso. As empresas entregavam o biodiesel a um preço irrisório, tinha usina parada, outras nem participavam dos leilões promovidos pelo governo. Quem participava levava prejuízo de até R$ 1 em cada litro", relembra o analista.

Segundo Biegai, o número de usinas em atividade no último trimestre já é bem maior, e os preços atuais promovem uma margem operacional que permite ao mercado fazer uma projeção mais otimista para o setor.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP) estuda elevar a obrigatoriedade de biodiesel na composição do diesel de 3% para 4% já no próximo ano. Quando o índice operante for o B5, com 5% de biodiesel na mistura, a demanda pelo biocombustível no Brasil pode chegar a 2,4 bilhões de litros ao ano. Hoje essa mesma demanda fica em torno de 1,2 bilhões de litros. Quase todos eles abastecem o mercado interno, "volumes ínfimos alcançam o mercado europeu. Hoje essa demanda é obrigatória, graças às contas climáticas feitas pelo governo", pontua Miguel Biegai. Mesmo obrigatória, ele avalia que ela é ainda muito pequena para consumir toda a oferta disponibilizada pelas usinas brasileiras.

Hoje, o preço médio do litro de biodiesel é de R$ 2,60, e o custo de produção fica entre R$ 1,90 e R$ 2,20. O precioso litro de soja que abastece esse mercado atingiu hoje o razoável patamar de R$1,00, conforme rege a Bolsa de Chicago.

No próximo dia 15, a ANP realiza mais um pregão para comprar 64.800 de biodiesel e atender ao percentual mínimo obrigatório de adição de biodiesel ao óleo diesel vendido nas bombas com 3% do produto. A nova taxa está em vigor desde o dia 1º de julho, de acordo com a Resolução nº 2 do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Fonte:

Do:

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Liberação do plantio comercial de Pinhão Manso

Liberação do plantio comercial de Pinhão Manso - Instrução Normativa
14 de Janeiro/08

Ministério da Agricultura divulgou em janeiro deste ano a instrução normativa que libera o plantio comercial do Pinhão Manso.

Leia a Instrução Normativa na integra: INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 4, DE 14 DE JANEIRO DE 2008

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Pesquisa brasileira sobre microalgas é destaque na Superinteressante

As pesquisas de biocombustível a partir de microalgas conduzidas pelo Centro de Pesquisas da Petrobras-Cenpes, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande-Furg e Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, são destaques da edição 256 da Revista Superinteressante, de setembro de 2008. O projeto conta com a participação de professores, pesquisadores e estudantes da instituição e é coordenado pelo prof. dr. Marcelo D´Oca e pelo prof. dr. Joaquim Ariel Moron Villarreyes.

As microalgas, não-visíveis a olho nu, quando coletadas e tratadas, podem gerar biodiesel com alta produtividade. São capazes de crescer e se reproduzir em tanques, não usando espaço agrícola para serem cultivadas.

Somente 30 mil das 300 mil espécies de microalgas estão catalogadas pela Ciência. A pesquisa com biocombustível tem contribuído para esse processo, ampliando o conhecimento científico mundial sobre as microalgas.

As microalgas são coletadas, isoladas e identificadas, depois levadas para tanques de cultivo, para reprodução. Após quatro dias, são levadas para secagem e embaladas para evitar o contato com a luz e o oxigênio do ar.

Para a produção de óleo e de biodiesel, as microalgas secas são colocadas em reator para extração do óleo que será utilizado na fabricação do combustível. Esse óleo, de volta ao reator, é transformado em biodiesel por meio de reações químicas.

Fonte: Jornal Agora

Algas serão fonte para biocombustível do futuro

29/08/08 - As algas poderão se tornar a maior fonte ambientalmente correta para produção de todos os tipos de combustíveis - dos utilizados em automóveis ou em cortadores de grama até os que abastecem aviões de grande porte.

Como pequenas fábricas biológicas, as algas realizam a fotossíntese para transformar dióxido de carbono (CO2) e luz do sol em energia. E fazem isso de maneira tão eficiente que podem dobrar de tamanho várias vezes ao dia.

Pelo processo de fotossíntese, produzem lipídios e podem gerar até 15 vezes mais óleo por acre do que qualquer outra planta utilizada para produção de biocombustível. As algas têm a vantagem de se reproduzirem de forma extremamente rápida, seja em água salgada, doce ou até mesmo contaminada; no mar ou em tanques; sem ocupar terras agricultáveis.

O principal benefício ambiental, ao menos em teoria, é o maior crescimento das algas em ambientes com alta concentração de CO2 e matéria orgânica, como o esgoto, por exemplo. Partindo desse princípio, as algas podem ser aproveitadas para geração de biocombustíveis ao mesmo tempo em que seqüestram carbono.

Uma equipe da Universidade de Virginia, nos Estados Unidos, já estuda essa hipótese com o objetivo de determinar exatamente quão promissora é a produção de biocombustível a partir de algas.

Para a fisiologista de plantas da Universidade de Washington, Rose Ann Cattolico, a alga será a fonte de combustível do futuro. E ela não está sozinha nessa aposta - a empresa de investimentos Allied Minds, que trabalha com universidades para comercializar tecnologias em estágio inicial, juntou-se à Cattolico para formar a AXI, empresa que irá desenvolver a matéria-prima para os combustíveis de algas.

“As pessoas não imaginam quantos tipos de algas existem, desde as unicelulares até as grandes florestas de algas pardas, e cada uma delas se desenvolve de maneira diferente”, afirma a pesquisadora. “O que nós estamos tentando fazer é selecionar as melhores dentre as melhores, aquelas que produzem os lipídios certos para cada tipo de combustível em particular”.

Diferente de muitas culturas agrícolas, como a do o milho, cujo amido é o subproduto da fotossíntese, algumas algas produzem lipídios. Assim, um tipo de alga pode fornecer o óleo apropriado para o motor de um veículo; enquanto outra é útil para aquecimento doméstico; e uma terceira pode ainda gerar o lipídio exato para impulsionar um avião através do Pacífico. Há também a possibilidade de se utilizar as algas para outros fins, como a produção de os ácidos de Omega 3 - populares na dieta alimentar.

Até pouco tempo, o biocombustível a partir de algas era considerado uma idéia muito cara para decolar, mas Cattolico acredita que o desenvolvimento de extratos da planta que maximizam a produção do combustível pode ser parte da solução.

A previsão é de que os produtos estejam disponíveis para o público dentro de 10 a 25 anos. Nesse período será necessário criar toda a infra-estrutura, que vai dos serviços especializados às usinas de processamento, além da busca por investimentos do mercado. Análises mais otimistas acreditam que dentro de seis a oito anos já é possível ter algo usável, mas equipamentos e técnicas para isso ainda estão sendo desenvolvidos.

Fonte - Sabrina Domingos

Da Agência

Girassol ainda gera desconfianças em Campos

Hoje em Campos já existem estudos de adaptação climática, com mapas indicativos das condições especiais para o plantio das oleaginosas, matéria prima para o biodiesel. Quem cuida da área agronômica no município é a Pesagro, que aposta, entre todas as plantas, no girassol, rústica e apontada como ideal ao clima da região, uma cultura que agrega valores, propiciando ainda a exploração da apicultura.

O diretor e pesquisador do órgão, Silvino Amorim, explica que o girassol, considerado um dos óleos nobres na culinária, pode ser plantado no período de outono-inverno e, também, no verão. Silvino já tem tudo na ponta do lápis. Segundo ele, uma tonelada de semente de girassol pode produzir até 450kg de óleo.

E em termos de investimento para o produtor, os números também não deixam de ser satisfatórios. Silvino calcula que três hectares da plantação correspondam a dois mil litros de óleo, ou dois mil litros de biodiesel.

— Temos mostrando nossos trabalhos em torno do biodiesel em toda a região, incentivando o Sebrae e outros setores da economia para a criação de uma cadeia produtiva, desde à tecnologia, até à comercialização — diz Sivino.

Embora os órgãos locais tenham pesquisas e estudos prontos, na região não existe ainda produtor trabalhando para isso, só alguns de forma isolada e em pequenas áreas. Ainda paira desconfiança no ar.

Fonte: Folha da Manhã

Governo quer melhorar produtividade da mamona

O trabalho hoje se restringe aos municípios do Território Serra da CapivaraÁreas

O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) apóia o Programa do Biodiesel no Piauí e está investindo na organização dos produtores de mamona no Território Serra da Capivara, que envolve os 13 municípios da região de São Raimundo Nonato, no Semi-árido piauiense.

O superintendente regional do MDA no Piauí, Adalberto Pereira, explicou, na manhã desta terça-feira (26), que o trabalho é feito em parceria com o Governo do Estado através de órgãos como o Emater e a Comunidade Kolping, uma ONG que há vários anos atua no Piauí.

Segundo Adalberto Pereira, o trabalho hoje se restringe aos municípios do Território Serra da Capivara, porque eles oferecem um solo mais propício para o cultivo da mamona. “O objetivo é melhorar a produtividade, para que o plantio de mamona possa realmente se transformar num investimento que promova a geração de emprego e renda."

Na região, os agricultores conseguem colher de 400 a 500 quilos de mamona por hectare, o que é considerada uma produtividade muito baixa. “Com a introdução de sementes selecionadas e novas técnicas de plantio, essa produtividade pode subir para até 2 mil quilos por hectare, numa cultura consorciada com feijão”, destaca Adalberto Pereira.

O superintendente que a empresa Brasil Ecodiesel, que mantém uma usina de biodiesel na cidade de Floriano, compra o quilo de mamona por R$ 0,65, mas no mercado de São Raimundo Nonato chega a custar até mais de R$ 1,00, principalmente nesta época do ano, quando o produto fica mais difícil.

Fonte: Ccom

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Zoneamento agroecológico do dendê é tema de oficina em Rondônia

Pesquisadores e técnicos discutiram nesta terça-feira, 26, os resultados preliminares do zoneamento agroecológico do dendê durante a VII Oficina Técnica do projeto Zondendê. O evento acontece na sala de treinamento da Embrapa Rondônia em Porto Velho das 8h30 às 12h.

Foi exposto o zoneamento agroecológico para a cultura do dendê em áreas desmatadas da região Amazônica, no caso no estado de Rondônia, pelo pesquisador da Embrapa Solos, Antônio Ramalho Filho, coordenador do projeto. Será feita apresentação geral do projeto Zondendê, Zoneamento Agroecológico do Dendê em Áreas Desmatadas da Amazônia Legal, e um balanço das atividades bem como os procedimentos metodológicos utilizados. Este projeto visa conhecer o potencial das terras para a cultura do dendê visando à produção de biodiesel. O projeto Zondendê é uma demanda do Ministério da Ciência e Tecnologia e é financiado pela Finep. Esse zoneamento, que teve início em 2005 e está na fase final, foca dois níveis tecnológicos, com alto nível e com baixos insumos, de forma a atender condições para a agricultura de larga e pequena escala.

Questiona-se a viabilidade da cultura no Estado em decorrência de significativo período de estiagem, explica o pesquisador, porém, espera-se que a resposta possa vir desse zoneamento, que será apresentado na oficina e discutido entre técnicos de instituições de Rondônia que poderão validar estes resultados.

O dendê apresenta alta produtividade de óleo, o qual é muito superior se comparado a outras oleaginosas com potencial para produção de biocombustível, além do fato de ser uma cultura já domesticada e de utilização comprovada na região. O pesquisador adianta que o Brasil tem potencial comparável a outros grandes produtores, como Malásia e Indonésia. No país, o cultivo do dendê está concentrado no Pará e sul da Bahia.

Com relação ao biocombustível, a Embrapa Rondônia, sob a coordenação do pesquisador Rodrigo Barros, em parceria com a Universidade Federal de Rondônia, UNIR, e a Embrapa Agropecuária Oeste, desenvolve pesquisas com as culturas do pinhão manso, pupunha, buriti e outras oleaginosas alternativas da região amazônica.

Fonte: Rondonoticias

Crambe é aposta para biodiesel

SÃO PAULO, 27 de agosto de 2008 - Uma nova alternativa para a produção de biodiesel no Brasil foi plantada no sul de Goiás: o Crambe. Com o nome científico de Crambe abyssinica, essa planta é da família das brassicaceae e tem a vantagem de ser tolerante à seca e às geadas. Ela floresce em 35 dias e a colheita pode ser em até 90 dias.

Os testes foram feitos durante a safrinha e tiveram bons rendimentos, segundo o analista e chairman da BiodieselBR, Univaldo Vedana. 'Foram empresas privadas que acreditaram no projeto, sem apoio governamental.'

De acordo com Vedana, o Crambe pode ser plantado até o início de abril no Centro-Oeste, epóca em que a soja já foi colhida 'Por ser uma cultura de inverno se torna um alternativa para a safrinha.'

Mas para melhorar a produção, o analista diz que são necessárias políticas públicas claras e objetivas. 'É preciso organizar as cadeias produtivas para cada produto.'

Vedana também defende a plantação de Cramber para a agricultura familiar. Ele afirma que a planta tem maior rendimento de óleo por hectare e exige o uso de mão-de-obra. 'Outras alternativas para a agricultura familiar são o dendê, pinhão manso, babaçu e macaúba, ou plantas em consórcio com alimentos.'

Univaldo Vedana participou do 4º Biodiesel Congress, que termina amanhã, em SãoPaulo.

(Sérgio Toledo - InvestNews)

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Falta de tecnologia impede biodiesel de girassol

SAFRAS (26) - A falta de controle sanitário na produção de girassol impede o expansão dessa cultura no País, o que dificulta a extração de biodiesel a partir dessa planta. Segundo o pesquisador e membro do Painel Científico Internacional de Energias Renováveis da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), Décio Gazzoni, o Brasil não conseguiu resolver problemas tecnológicos 'simples' que permitiriam o melhoramento da produção.

'O girassol pode disputar o espaço da safrinha do milho para biodiesel.' O girassol responde por 8% do total de biodiesel produzido no mundo. Décio Gazzoni participou do 4 Biodiesel Congress, que começou hoje e termina no dia 28 de agosto, em São Paulo. As informações partem da InvestNews.

Fonte:

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Ambientalistas pedem explicação para Carlos Minc

25/08/08 - Alvo de críticas dos ambientalistas, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, tem encontro marcado na tarde desta segunda-feira com dirigentes das ONGs que atuam no setor. Os ambientalistas acusam o ministro de fazer seguidas concessões ao lobby ruralista, e vão entregar um manifesto em que condenam seu apoio ao plantio de espécies exóticas, como o dendê, em áreas desmatadas da Amazônia.

De acordo com os ativistas, Minc está contrariando seu discurso de posse, quando afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não permitiria a redução da reserva legal de áreas verdes na maior floresta tropical do mundo. O documento já circula na internet e traz a assinatura de 13 entidades, como WWF Brasil, Greenpeace, Amigos da Terra e Instituto Socioambiental.

Neste domingo, o ministro negou que seu aval à liberação de novas áreas de plantio de cana - em acordo com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes - ponha em risco a proteção do Pantanal. De acordo com Minc, o novo zoneamento da cana, que permitirá o plantio em terras do Planalto Pantaneiro, não ameaça as riquezas naturais da região.

- O Pantanal não vai virar canavial. Não vai haver nenhuma nova usina de cana no Pantanal - afirmou Minc.


O ministro negou que o acordo atenda a interesses da bancada ruralista no Congresso, como acusam as ONGs. Ele disse que o plantio da cana só será liberado em áreas hoje ocupadas por pastagens e outras lavouras.

Minc contestou trechos de reportagem publicada sábado no jornal "O Globo", informando que o presidente Lula assinará, nos próximos dias, um decreto com novas regras para o plantio de cana no Pantanal e na Amazônia.

- Isso ainda não está decidido. Pode ser um decreto ou uma portaria conjunta entre mim e o Stephanes - disse.

Leia a íntegra do manifesto das ONGs ambientalistas.

Fonte: - Bernardo Mello Franco

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Bioenergia recebe reforço de 25 toneladas de mamona

“O projeto de bioenergia no Piauí nunca parou, mas faltava uma coordenação. Outro problema é a assistência aos cerca de cinco mil agricultores familiares na região de São Raimundo Nonato”, explicou o coordenador adjunto do programa de biodiesel no Piauí, José Wellington Dias, durante a instalação de uma câmara técnica instalada na última quinta-feira (14) no auditório da Secretaria de Planejamento.

Ao final da reunião, o governo estadual e a Brasil Ecodiesel garantiram a entrega de 25 toneladas de sementes de mamona e outras 25 toneladas de feijão para os agricultores familiares utilizarem na safra 2008/2009. Além disso, segundo o secretário de Planejamento, foi sanada a dúvida no que diz respeito à coordenação do projeto. “havia uma expectativa de que o Sérgio Vilela (superintendente de Assuntos Estratégicos) fosse deslocado para outra missão. .

Técnicos do Emater, Embrapa, MDA e da Brasil Ecodiesel também discutiram sobre a o uso das oleaginosas na produção do biocombustível. Para eles, deve ser seguido o exemplo da Bahia, que não está fechado apenas na monocultura da mamona. A desinformação acerca do projeto tem, segundo José Wellington, levado a interpretações erradas não só por parte da imprensa, mas da própria Agência Nacional de Petróleo. “Dizer que a mamona não serve mais para o biodiesel me incomoda. Até porque é uma informação equivocada. Temos estudos avançados que comprovam, por exemplo, que a mamona também pode ser plantada em áreas baixas e não só acima dos 300 metros do nível do mar. Com isso, tivemos boa experiência no litoral e isso significa que toda a região norte do Piauí tem potencial para o plantio da mamona, em consórcio com outra cultura, de acordo com a característica do município, tomando por base o zoneamento”, explicou.

A iniciativa do deputado João de Deus (PT) em pedir audiência pública para discutir a viabilidade da mamona como matriz energética na produção do biodiesel foi comemorada. Presente à instalação da câmara técnica, o líder do governo na Assembléia Legislativa foi escolhido como interlocutor, uma vez que o projeto “carece de um respaldo político”.

“A audiência está confirmada para ao próximo dia 27 (quarta-feira) no Plenarinho da AL, às 15 horas. Queremos discutir não só a viabilidade da mamona, mas também a sua utilização em outras áreas. É importante ainda entender o papel de outras oleaginosas, como o etanol, soja e o girassol, na produção do biodiesel”, disse o parlamentar, cujo gabinete possui técnicos que vão acompanhar as discussões em torno do projeto, abastecendo o parlamentar de informações.
Wesslley Sales

Fonte: TV Canal 13

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Biodiesel de algas

Agência FAPESP – Os ministérios da Ciência e Tecnologia (MCT) e da Pesca e Aqüicultura (MPA) publicaram o primeiro edital para seleção de projetos de pesquisa que contemplem a aqüicultura e o uso de microalgas como matéria-prima para a produção de biodiesel.

Ao todo, serão repassados R$ 4,5 milhões por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). As propostas devem ser apresentadas sob a forma de projeto e encaminhadas ao CNPq exclusivamente pela internet, por intermédio do formulário de propostas on-line.

Segundo o CNPq, serão admitidos projetos que englobem todo o processo de produção e transformação em temas como: desenvolvimento de técnicas de cultivo de microalgas de baixo custo e que visem a produção de óleo como matéria-prima para a produção de biodiesel; estudos de potencial de cepas de microalgas; avaliação da viabilidade econômica do processo global do cultivo à obtenção de biodiesel; processos mais econômicos e eficientes do que os convencionalmente usados para a coleta de microalgas e extração do óleo para a produção de biodiesel.

A data-limite para submissão das propostas é 25 de setembro. Os resultados serão divulgados no Diário Oficial da União e na página do CNPq na internet a partir de 27 de outubro. Os primeiros projetos começarão a ser contratados a partir de 1º de dezembro.

Mais informações: www.cnpq.br/editais/ct/2008/026.htm

Fonte:

Mamona gera emprego e renda na região do semi-árido

O Brasil dispõe de diversas oleaginosas para a produção de biodiesel. Além de ser extraído de gordura animal, o combustível é derivado de óleos vegetais como os de soja, dendê (palma), girassol, babaçu, amendoim, mamona e pinhão manso. No semi-árido, a mamona representa uma oportunidade de geração de emprego e renda porque a planta é resistente ao clima seco e tem mercado diversificado e crescente.

O Nordeste concentra 93% da produção de mamona que é direcionada a diferentes segmentos como a indústria de cosméticos e lubrificantes, além de usinas de biodiesel. Cerca de 29 mil agricultores familiares da Bahia e Sergipe vão produzir, até dezembro, 48,8 mil toneladas de grãos para a primeira usina de biodiesel da Petrobras, inaugurada em julho, em Candeias (BA). Deste total, 30,6 mil toneladas são de mamona e 18,2 de girassol.

Para o funcionamento da unidade, 58% do total de compra da matéria-prima foi adquirido da agricultura familiar, o suficiente para obtenção do Selo Combustível Social.

Safra - De acordo com a Conab, a produção de mamona no Brasil nesta safra será de 146 mil toneladas, 55,8% a mais que no ciclo passado. O aumento é resultado de um crescimento de área de 7,3% e melhora de 45,3% na produtividade, comparada ao período anterior. Os agricultores estão colhendo em média 875 quilos por hectare. Durante a safra 1997/98, por exemplo, a colheita rendia apenas 142 quilos por hectare.

Fonte:

sábado, 9 de agosto de 2008

Safra de soja atinge recorde de 60 milhões de toneladas

A safra de soja do Brasil na temporada 2007/08 foi estimada em um recorde de 60 milhões de toneladas, informou nessa quinta-feira a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu décimo primeiro levantamento de produção.

A estatal elevou a sua previsão em relação ao mês anterior, quando havia estimado a safra em 59,8 milhões de toneladas.

A colheita da soja em 07/08 já foi encerrada no Brasil, o segundo produtor mundial da oleaginosa atrás dos Estados Unidos.

Na temporada passada (2006/07), o Brasil produziu 58,4 milhões de toneladas.

Fonte:

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

São Paulo testa ônibus a hidrogênio

07/08/08 - Entre setembro e dezembro o ônibus movido a hidrogênio será testado pela empresa Metra, que opera no corredor São Mateus-Jabaquara, zona leste de São Paulo, com extensão de 32 km, abrangendo a área do Grande ABC. Nesta fase, o teste será sem passageiros. A partir de dezembro, será disponibilizado para os 285 mil passageiros diários que utilizam o corredor. A informação é do gerente de desenvolvimento da EMTU e responsável do projeto, Carlos Zundt. A tarifa será a mesma.

O executivo diz que é cedo para falar em frota, mas adianta que o contrato prevê a montagem de mais quatro unidades até chegar ao ponto de propor ao governo do estado um plano de médio e longo prazo de implantação efetiva do projeto. Por questões de cláusulas de confidência, fixadas entre os participantes do consórcio, não é permitido citar valores, embora Zundt deixe escapar que ele ultrapassa a casa dos R$ 22 milhões, em montagem , desenvolvimento, instalação do posto de abastecimento, entre outros itens.

O custo unitário por veículo, conforme o executivo, fica próximo do valor de dois trolebus, somando aí o valor da energia elétrica para movimentação. "O trolebus e o hidrogênio não poluem. A diferença é o custo da energia elétrica e o custo do hidrogênio. O processo e a tecnologia que estamos usando fogem de tudo o que se viu até hoje no mundo. Ele permite que qualquer fornecedor de células participe. Somado a isso temos montadoras de ônibus com preços relativamente baixos e alta qualidade. No cotação com americanos e alemães, nossos preços são mais satisfatórios." "Este projeto tem possibilidade de criar nova atividade econômica para o Brasil", vislumbra o presidente da EMTU, José Ignácio Sequeira de Almeida.

Fonte:

Da Agência

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A pergunta que não quer se calar: O biodiesel a partir da mamona é viável?

Ao prestarmos atenção nos jornais, revistas e telejornais nos depararemos com várias matérias sobre o biodiesel.

Em outros casos encontraremos manchetes dizendo que o preço do petróleo se aproxima dos 150 dólares o barril. Por esse motivo, o biodiesel já pode ser considerado uma alternativa a essa crise.

Nosso país possui diversidade de solos, de climas e de culturas. Podemos explorar o biodiesel a partir da mamona, da soja, do girassol, da palma, do dendê e, até mesmo, de produtos de origem animal, como é o caso do sebo.

A cultura da mamona, além de ser uma alternativa para a produção de biocombustível, pode ser um potencial no resgate econômico e social das famílias rurais. O plantio da mamona pode ser um forte instrumento de renda para os produtores familiares que se inserirem no programa.

Esse nobre óleo feito a partir da mamona é utilizado pela indústria química e pela indústria de lubrificantes, entretanto pode ter sua demanda aumentada conforme prevê a “Lei da Oferta de Procura”, assim, o preço de mercado da mamona pode dobrar.

Esse programa, pela sua magnitude, pode ter estar apenas engatinhando. Hoje ele só está ocorrendo graças a subsídios. Há redução fiscal que chega até a isenção de 100% em alguns casos e claro há o financiamento do BNDES com juros baixos. O governo traçou a meta ambiciosa de produzir 800 milhões de litros de biodiesel por ano, o que significa uma redução de 160 milhões de dólares na importação de diesel. Diante disso, podemos afirmar que o impacto econômico é enorme, seja na redução das importações de petróleo e diesel refinado, seja na melhoria na balança comercial e no desenvolvimento regional fixando o homem no campo.

Há um grande risco de que a meta imposta pelo governo não seja cumprida, pois vem estimulando a produção do biodiesel a partir do óleo da mamona, principalmente na região do semi-árido do Nordeste. O risco está no fato de que para a mamona ser competitiva o subsídio deverá ser um tanto quanto “milagroso”.

O Jornal O Globo trouxe uma matéria dizendo que o mercado internacional de mamona paga aproximadamente mil dólares por uma tonelada de mamona (para produção de óleo de mamona) e o biodiesel produzido a partir de uma tonelada de mamona renderia quinhentos dólares, diferença essa que poderá inviabilizar o cumprimento da meta governamental. Para atingir o objetivo inicial o governo precisaria desembolsar aproximadamente dois bilhões de dólares em subsídios. Questionamento: O governo terá condições de manter o programa de pé? Esperamos que sim, mas vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos!

Marçal Rogério Rizzo: Economista, Professor Universitário, Especialista em Economia do Trabalho, Mestre em Desenvolvimento Regional pelo Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Fonte: artigos.com