quinta-feira, 3 de julho de 2008

Tungue: A Planta


Nome Científico - Aleurites sp.

Nomes Populares
ungue, nogueira de óleo, em português. A Aleurites moluccana é conhecida por nogueira-do-iquape, nogueira-da-praia, ou nogueira-de-Sta. Catarina. Bancoulier dos Franceses ou noz-da- molucas. A Aleurites Fordii é tung-oil-tree dos Ingleses. A Aleurites cordata é cognominada abrasin do Japão, aleurites do Japão. A AleuritesTrisperma é a balacanoa, de huile de bois de chine, na França. Na Alemanha-chinezis ches tungol. Em Italiano-Óleo di legno di China. Os Americanos do norte-Chineses tung oil ou Chino-wood-oil.

Família

Das Euforbiáceas: o gênero Aluerites foi criado por Foster em 1776, com cinco espécies.

Origem

São oriundas do Extremo Oriente em particular da China, onde há em estado semi-selvagem; o centro de origem é o vale do yang-tzê, a 30º de latitude norte, entre os paralelos de 24º a 34º, correspondendo a região entre o Sul de São Paulo e Sul do Uruguai.

História Geral

O primeiro a citar o óleo de planta arbórea empregado pelos chineses no calafeto dos barcos foi Marco Polo no século XIII. A primeira descrição de Aleurites montanha foi por Loureiro, missionário português, em 1790.

A nogueira-de-iguape, foi descrita pelo Botânico Wildenow, em 1805. Hemley assinalou, em 1906 a distribuição entre a Aleurites cordata do Japão e a Aleurites Fordii da china.

Wilson, em 1913 diferenciou a espécie Aleurites Fordii da Aleurites montana que recebeu o nome vermicia montana de loureiro.
A introdução no E.U. da América do Norte foi em 1905. Cultiva-se na Florida, Geórgia, Alabama e Mississipe desde 1927.

Primeiras Nogueiras no Brasil

É possível que a nogueira-do-iguape tenha sido uma das primeiras espécies cultivadas no Pais, porquanto em 1925 já existia a extração do óleo em Florianópolis, por uma usina rudinen- tar.Constava de um descascador de centrífugo, que lançava a noz de encontro a uma chapa dentro de um compartimento. Separadas as nozes das cascas, eram passadas em moinho comum de carne. A massa em fios era prensada dentro de sacos.

Em São Paulo as primeiras nogueiras eram foram introduzidas em 1930 pelas Indústrias Reunidas F. Matarazzo, adquiridas no Estado da Georgia, de Wight Nursey and Ochard Cy. Tais mudas foram plantadas na chácara de Tatuapé, na usina amalia no jaraqua ( Paraná ). Em 1928, o professor P.H. Rolfs, então Diretor da Escola Agricola de Viçosa, M.G., trouxe da Flórida as primeiras sementes de tungue introduzidas no Estado de São Paulo. As sementes foram entregues ao Instituto.

Adubação Química

É melhor praticada com base na análise do solo, empregando-se as quantidades dos adubos recomendados.

QUESTÕES IMPORTANTES

As principais aplicações do Óleo

Óleo - É secativo, de padrão superior ao de linhaça. Presta-se como revestimento e acabamento de trabalhos de esmalte e vernizes, nas construções, mobílias, acessórios, decorações, indústrias de automóvel, de eletricidade, têxteis, litografia, tintas especializadas, aplicações domésticas, roupas, linóleos, lonas isolantes, fios elétricos, revestimento de parades, sacos, cartuchos para pólvora, papéis, madeiras, cabos submarinos tubos para cosméticos, pastas dentitrícias, vernizes de assoalhos, cascos de navios, chapéus de chuva, couros, calafetagem de barcos, lacres, sabão.

O óleo é usado desde o século XVI como preservativo da madeira.

O óleo de tungue é inferior ao de linhaça na fabricação de vernizes. Os ácidos graxos do óleo de tungue servem como ácidos graxos do óleo de linhaça para substituir a goma-laca, na manufatura de vernizes.

Os principais países produtores

China, Paraguai e Argentina

As características botânicas e qual é o processo de produção do óleo de tungue

O tungue é de porte frondoso, ramos mais ou menos tomentosos capaz de alcancar 10m de altura, casca fina cinza-pálida, numerosos ramos, reunidos em ramalhetes, com copa de 5 a 10m de diâmetro quase sempre monóicas.

O pecíolo pode alcançar 40cm de comprimento.

As flores, unisssexuadas, surgem antes das folhas na Aleurites Fordij e na Aulerites molucana, depois, grupam com folhas nas pontas dos ramos do ano antrior.

Já o processo de produção, sinal de maturação - é a queda natural dos frutos; ainda na árvore os frutos perdem a cor verde natural, tornam-se verde-escuro, depois pardos e caem naturalmente, a começar do fim de março. A colheita - os frutos são apanhados no chão limpo de mato e folhas, antes de se abrirem, para evitar a fermentação da casca, aquecendo as sementes, o que acidifica o óleo. Colhem-se, varejando as árvores no último estágio do amadurecimento dos frutos, que são abertos à mão e secados antes do ensacamento, para recolhimento ao armazém; as sementes úmidas fermentam quando chove. As sementes são secas ao ar, sobre o em relação ao fruto, é de 18% e de 30% em relação à semente. O rendimento do óleo por hectare é de 450kg ou mais. Há rendimento de 7 t/ha com 660 plantas de 4x4 m. A Aleurites Fordij tem reunido 2.000kg.

O principal motivo da varibilidade do rendimento está na deficiência de fertilidade do solo. É necessário adubar cada ano para melhor regularidade das safras. Uma Aleurites Montana tem produzido com 8 anos, 993,5 K/ha/ano rendendo 347kg de óleo de produzir normalmente 15kg/árvore cada ano. A Aleurites Cordata, no Japão, segundo J. Motte, produz de 50 a 100kg de sementes por hectare. A Alaurites molucana, da praia, com 5 anos, produz 420kg de frutos/ha/ano.

Produtividade (rendimento) de óleo por hectare por árvore e por fruto.

O rendimento em frutos e sementens, comquanto se inicie com 3 anos a produção, esta só é com 5 - 6 anos. É plena aos 10 anos e permanece até mais ou menos aos 30 anos.

O rendimento varia muito de espécie para espécie, de tungueiro para tungueiro, na mesma espécie, de ano para ano. Esta variação decorre do clima, temperatura e irregularidade das chuvas, da heterogeneidade das plantas por falta de seleção, do espaçamento, do solo por falta de adubação, de matéria orgânica, da deficiência e irregularidade das capinas, do combate às pragas e doenças. A variabilidade das safras, de um ano para outro, pode elevar-se a 80 - 90%.

O rendimento para cada planta pode variar, por árvore, desde 4 a 12kg de fruto seco. Um hectare pode render 1t, ou mais de 2.500kg.

O fruto natural em 20% de umidade; a semente contém 38%; a amêndoa, 60%. O rendimento do óleo, praticamente, em relação ao fruto, é de 18% e de 30% chão bem seco, em camadas pouco espessas, fugindo sempre da umidade. após esta secagem parcial ou sem ela, são os frutos descascados mecanicamente nas fábricas ou em aparelhos portáteis montados sobre o trator. O descascador consta de um tambor giratório de uma caixa perfurada. A capacidade é de 800 kg, em média, por hora; a quebra das sementes é em média de 8 - 10%. Um operário munido de faca pode descascar diariamente 150 kg de frutos. Pode-se construir um descascador manual constando de um tambor fixo externo e um menor giratório, ambos construídos sarrafos espacados, de modo que as sementes passem entre eles.

A produção mundial do óleo de tungue nos últimos anos.

Em 1994 à 1995, a produção do óleo de tungue no mundo foi 170000 tons. Já em 1998 os maiores produtores qu são China, Paraguai e Argentina produziram respectivamente 35000, 7800, 3900.

Os principais países e portos importantes de óleo de tungue no mundo (consumidores e importadores).

China: Japão, Estados Unidos, União Européia, Korea, Taiwan, Rússia, Hong Kong, são os principais importadores, a China é o maior exportador de óleo de tungue e continua aumentando suas exportações do óleo. Em 1994, a China exportou 28.000 toneladas de óleo de tungue com 45,60% deste destinado ao Japão e a Korea e 44,40% para União Européia, já em 1996, este quadro se alterou sendo 50% para o Japão e Korea e 36,30% para União Européia.

O Paraguai é o segundo maior produtor mundial consequentemente um grande exportador, ele consegue suprir todo mercado da América, Argentina, Brasil, Chile, Uruguai e em especial dos Estados Unidos e uma parcela do mercado europeu como Alemanha, Suíça. Já a Argentina exporta sua produção para os países da América Central e para os Estados Unidos, quando não vende sua produção para o Paraguai.

Na China os portos mais utilizados para exportação são Guangzho ou Shenzhen, na Europa o porto de Rotterdan, e na América do Sul o porto de Santos e Paranaguá e nos Estados Unidos o porto de Houston.

Agronômico de Campinas.

Agronômico de Campinas. Foram plantadas no Instituto e na Estação de Tietê. Em 1929, viveiristas Dierberger e Cia. Receberam sementes dos Estados Unidos. Parte das mudas foram plantadas na usina Amália; outras em vários pontos do Paraná e fora dele. Também a diretoria de Inspeção e Formento Agrícola, 1931, importou dos Estados Unidos e da China sementes e mudas, por intermédio da Estação Experimental da Cana-de-Açúcar, em Piracicaba. Em 1993, a fazenda Monte de Este, em Campinas, recebeu sementes da ilha Formosa, de Aleurites Fordij.

Embalagens utilizadas para importação

Na China: Tambores de aço, Flexitank e Iso Tank.

No Paraguai: Na maioria das vezes o produto vem em caminhões tanque até Paranaguá e despachado para seu destino final em navios, a granel, tambores ou Iso Tank.

Período de safra de cada país produtor.

No Paraguai o período de safra vai de fevereiro à maio quando se começa o armazenamento e a secagem dos frutos, onde a secagem das sementes é ao ar parcialmente, em camadas em camadas delgadas, e terminada em câmaras bem ventiladas, para que se conservem bem, não devem ter mais de 8 a 10% de umidade; o fruto deve ter 15 a 20% de umidade, para que as sementes não se partam e sejam perdidas presas às cascas. Nas sementes partidas, além de se perder o óleo, o restante se torna ácido. A secagem do fruto e da semente requer ser lenta, mais rápida do que a natural. É melhor em silos-secador, de parede metálica, em armazém ventilado.

Usa-se ar quente no máximo a 80 graus, quando o ar é muito úmido e só tem a secar a semente. O ar terá, no máximo, 80 graus, soprando 5 - 6 m3 po segundo.

Para que com o fim desse processo de secagem a partir de julho se inicie o processo de extração do óleo que vai de dezembro a Janeiro dependendo da safra.

A safra de tungue segue um ciclo sendo um ano bom e outro ruim.

Ver também:
Tungue

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