29/08/08 - As algas poderão se tornar a maior fonte ambientalmente correta para produção de todos os tipos de combustíveis - dos utilizados em automóveis ou em cortadores de grama até os que abastecem aviões de grande porte.
Como pequenas fábricas biológicas, as algas realizam a fotossíntese para transformar dióxido de carbono (CO2) e luz do sol em energia. E fazem isso de maneira tão eficiente que podem dobrar de tamanho várias vezes ao dia.
Pelo processo de fotossíntese, produzem lipídios e podem gerar até 15 vezes mais óleo por acre do que qualquer outra planta utilizada para produção de biocombustível. As algas têm a vantagem de se reproduzirem de forma extremamente rápida, seja em água salgada, doce ou até mesmo contaminada; no mar ou em tanques; sem ocupar terras agricultáveis.
O principal benefício ambiental, ao menos em teoria, é o maior crescimento das algas em ambientes com alta concentração de CO2 e matéria orgânica, como o esgoto, por exemplo. Partindo desse princípio, as algas podem ser aproveitadas para geração de biocombustíveis ao mesmo tempo em que seqüestram carbono.
Uma equipe da Universidade de Virginia, nos Estados Unidos, já estuda essa hipótese com o objetivo de determinar exatamente quão promissora é a produção de biocombustível a partir de algas.
Para a fisiologista de plantas da Universidade de Washington, Rose Ann Cattolico, a alga será a fonte de combustível do futuro. E ela não está sozinha nessa aposta - a empresa de investimentos Allied Minds, que trabalha com universidades para comercializar tecnologias em estágio inicial, juntou-se à Cattolico para formar a AXI, empresa que irá desenvolver a matéria-prima para os combustíveis de algas.
“As pessoas não imaginam quantos tipos de algas existem, desde as unicelulares até as grandes florestas de algas pardas, e cada uma delas se desenvolve de maneira diferente”, afirma a pesquisadora. “O que nós estamos tentando fazer é selecionar as melhores dentre as melhores, aquelas que produzem os lipídios certos para cada tipo de combustível em particular”.
Diferente de muitas culturas agrícolas, como a do o milho, cujo amido é o subproduto da fotossíntese, algumas algas produzem lipídios. Assim, um tipo de alga pode fornecer o óleo apropriado para o motor de um veículo; enquanto outra é útil para aquecimento doméstico; e uma terceira pode ainda gerar o lipídio exato para impulsionar um avião através do Pacífico. Há também a possibilidade de se utilizar as algas para outros fins, como a produção de os ácidos de Omega 3 - populares na dieta alimentar.
Até pouco tempo, o biocombustível a partir de algas era considerado uma idéia muito cara para decolar, mas Cattolico acredita que o desenvolvimento de extratos da planta que maximizam a produção do combustível pode ser parte da solução.
A previsão é de que os produtos estejam disponíveis para o público dentro de 10 a 25 anos. Nesse período será necessário criar toda a infra-estrutura, que vai dos serviços especializados às usinas de processamento, além da busca por investimentos do mercado. Análises mais otimistas acreditam que dentro de seis a oito anos já é possível ter algo usável, mas equipamentos e técnicas para isso ainda estão sendo desenvolvidos.
Fonte - Sabrina Domingos
Da Agência
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
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