Aspectos Gerais
Segundo a EMBRAPA, no Cerrado Brasileiro, é possível encontrarnos uma grande variedade de produtos florestais não madeireiros (PFNM) com posibilidades de uso comercial. Há indicações de 110 especies com potencial de uso, sendo as mais importantes o óleo de babaçu (Orbygnia oleifera), o óleo e fruto do pequi (Caryocar brasiliense), o fruto do araticum (Annona crassifora), a fava (Dimorphandra mollis) e a mangaba (Hacornia speciosa); a fibra de buriti (Mauritia flexuosa) e os extratos medicinais da copaíba (Copaifera langsdorffi), candeia (Eremanthus erytropappus), arnica (Lychnophora ericoides) e Jaborandi (Pilocarpus jaborandi.
Um dos mais importantes recursos na indústria extrativista brasileira, entre as palmeiras utilizadas, o babaçu é considerado o mais rico do ponto de vista econômico, pelo aproveitamento de todos os seus componentes, tendo, portanto grande valor industrial e comercial. O babaçu fornece matéria-prima para o fabrico de sabões e detergentes, margarina e óleos comestíveis, além de atender a um sem-fim de necessidades impostas pela vida cotidiana das populações rurais fixadas em suas áreas de ocorrência.
A espécie mais estudada no Brasil é a Attalea speciosa Mart. ex Spreng. com uma área estimada de ocorrência de 200.000 Km2, ocorre espontaneamente nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Pode ocorrer isoladamente nas florestas ou em áreas abertas, sendo mais frequentemente encontrada em áreas degradadas onde é considerada uma espécie pioneira e dominante.
Em Minas Gerais, as palmeiras são freqüentes ao longo do rio São Francisco e seus afluentes e, ao norte, em direção ao rio Urucuri. Em Goiás, acham-se na região norte, e, em Mato Grosso, a oeste. Solo arenoso e água disponível no solo são de importância para o sistema radicular e é talvez por isso que o babaçu ocorre tão intensamente em certas áreas e de modo muito esparso em áreas vizinhas.
O Babaçu (Orbignya phalerata, Mart.) é uma planta da família das palmáceas Arecaceae, dotada de frutos drupáceos com sementes oleaginosas e comestíveis das quais se extrai um óleo, empregado sobretudo na alimentação, além de ser alvo de pesquisas avançadas para a fabricação de biocombustíveis.
Sinonímia botânica: Attalea speciosa Mart. ex Spreng., Orbygnia martiana Barb. Henderson et al. (1995), O. phalerata Mart., O. martiana Barb. Rodr., Orbygnia speciosa (Mart. ex Spreng.) Barb. Rodr., Orbygnia oleifera, (ou O.). martiana
A denominação babaçu é comum a várias palmeiras brasileiras conhecidas também por outros nomes, como aguaçu, auaçu, baguaçu, bauaçu, coco-de-macaco, coco-de-palmeira, coco-naiá, coco-pindoba, guaguaçu, nostrana ou Attalea funifera, oauaçu, palha-branca, uauaçu.
Espanhol: babasú, shapaja, cusi, catirina.
Inglês: babasu palm.
Botânica/Descrição/Variedades
A Planta:
A palmeira chega a alcançar 20 metros de altura e pode ser aproveitada da raiz às folhas e pode ser encontrada em extensas formações naturais, principalmente no Nordeste.
A palmeira babaçu possui três estágios de crescimento. O primeiro constituído pelas pindovas, onde a palmeira apresenta até três folhas definitivas. O segundo denominado palmiteiro pode ser identificado pelo palmito, quase ao nível do solo. No terceiro, o caule já se encontra formado, correspondendo à fase anterior a adulta
Babaçu rendimento entre 1.500 e 2.000 l/há de óleo.
O óleo é de cor branca, levemente amarelada.
As Folhas:
As folhas são pinadas ou palmadas, com pecíolos longos, de cinco a dez metros de comprimento, em geral com bainha e pecíolo persistentes e fibrosos, com bainha abarcante, inteira e larga, as vezes com espinhos. A bainha muitas vezes envolve o espique (tipo de caule característico das palmeiras) e as bainhas das folhas mais novas. As folhas são geralmente inseridas em espiral formando um tufo na extremidade do caule. A prefoliação é do tipo plicada. Existem, em conjunto, 15 a 20 folhas ou palmas.
Os Frutos:
Pode possuir até 6 cachos ou mais por planta, sustentados por um pêndulo de 70 a 90 centímetros. Cada cacho possui de 240 a 720 frutos.
Os Frutos são drupáceos, com sementes oleaginosas e comestíveis, lenhosos, ovais alongados, de polpa fibroso-farinácea, podendo atingir de 5 a 15 cm de comprimento por 3 a 8 cm de diâmetro, chegando a pesar de 90 a 240 gramas. Esse tamanho depende das condições ecológicas e das variedades de cada espécie. Apresenta: epicarpo bastante rija; mesocarpo com 05 a 1,0 cm, rico em amido; endocarpo rijo, de 2 a 3 cm; e, sementes ou amêndoas, de 2 a 8 por fruto, com 2,5 a 6 cm de comprimento e 1 a 2 centímetros de largura.
A cor da casca do fruto maduro é castanha a amarronzada e a cor da polpa branca a bege.
Apesar do pico de amadorecimento dos frutos ocorrer de agosto a janeiro, o Babaçu possui diásporos remanescentes, isto é, possuem frutos praticamente o ano todo.
Apenas seis a oito por cento do peso do fruto correspondem às sementes, que encerram de 65 a 68% de óleo, utilizável na fabricação de sabões e detergentes e, após a refinação, para fins alimentícios e produção de margarina. Esse óleo é semelhante, em suas propriedades, ao de coco e de dendê e, como alguns outros, possui elevada quantidade de ácido láurico.
A Floração:
As flores sésseis, providas de cálice, são protegidas por espatas lanceoladas. O pico da Floração ocorre de janeiro a abril.
Usos do Babaçu
Perda zero (zero waste): Os cachos (de frutos) vazios, os resíduos do processo de extração do óleo - fibras e casca das amêndoas (endocarpo) podem atuar como combustíveis nas caldeiras (produzindo vapor para o processo de extração de óleos) bem como serem usados para geração de energia elétrica, cujo excedente pode ser direcionado para agrovilas, rede pública, outros.
Do broto, se extrai de boa qualidade, Quando maduro, a parte externa é comestível. Das folhas e espatas se fabricam esteiras, cestos, chapéus, etc.
O broto fornece palmito de boa qualidade. Quando maduro, a parte externa do fruto é comestível. Do óleo se produz margarina, sabão e cosméticos. O caule é empregado em construções rurais e as folhas na fabricação doméstica de cestos.
Uso alimentício:
• O broto fornece palmito de boa qualidade.
• Quando maduro, a parte externa do fruto é comestível.
• ÓLEO DE COCO BABAÇU: O óleo de babaçu é produzido das amêndoas retiradas do interior do fruto da palmeira.
Óleo comestível, apresenta propriedades parecidas com o óleo de dendê, com alto teor de ácido láurico.
Aplicação: Usado em muitos produtos alimentícios, com por exemplo, em tortas.
Também chamado de: Gordura de Coco, aguaçu, uauaçu, coco-de-macaco, coco-pindoba.
Uso oleoquímico:
O óleo de Babaçu pode ser empregado na produção de Biodiesel de excelente qualidade.
Uso medicinal:
O pó do mesocarpo do coco babaçu é popularmente conhecido como amido e tem sido usado como alimento e como medicamento por apresentar atividade antiinflamatória, imunomoduladora, analgésica e antipirética.
Uso industrial:
O óleo do coco de Babaçu é valioso na fabricação de cosméticos, perfumaria, sabonetes, sabões, detergentes, margarinas, banha de coco, etc.
O mesocarpo do fruto de Babaçu tem sido usado na produção de álcool etílico de boa qualidade, conhecido como álcool de babaçu. Por conter amido, o babaçu é a única palmeira no mundo que pode ser utilizada na produção de etanol. Na floresta nativa é possível encontrar, em média, 200 palmeiras por Km2. Cada planta, sem receber nenhum cuidado especial, produz no mínimo 2,5 toneladas de frutos por ha/ano. Quando as plantas são tratadas, a produção chega a 7,5 toneladas por ha/ano. Para se ter uma idéia, uma tonelada de frutos processados resultam em 80 litros de etanol, 145 kg de carvão, 40 Kg. de óleo e 174m3 de gás. Se considerarmos toda a reserva disponível de babaçu no país, o potencial de produção de energia chega a 5 mil Mega-watts. O que equivale a mais de 10% de toda a capacidade de geração de energia de origem hidrelétrica no Brasil.
Outros usos:
• O caule é empregado em construções rurais e as folhas na fabricação doméstica de cestos;
• O fruto, enquanto verde, serve para defumar a borracha;
• A casca, que pode ser utilizada como combustível para fornos e caldeiras, na forma de carvão vegetal(As cascas de babaçu armazenadas em um metro cúbico produzem 2,5 vezes mais energia do que o bagaço de cana e queimam melhor porque estão mais secas. Outra vantagem é que o babaçu ocorre em abundância em áreas onde normalmente a cana não vai bem. Trata-se de um sistema de geração de energia ecologicamente correto em locais onde a cana não é uma boa opção.);
• O estipe do babaçu, quando apodrecido, serve de adubo; se em boas condições, é usado em marcenaria rústica, como esteios e ripas;
• O endocarpo tem poder calorífico elevado, podendo ser usado para geração de energia; e,
• A torta de sementes, após a extração do óleo, pode ser utilizada na alimentação de animais e como fertilizante nitrogenado e fosfatado. Assemelha-se, em composição, à torta de coco.
Botânica/Descrição/Variedades
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Arecales
Família: Arecaceae
Género: Orbignya
Espécie: O. phalerata
Nome binomial: Orbignya phalerata (Mart.)
Necessidades do Babaçu
Clima:
Regiões com índices pluviométrico acima de 1.000 mm e temperatura elevadas, entre 26
28 ºC ( Melo, V. e outros)
Solos:
Ocupa solos de formações diversas, tais como solos aluviais, hidromórficos, tatossolos e podzôicos ( Melo, V. e outros)
Não há plantações sistemáticas de babaçu. Toda a produção provém de palmeiras espontâneas. Os estados do Maranhão e Piauí são os maiores produtores. A cada ciclo de floração e frutificação, formam-se de dois a seis cachos, cada qual com 150 a 300 frutos, de modo que uma palmeira produz por ano cerca de 800 frutos.
BIBLIOGRAFIA
http://pt.wikipedia.org/wiki/Palmeira
http://www.biodieselbr.com/plantas/babacu/babacu.htm
http://www.emdiv.com.br/pt/brasil/geografia/371-o-babacu-na-vegetecao-brasileira.html
http://www.facabiodiesel.com.br/biodiesel/babacu.htm
Máquina vai permitir aproveitamento total do coco babaçu
ÓLEO DE COCO BABAÇU, no sitio da Campestre
RESPOSTA TÉCNICA: Babaçu; O cultivo, a industrialização do coco babaçu e máquinas utilizadas; Fabricação da amida 60 a partir do óleo de coco de babaçu; Extração do Óleo de Babaçu; Eliminação da palmeira de babaçu;
Silva, M. R., Distribuição do Babaçu em relação com os fatores geoambientais na Bacia do Rio Cocal, estado do Tocantins, 91p., 297 mm (UnB-IH-GEA-LSIE, Mestrado, Gestão Ambiental e Territorial, 2008).
Teixeira, M. A., BIOMASSA DE BABAÇU NO BRASIL, Departamento de Energia - FEM- UNICAMP.
Zoneamento Ecológico do Babaçu no Estado do Piauí
Ver também:
Carvão "encarece" babaçu
quarta-feira, 9 de julho de 2008
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