11/12/08 - Pressionados pela desaceleração econômica mundial derivada da crise financeira irradiada a partir dos EUA, os preços internacionais do óleo de palma despencaram nos últimos meses e têm poucas perspectivas de recuperação no curto prazo.
Ontem, na bolsa da Malásia, os contratos com vencimento em fevereiro, atualmente os mais negociados, até que subiram, US$ 11, e fecharam a US$ 441,22 por tonelada. Mas as perdas em relação ao pico histórico de US$ 1.353,70 alcançado pelos futuros de terceira posição de entrega em março passado preocupam produtores e exportadores.
Ainda que tenha pouca relevância no Brasil, responsável por pouco mais de 100 mil toneladas de uma produção total anual da ordem de 37 milhões de toneladas, o óleo de palma é o óleo vegetal mais consumido do mundo. A oferta é encabeçada por Malásia e Indonésia, e a rainha do consumo, é claro, é a China.
E são os chineses o principal foco de preocupação do segmento no momento. Marcello Brito, diretor comercial da Agropalma, maior empresa do ramo no Brasil, afirma que os importadores do gigante asiático estão "fora do mercado", comprando apenas pequenos volumes, desde as Olimpíadas, em meados do ano. Com isso, afirma, os estoques dos exportadores crescem a olhos vistos.
Se os estoques da China são um mistério mesmo para os mais bem informados, tanto os de Malásia quanto os de Indonésia já superaram 2 milhões de toneladas, conforme Brito. A Malásia ainda conseguiu um bom aumento de embarques nos primeiros dez dias de dezembro (por isso os preços subiram ontem), mas em parte graças à Índia. Em tempos de recessão, diz o executivo, isso significa que, como em outros setores da economia, a tendência de consolidação parece inevitável.
Se no óleo de soja entre 70% e 80% da produção mundial é dominada por cinco ou seis grandes grupos, no óleo de palma a mesma fatia é dividida por entre 30 e 35 empresas. Empresas como as americanas ADM, Bunge e Cargill atuam nos dois mercados, e na palma disputam espaço com grandes companhias asiáticas.
Nesse contexto, medidas adotadas pelo governo brasileiro para facilitar as importações recebem duras críticas da Agropalma. Brito lembra que há dois anos o país eliminou a tarifa de importação de 10% que onerava o óleo da Colômbia, 5º maior produtor mundial. Em 2008, a tarifa do óleo de palmiste, que era de 10%, caiu para 2%. Extraído da polpa da palmeira, o óleo de palma, com distintos níveis de refino, é muito utilizado na alimentação - o azeite de dendê baiano é um exemplo. Já o óleo de palmiste, extraído da semente, serve às indústrias oleoquímica e de cosméticos, entre outras.
Fonte: Valor Econômico
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário