sexta-feira, 25 de julho de 2008

Carvão "encarece" babaçu

Imperatriz (MA) - A coleta e a extração da amêndoa do coco de babaçu, atividade que responde pela renda familiar de mais de 400 mil mulheres nos Estados do Pará, Maranhão, Tocantins e Piauí, tem sofrido um revés significativo desde que o potencial calorífico do carvão vegetal produzido a partir do coco inteiro ou de sua casca foi "descoberto" pelas indústrias siderúrgicas de produção de ferro-gusa abastecidas pelo minério de Carajás.

Ativas na região há mais de um século, as quebradeiras de coco babaçu, reconhecidas e incluídas pelo governo federal no conceito de População Tradicional no início de 2007, desenvolvem uma das atividades extrativistas economicamente mais importantes da região amazônica.

Apesar do desmatamento acelerado, os babaçuais ainda ocupam cerca de 18 milhões de hectares nos quatro estados. As quebradeiras, via de regra "sem-terra", coletam tradicionalmente cocos de palmeiras localizadas em toda a região, independentemente do cadastro fundiário da terra. A amêndoa do babaçu é utilizada para a fabricação de azeite, leite ou sabão. O mesocarpo é matéria-prima para produção de farinha, e o carvão da casca serve justamente para consumo próprio das famílias (no aquecimento dos fogões à lenha) ou para venda no mercado local.

A partir de 2001, no entanto, a rápida expansão de atividades agropecuárias e a conseqüente derrubada massiva das palmeiras de babaçu, bem como o "fechamento" de babaçuais (restrição de acesso a propriedades privadas por parte de fazendeiros e pistoleiros), desencadearam a luta pela Lei do Babaçu Livre. Em tramitação no Congresso Nacional - mas já vigente em alguns municípios -, a medida surgiu da preocupação das quebradeiras, que iniciaram uma série de campanhas e lutas pela preservação da atividade extrativista e dos próprios babaçuais. Mas foi a repentina valorização do coco como matéria-prima para fabricação de carvão vegetal que, mais agudamente desde 2005, começou a impactar não apenas a renda, mas toda a cultura das quebradeiras.

De acordo com o Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), que atua nos quatro estados, o coco, que até pouco não tinha valor comercial para os fazendeiros, passou a ser um produto de mercado. Se, por um lado, essa valorização pode brecar o desmatamento dos babaçuais, por outro restringiu ainda mais o acesso das quebradeiras ao produto e começou a modificar toda a atividade de extração.

Segundo Ana Carolina Mendes, coordenadora técnica MIQCB em São Luís (MA), muitas quebradeira tem sido transformadas em meras "catadeiras", atividade de coleta do coco inteiro para fazendeiros, guseiras ou carvoarias, com remuneração miserável, que, além de não proporcionar a renda necessária para a manutenção da família, também priva as mulheres dos subprodutos do babaçu. "Hoje, pagam R$ 1,00 pelo saco de coco. Deste tanto, a quebradeira poderia tirar 12 kg de amêndoas (o bastante para produzir 1,5 litro de azeite, vendido a R$ 6,00 em média), 1 kg de mesocarpo, vendido a R$ 6,00, e quatro latas de carvão de casca, vendido a R$ 2,50 a lata", afirma Maria Querubina da Silva, coordenadora do MIQCB em Imperatriz (MA).

No pequeno povoado de Mundo Novo, a de 50 km de Imperatriz (MA), as cerca de 15 famílias que vivem exclusivamente do babaçu passaram a sofrer ameaças dos fazendeiros desde 2005. "São cinco grandes fazendeiros que hoje moram em uma área já destinada à criação da reserva extrativista (Resex) da Mata Grande. Hoje, os babaçuais são arrendados para siderúrgicas de Açailândia (MA). Quem entra nas áreas leva bala. Aconselhamos que ninguém tente", afirmou Ribamar da Silva, presidente da Associação da Resex Mata Grande, que já foi ameaçado de morte. "Quando soube do arrendamento, não consegui dormir à noite. Não tenho renda de nada, a única renda é o coco do babaçu", arremata a quebradeira de coco Antônia Lima.

Na comunidade do Mundo Novo, município de Amarante (MA), a cerca de 150 km de Imperatriz, praticamente a totalidade dos babaçuais foi arrendada por uma carvoaria pertencente a uma fornecedora das siderúrgicas Ferro Gusa Carajás (FGC), pertencente à Vale, e à Terra Norte Metais, em Marabá (PA). De acordo com a presidente da associação local de quebradeiras, Ivaneide de Andrade, a parcela de amêndoas que ficavam com as próprias quebradeiras caiu de 70% para 50%, depois que a arrendatária passou a vender o óleo para uma empresa. A mesma arrendatária paga ainda, segundo o relato de Ivaneide, R$ 0,90 pelo saco de 60 litros para catadores de coco. "Desde que começou o arrendamento, a vida ficou muito difícil. Muita gente fica sem atividade entre dezembro e abril, na baixa da safra", explica.

Na comunidade do Grotão, também em Amarante (MA), muitas quebradeiras têm sido obrigadas a comprar o coco para manter sua pequena clientela de azeite e carvão. Um carregamento de carro de boi é vendido de R$ 35,00 a R$ 50,00, o que deixa pouquíssimo lucro para as quebradeiras. "Alem disso, é o comprador de azeite e carvão que está colocando o preço que quer nos nossos produtos. Aqui vendemos o litro do azeite por R$ 4,00 e o saco de carvão por R$ 6,00. É muita humilhação", desabafa a quebradeira Raimunda de Andrade.

Biodiesel

Em 2004, o governo do Maranhão começou a elaborar um projeto de produção de biodiesel a partir do babaçu no intuito de aproveitar o potencial do Estado, que detém cerca de 80% dos babaçuais da Amazônia Legal. No âmbito do Programa Biodiesel do Maranhão, foi criado um grupo de trabalho com o objetivo de estudar a viabilidade e competitividade técnica, econômica, social e ambiental do "agronegócio do babaçu", além de um projeto para uma planta piloto que recebeu R$ 700 mil do Fundo Setorial de Energia do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

Segundo o pesquisador do Núcleo Biodiesel da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Adailton Maciel, o projeto acabou paralisado por problemas técnicos, mas as dificuldades para a criação de um programa de porte de biodiesel de babaçu são grandes. "Não é possível sustentar uma indústria de biodiesel apenas com o extrativismo. Além do mais, a questão social que envolve as quebradeiras de coco é muito complexa. Hoje não temos condições de fazer biodiesel de babaçu, e nem sei se teremos", afirmou o pesquisador.

O projeto preocupa o MIQCB. De acordo com a assessora técnica do movimento em Imperatriz, Maria José Viana, a agregação de valor comercial com a utilização do babaçu para produção de biodiesel poderá aprofundar os problemas já sentidos com a valorização do produto por parte da indústria carvoeira e siderúrgica, o que poderia criar uma verdadeira crise social.

Notícia relacionada:Babaçu livre

Leia o relatório "O Brasil dos Agrocombustíveis - impactos das lavouras sobre a terra, o meio e a sociedade: soja e mamona", primeiro de uma série de documentos sobre o tema.

Confira o site do Centro de Monitoramento de Agrocombustíveisaqui.

Fonte:

Adimplência do Pesa é até 1 de outubro

Brasília, 23 - O deputado Luis Carlos Heinze (PP-RS) divulgou nota hoje com esclarecimentos sobre a renegociação das dívidas dos produtores rurais. O deputado é relator da Medida Provisória (MP) 432, que trata do assunto. Ele lembrou que a resolução 3.583 do Banco Central, de 1º de julho, manteve em adimplência até 1º de outubro apenas as operações do Programa Especial de Saneamento de Ativos (Pesa), com risco do Tesouro Nacional.

O artigo 3º da resolução alterou o artigo 1º da resolução nº 3.537, de 31 de janeiro de 2008, estabelecendo prazo adicional para pagamento das prestações com vencimento entre 1º de janeiro a 30 de setembro de 2008. Sobre essa mudança, Heinze destaca que a grande maioria das pendências do Pesa são de ordem da União e podem ser pagas até outubro.

Na nota Heinze explica que cerca de R$ 4 bilhões estão no risco do Banco do Brasil e instituições privadas e têm de ser liquidados pelos produtores na data do contrato. "Dívidas que não são risco do Tesouro devem ser pagas conforme foi acertado com o agente financeiro, caso contrário terão um acréscimo de cinco pontos percentuais nas taxas de juros e o valor a ser pago pode triplicar", disse.(Fabíola Salvador)

Fonte:

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Agricultores cultivarão amendoim para biodiesel

SÃO LUÍS - Agricultores familiares rurais de São Luís vão plantar amendoim para ser usado como biocombustível. Na semana passada o empresário paulista Carlos Vasque, da Amendo-Oil, assinou termo de compromisso, com a Cooperativa dos Produtores da Agricultura Familiar (Coopaf) e a Secretaria Municipal de Agricultura, Pesca e Abastecimento, para fornecimento de sementes para cultivo junto com a oleaginosa pinhão manso, usada na indústria do biodiesel. A empresa também se comprometeu em comprar toda a produção de amendoim, pelo prazo mínimo de 25 anos.

Na ocasião, foi firmado também convênio de cooperação técnica e financeira, entre a Prefeitura, a Coopaf e a empresa Curcas Diesel do Brasil para a realização de ações voltadas para a implantação de projetos de biocombustível, a partir do pinhão manso. A parceria com a empresa começou em abril deste ano, quando o empresário Mike Lu assinou termo comprometendo-se a fornecer sementes de pinhão manso aos agricultores e a comprar toda produção de grãos.

As parcerias firmadas com as empresas Amendo-Oil - beneficiadora de amendoim para fabricação de óleo para uso combustível e humano – e a Curcas Diesel, incluem o plantio experimental de 2,5 hectares de pinhão manso consorciado com amendoim nas comunidades de Calembe e Maracujá, em andamento há 60 dias e o cultivo de 10 hectares na localidade de Rio dos Cachorros, cuja área servirá de Unidade de Validação Tecnológica. O agricultor Roberto Tasaka fornecerá a área para plantio e a mão-de-obra. Já a Secretaria Municipal de Agricultura e as empresas parceiras entrarão com os insumos, tratos culturais, tecnologia, acompanhamento e avaliação dos resultados. O Programa São Luís Bio prevê o plantio de uma de 100 hectares de pinhão manso consorciado com amendoim, milho, feijão, abóbora, entre outros produtos comestíveis.

Fonte: Imirante.com

Mapa aprova zoneamento agrícola para amendoim, sorgo e milho

Portarias aprovando o zoneamento para o plantio do amendoim em São Paulo, do sorgo no Rio Grande do Sul e do milho na Bahia, Maranhão e Piauí foram publicadas no Diário Oficial da União, nesta terça-feira (22). Relação dos municípios contemplados e notas técnicas acompanham as portarias. (Dilma Duarte)

Confira a íntegra das portarias:

Nº 147 - Zoneamento agrícola para amendoim em São Paulo

Nº 148 - Zoneamento agrícola para sorgo no Rio Grande do Sul

Nº 149 - Zoneamento agrícola para milho na Bahia

Nº 150 – Zoneamento agrícola para milho no Maranhão

Nº 151 – Zoneamento agrícola para milho no Piauí

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Brasil avança no valorizado mercado de óleo de palma

Impulsionado pela escalada dos preços internacionais, o mercado brasileiro de óleo de Palma assiste a um fortalecimento puxado por novos investimentos na expansão da produção e em unidades de beneficiamento. Com uma oferta atual pouco superior a 110 mil toneladas anuais, o país é apenas o 15º nesse ranking - historicamente dominado por Malásia e Indonésia -, mas sua área potencial para o cultivo da palma é a maior do mundo.

Em parceria com a Felda, agência do governo da Malásia, a Braspalma Agroindustrial vai criar em Tefé (AM), a 525 quilômetros de Manaus, um projeto de plantio e beneficiamento de palma. O investimento informado ao governo amazonense será de R$ 200 milhões. Ao Valor, o presidente da Braspalma, Iderlon Azevedo, informou, por e-mail, que esse valor é aproximado. "Isso dependerá da nossa eficiência", afirmou.

No momento, a empresa trabalha nos estudos de viabilidade técnica e econômica do projeto requeridos pelo governo do Estado. Os estudos começaram em maio. Segundo a programação inicial da Braspalma, o plantio começará em janeiro de 2009. Até meados de novembro, informou o executivo, o escritório da empresa deverá estar concluído.

A área de plantio será de 20 mil hectares e deverá beneficiar três mil produtores. O desenho da parceria prevê a doação do terreno pelo governo do Amazonas, financiamento pelo Banco da Amazônica (Basa) e assistência técnica da Braspalma.

A idéia da Felda é ter uma área total de plantio de 100 mil hectares, mas esse terreno adicional não será desenvolvido com a Braspalma, segundo Azevedo. "A Malásia estuda parceria com outras empresas além da Braspalma, em diversos países", afirmou.

O projeto em Tefé ressuscitará uma tentativa de transformar a cidade em pólo de produção de palma. Em 1984 foi criada a Empresa Amazonense de Dendê (Emade), controlada pelo governo estadual, mas o projeto, emperrado, acabou abandonado em 1993. A área e a estrutura física que serão ocupadas pelo novo projeto da Braspalma são os mesmos da Emade.

Ainda há poucas informações sobre a estrutura da parceria entre a Felda e a Braspalma Agroindustrial ou mesmo sobre a composição da empresa brasileira, que teria sido criada por um grupo da Malásia, liderado pela própria Felda. Iderlon Azevedo já atuou como representante do Conselho de Promoção do Óleo de Palma da Malásia no Brasil.

A Agropalma, empresa controlada pelo Banco Alfa e maior produtora de óleo de palma do país, prepara para o fim de agosto a inauguração de sua quarta unidade de processamento, localizada em Tailândia (PA). O investimento na fábrica - que, com capacidade para 60 toneladas de cachos de frutos frescos por hora, será a maior da companhia - é de R$ 70 milhões.

A empresa faturou R$ 395 milhões em 2007 e projeta para este ano receita de R$ 570 milhões. O crescimento estará fortemente ligado à valorização da palma no mercado externo, segundo Marcello Brito, diretor comercial da companhia. O aumento também deverá ocorrer com a melhora da produtividade - em 2007, a produtividade foi afetada por uma seca registrada em 2005. Nessa cultura, os efeitos das secas são sentidos dois anos depois.

A valorização global da palma tem ocorrido principalmente em virtude de seu crescente uso na fabricação de biodiesel. Nos últimos dois anos, o preço da tonelada do óleo subiu, em dólares, mas de 135% na bolsa da Malásia.

No Brasil, no entanto, os projetos ligados ao produtos têm como destino primordial o abastecimento da indústria de alimentos. "Fazer biodiesel no Brasil com óleo de palma, nesse nível de preço, é inviável", afirma Brito. Segundo ele, o preço do biodiesel, de cerca de R$ 2.600 por tonelada, ainda é inferior aos R$ 3 mil do óleo bruto em São Paulo, já incluídos 12% de ICMS. O óleo refinado, também em São Paulo e com ICMS incluído, é de R$ 3.700.

Na Agropalma, apenas 2% do faturamento vem da venda de biodiesel - na companhia, a produção do combustível, concentrada na unidade localizada em Belém, é feita a partir da oleína, um subproduto do óleo refinado. Na Braspalma, com seu projeto amazonense, a produção de biodiesel também não está nos planos imediatos. "Biodiesel, somente no futuro", informou o presidente Iderlon Azevedo.

Fonte:
Da Agência

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Produção de manoma deve dar salto de 55%

17/07/08 - A produção de Mamona (Ricinus communis L.) no Brasil, na safra atual, será de 146 mil toneladas, 55,8% a mais que no ciclo passado. Segundo estudo da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o resultado se deve, em parte, ao aumento do uso do óleo pela indústria em vários produtos. No caso da aviação, parte da colheita é destinada à produção de um fluido que impede o congelamento do combustível nos tanques dos aviões e foguetes.

A oleaginosa também é destinada à fabricação de lentes de contato, batom, espuma para colchões, tintas e adubos. ´A mamona é aproveitada em mais de 500 itens pela indústria química´, diz a analista da Conab, Zilá Áquila. Ela explica que a resistência da planta ao clima seco faz com que ela seja uma boa fonte de renda para famílias que a cultivam no semi-árido. Atualmente, cerca 93% da produção do Brasil está no Nordeste.

O aumento nesta safra é resultado de um crescimento de área de 7,3% e melhora na produtividade, que teve um incremento de 45,3%, quando comparada ao período anterior. Os agricultores estão colhendo em média 875 quilos por hectare. Durante a safra 1997/98, por exemplo, a colheita rendia apenas 142 quilos por hectare.

Mercado

Nos primeiros seis meses deste ano, o Brasil arrecadou US$ 6,18 milhões com as exportações de óleos derivados da mamona. Foram embarcados para fora do país 3.416 toneladas. O produtor recebe em média R$ 74 pela saca de 60 quilos. Fora do Brasil, o óleo extraído do vegetal foi negociado na bolsa de Roterdam, na Holanda, em média, a US$ 1.568. A bolsa desse país é uma das referências para os preços do mercado internacional.

Fonte:

Óleo de mamona é utilizado como fluído em avião

O Brasil vai colher na safra atual 146 mil toneladas de mamona, o que representa 55,8% a mais do que na colheita passada. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o aumento da produção foi estimulado pelo maior uso do óleo de mamona em vários produtos, até mesmo na fabricação de um fluido para aviões e foguetes.

O composto impede que o combustível congele quando submetido às baixas temperaturas enfrentadas em altitude. A mamona também é usada na fabricação de lentes de contato, batom, espuma para colchões, tintas e adubos.

A planta é resistente ao clima seco, o que a torna uma oportunidade para agricultores do semi-árido brasileiro. O Nordeste é responsável hoje por 93% da produção nacional do produto. Nesta safra houve crescimento de 7,3% na área plantada e de 45,3% na produtividade, em relação à última colheita. A produtividade atual é de 875 quilos por hectare, enquanto dez anos atrás era de 142 quilos.

O produtor nacional recebe R$ 74 pela saca de 60 quilos de mamona e, no primeiro semestre deste ano, houve arrecadação de US$ 6,18 milhões com a exportação de 3.416 toneladas de óleos derivados da planta. Na Bolsa de Roterdã, na Holanda, onde o óleo é negociado, o preço médio é de US$ 1.568 a tonelada.

Da:

Fonte:

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Tucumã pode virar biodiesel

Óleo de Tucumã (Astrocaryum aculeatum) pode ser transformado em energia. Pesquisas nesse sentido estão bem adiantadas.

CAMPINAS, SP — No interior do Estado do Amazonas, a distribuição energética é muito baixa. Das mais de 4.600 comunidades isoladas, apenas 32 são abastecidas de energia elétrica. Baseada nesses dados, a estudante de química da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Banny Silva Barbosa, desenvolveu a pesquisa “Aproveitamento do óleo da amêndoa de tucumã na produção do Biodiesel”, na comunidade Roque, no município de Carauari (AM). O objetivo do trabalho foi desenvolver energia elétrica alternativa com os produtos da região, sem agredir o meio ambiente.

De acordo com Barbosa, a falta de energia elétrica impede qualquer melhoria de educação, saneamento e saúde. “Essa falta é responsável influencia diretamente nos baixos índices de desenvolvimento humano das localidades”, afirmou. Ela ainda ressaltou que, para suprir a demanda por energia, é necessário o uso de fontes alternativas que privilegiem a vocação energética local e a implantação de sistemas descentralizados e autônomos de produção.

A curto e médio prazo, a alternativa de geração de energia elétrica mais viável e que vem sendo utilizada na região é a geração térmica por motores movidos a diesel. Os custos de geração são muito elevados, principalmente devido ao transporte do diesel para essas localidades. “A substituição do diesel por biodiesel produzido localmente, a partir da biodiversidade, é uma excelente alternativa para a região”, explicou a estudante.

Fonte:

Ver também: Materias-Primas para a fabricação de Biodiesel, no Brasil e no Mundo

Amendoim tem zoneamento aprovado para Espírito Santo

Brasília (10.7.2008) - Portaria de zoneamento de risco climático da safra 2008/2009 da cultura do amendoim no Espírito Santo foi publicada na edição de quinta-feira passada (10) no Diário Oficial da União. O objetivo do zoneamento agrícola aprovado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) é identificar áreas aptas e os períodos de semeadura com menor risco climático para a cultura do amendoim (Arachis hypogaea L.). Nota técnica, indicando tipos de solos, períodos de semeadura e relação dos municípios aptos ao cultivo acompanha a portaria de número 140. (Dilma Duarte)

Confira a íntegra da portaria:

Nº 140 - Zoneamento para amendoim no Espírito Santo

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Área de cana em São Paulo, cresce 2%

A Secretaria de Agricultura de São Paulo divulgou na semana passada o quarto levantamento da safra paulista. A área de cana-de-açúcar cresceu cerca de 2% nesta safra, chegando a 4,9 milhões de hectares cultivados. Levantamento completo no site: IEA

Estadão



Fonte:

Mapa aprova zoneamento para algodão herbáceo e arroz irrigado

Brasília (14.7.2008) - Recomendações para o plantio do algodão herbáceo na Bahia, Maranhão e Piauí e de arroz irrigado no Rio Grande do Sul estão publicadas em quatro portarias publicadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no Diário Oficial da União desta segunda-feira (14). A relação dos municípios contemplados pelos estudos e os períodos mais adequados ao plantio das cultivares estão detalhados nas portarias. (Dilma Duarte)

Confira a íntegra das portarias:

Nº 141 - Zoneamento para algodão herbáceo na Bahia

Nº 142 - Zoneamento para algodão herbáceo no Maranhão

Nº 143 - Zoneamento para algodão herbáceo no Piauí

Nº 144 - Zoneamento para arroz irrigado no Rio Grande do Sul

Fonte:

Mais informações: Portal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
E-mail:imprensa@agricultura.gov.br
Telefone:(61) 3218 2203 / 2204 / 2205
Fax:(61) 3322 2880

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Zoneamento de Oleaginosas auxilia na produção de Biodiesel

Brasília (20.3.2008)- De acordo com o coordenador de Agroenergia, da Secretaria de Produção e Agroenergia (SPAE), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Frederique Rosa e Abreu, atualmente, 90% da matéria-prima utilizada no biodiesel são provenientes do óleo de soja, os outros 10% vêm do algodão, amendoim, Palma/Dendê (Elaeis guineensis, Jacq.), gergelim, girassol, mamona, canola e sebo ou gordura animal.

Por isso a Secretaria de Política Agrícola (SPA) vem fazendo o zoneamento agrícola de risco climático das oleaginosas destinadas ao Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB). As oleaginosas contempladas são algodão, amendoim, canola, dendê, gergelim, girassol, mamona e soja.

Os zoneamentos estão sendo divulgados pelo Departamento de Gestão de Risco Rural em portarias publicadas no Diário Oficial da União à medida que a metodologia de risco seja concluída pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e pelas instituições públicas de pesquisa. Desde 1996, já existe o zoneamento para as lavouras de algodão, soja e mamona.

Os técnicos têm estudos para ampliar este trabalho para outros estados, como é o caso do algodão em Rondônia; da mamona, que, além da região Nordeste foi ampliado para todos os Estados da região Centro-Sul na safra 2007, futuramente, Pará e Rondônia e da soja nos estados da região Norte, menos Tocantins, já concluído.

Serão finalizados ainda neste ano, os zoneamentos para a canola na região Sul, dendê nos estados do Maranhão e Piauí e girassol no Rio Grande do Norte e outros em andamento. As informações do zoneamento de risco climático especificam os tipos de solos, as cultivares e os períodos mais indicados para o plantio, bem como a relação dos municípios considerados aptos ao cultivo em cada estado.

De acordo com o coordenador-geral de Zoneamento Agropecuário, da SPA, Francisco José Mitidieri, o zoneamento estimula a oferta de matérias-primas para a produção do biodiesel, hoje concentrado no óleo de soja, uma vez que esse pacote técnico orienta os agricultores, os agentes financeiros de crédito de custeio agrícola e o enquadramento no seguro rural.

Confira os zoneamentos agrícolas de risco climático para culturas oleaginosas

Fonte:

MAPA atualiza lista de pragas quarentenárias

Brasília (9.7.2008) - A lista atualizada de pragas quarentenárias presentes e ausentes no Brasil, publicada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no Diário Oficial da União, Instrução Normativa (IN) n.o 52, está em vigor desde 2 de julho. Com base nessa lista, o Departamento de Sanidade Vegetal (DSV) da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) poderá aplicar medidas fitossanitárias de prevenção, controle, erradicação e monitoramento de plantas e seus produtos passíveis de veicular pragas.

A relação das pragas quarentenárias ausentes (A1) ampara a vigilância agropecuária internacional na fiscalização das mercadorias que chegam ao Brasil pelos portos de fronteira, portos e aeroportos. Pelas normas de trânsito internacional, uma mercadoria infestada por praga quarentenária pode ser impedida de entrar no País e, dependendo do caso, o comércio daquele produto entre os países pode ser suspenso. A lista de pragas quarentenárias ausentes subsidia a política do Mapa para prevenção e erradicação de pragas e, portanto, deve ser revisada periodicamente.

Já as pragas quarentenárias presentes (A2) também afetam o trânsito interestadual de vegetais e seus produtos, controlado pela certificação fitossanitária de origem e permissão de trânsito de vegetais. A relação dos estados onde ocorrem pragas quarentenárias foi atualizada com a revisão da IN 52 de 2007. Entre as novidades da lista está a retirada de oito espécies do gênero Helicônia como hospedeiro da sigatoka negra, pois uma pesquisa provou que elas são resistentes à praga.

De acordo com a Instrução Normativa Nº 52, a detecção de praga quarentenária ausente ou outra praga exótica, deve ser notificada ao Mapa e às instâncias intermediárias do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária, responsáveis pela vigilância fitossanitária na realização dos levantamentos para detecção, delimitação e monitoramento de pragas quarentenárias presentes.

Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Babaçu (Orbignya phalerata, Mart.)

Aspectos Gerais

Segundo a EMBRAPA, no Cerrado Brasileiro, é possível encontrarnos uma grande variedade de produtos florestais não madeireiros (PFNM) com posibilidades de uso comercial. Há indicações de 110 especies com potencial de uso, sendo as mais importantes o óleo de babaçu (Orbygnia oleifera), o óleo e fruto do pequi (Caryocar brasiliense), o fruto do araticum (Annona crassifora), a fava (Dimorphandra mollis) e a mangaba (Hacornia speciosa); a fibra de buriti (Mauritia flexuosa) e os extratos medicinais da copaíba (Copaifera langsdorffi), candeia (Eremanthus erytropappus), arnica (Lychnophora ericoides) e Jaborandi (Pilocarpus jaborandi.

Um dos mais importantes recursos na indústria extrativista brasileira, entre as palmeiras utilizadas, o babaçu é considerado o mais rico do ponto de vista econômico, pelo aproveitamento de todos os seus componentes, tendo, portanto grande valor industrial e comercial. O babaçu fornece matéria-prima para o fabrico de sabões e detergentes, margarina e óleos comestíveis, além de atender a um sem-fim de necessidades impostas pela vida cotidiana das populações rurais fixadas em suas áreas de ocorrência.

A espécie mais estudada no Brasil é a Attalea speciosa Mart. ex Spreng. com uma área estimada de ocorrência de 200.000 Km2, ocorre espontaneamente nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais.
Pode ocorrer isoladamente nas florestas ou em áreas abertas, sendo mais frequentemente encontrada em áreas degradadas onde é considerada uma espécie pioneira e dominante.

Em Minas Gerais, as palmeiras são freqüentes ao longo do rio São Francisco e seus afluentes e, ao norte, em direção ao rio Urucuri. Em Goiás, acham-se na região norte, e, em Mato Grosso, a oeste. Solo arenoso e água disponível no solo são de importância para o sistema radicular e é talvez por isso que o babaçu ocorre tão intensamente em certas áreas e de modo muito esparso em áreas vizinhas.

O Babaçu (Orbignya phalerata, Mart.) é uma planta da família das palmáceas Arecaceae, dotada de frutos drupáceos com sementes oleaginosas e comestíveis das quais se extrai um óleo, empregado sobretudo na alimentação, além de ser alvo de pesquisas avançadas para a fabricação de biocombustíveis.

Sinonímia botânica: Attalea speciosa Mart. ex Spreng., Orbygnia martiana Barb. Henderson et al. (1995), O. phalerata Mart., O. martiana Barb. Rodr., Orbygnia speciosa (Mart. ex Spreng.) Barb. Rodr., Orbygnia oleifera, (ou O.). martiana

A denominação babaçu é comum a várias palmeiras brasileiras conhecidas também por outros nomes, como aguaçu, auaçu, baguaçu, bauaçu, coco-de-macaco, coco-de-palmeira, coco-naiá, coco-pindoba, guaguaçu, nostrana ou Attalea funifera, oauaçu, palha-branca, uauaçu.

Espanhol: babasú, shapaja, cusi, catirina.

Inglês: babasu palm.

Botânica/Descrição/Variedades

A Planta:

A palmeira chega a alcançar 20 metros de altura e pode ser aproveitada da raiz às folhas e pode ser encontrada em extensas formações naturais, principalmente no Nordeste.
A palmeira babaçu possui três estágios de crescimento. O primeiro constituído pelas pindovas, onde a palmeira apresenta até três folhas definitivas. O segundo denominado palmiteiro pode ser identificado pelo palmito, quase ao nível do solo. No terceiro, o caule já se encontra formado, correspondendo à fase anterior a adulta
Babaçu rendimento entre 1.500 e 2.000 l/há de óleo.
O óleo é de cor branca, levemente amarelada.

As Folhas:
As folhas são pinadas ou palmadas, com pecíolos longos, de cinco a dez metros de comprimento, em geral com bainha e pecíolo persistentes e fibrosos, com bainha abarcante, inteira e larga, as vezes com espinhos. A bainha muitas vezes envolve o espique (tipo de caule característico das palmeiras) e as bainhas das folhas mais novas. As folhas são geralmente inseridas em espiral formando um tufo na extremidade do caule. A prefoliação é do tipo plicada. Existem, em conjunto, 15 a 20 folhas ou palmas.

Os Frutos:
Pode possuir até 6 cachos ou mais por planta, sustentados por um pêndulo de 70 a 90 centímetros. Cada cacho possui de 240 a 720 frutos.
Os Frutos são drupáceos, com sementes oleaginosas e comestíveis, lenhosos, ovais alongados, de polpa fibroso-farinácea, podendo atingir de 5 a 15 cm de comprimento por 3 a 8 cm de diâmetro, chegando a pesar de 90 a 240 gramas. Esse tamanho depende das condições ecológicas e das variedades de cada espécie. Apresenta: epicarpo bastante rija; mesocarpo com 05 a 1,0 cm, rico em amido; endocarpo rijo, de 2 a 3 cm; e, sementes ou amêndoas, de 2 a 8 por fruto, com 2,5 a 6 cm de comprimento e 1 a 2 centímetros de largura.
A cor da casca do fruto maduro é castanha a amarronzada e a cor da polpa branca a bege.
Apesar do pico de amadorecimento dos frutos ocorrer de agosto a janeiro, o Babaçu possui diásporos remanescentes, isto é, possuem frutos praticamente o ano todo.
Apenas seis a oito por cento do peso do fruto correspondem às sementes, que encerram de 65 a 68% de óleo, utilizável na fabricação de sabões e detergentes e, após a refinação, para fins alimentícios e produção de margarina. Esse óleo é semelhante, em suas propriedades, ao de coco e de dendê e, como alguns outros, possui elevada quantidade de ácido láurico.

A Floração:

As flores sésseis, providas de cálice, são protegidas por espatas lanceoladas. O pico da Floração ocorre de janeiro a abril.

Usos do Babaçu

Perda zero (zero waste): Os cachos (de frutos) vazios, os resíduos do processo de extração do óleo - fibras e casca das amêndoas (endocarpo) podem atuar como combustíveis nas caldeiras (produzindo vapor para o processo de extração de óleos) bem como serem usados para geração de energia elétrica, cujo excedente pode ser direcionado para agrovilas, rede pública, outros.
Do broto, se extrai de boa qualidade, Quando maduro, a parte externa é comestível. Das folhas e espatas se fabricam esteiras, cestos, chapéus, etc.

O broto fornece palmito de boa qualidade. Quando maduro, a parte externa do fruto é comestível. Do óleo se produz margarina, sabão e cosméticos. O caule é empregado em construções rurais e as folhas na fabricação doméstica de cestos.

Uso alimentício:

• O broto fornece palmito de boa qualidade.
• Quando maduro, a parte externa do fruto é comestível.
• ÓLEO DE COCO BABAÇU: O óleo de babaçu é produzido das amêndoas retiradas do interior do fruto da palmeira.
Óleo comestível, apresenta propriedades parecidas com o óleo de dendê, com alto teor de ácido láurico.
Aplicação: Usado em muitos produtos alimentícios, com por exemplo, em tortas.
Também chamado de: Gordura de Coco, aguaçu, uauaçu, coco-de-macaco, coco-pindoba.

Uso oleoquímico:

O óleo de Babaçu pode ser empregado na produção de Biodiesel de excelente qualidade.

Uso medicinal:

O pó do mesocarpo do coco babaçu é popularmente conhecido como amido e tem sido usado como alimento e como medicamento por apresentar atividade antiinflamatória, imunomoduladora, analgésica e antipirética.

Uso industrial:

O óleo do coco de Babaçu é valioso na fabricação de cosméticos, perfumaria, sabonetes, sabões, detergentes, margarinas, banha de coco, etc.
O mesocarpo do fruto de Babaçu tem sido usado na produção de álcool etílico de boa qualidade, conhecido como álcool de babaçu. Por conter amido, o babaçu é a única palmeira no mundo que pode ser utilizada na produção de etanol. Na floresta nativa é possível encontrar, em média, 200 palmeiras por Km2. Cada planta, sem receber nenhum cuidado especial, produz no mínimo 2,5 toneladas de frutos por ha/ano. Quando as plantas são tratadas, a produção chega a 7,5 toneladas por ha/ano. Para se ter uma idéia, uma tonelada de frutos processados resultam em 80 litros de etanol, 145 kg de carvão, 40 Kg. de óleo e 174m3 de gás. Se considerarmos toda a reserva disponível de babaçu no país, o potencial de produção de energia chega a 5 mil Mega-watts. O que equivale a mais de 10% de toda a capacidade de geração de energia de origem hidrelétrica no Brasil.

Outros usos:
• O caule é empregado em construções rurais e as folhas na fabricação doméstica de cestos;
• O fruto, enquanto verde, serve para defumar a borracha;
• A casca, que pode ser utilizada como combustível para fornos e caldeiras, na forma de carvão vegetal(As cascas de babaçu armazenadas em um metro cúbico produzem 2,5 vezes mais energia do que o bagaço de cana e queimam melhor porque estão mais secas. Outra vantagem é que o babaçu ocorre em abundância em áreas onde normalmente a cana não vai bem. Trata-se de um sistema de geração de energia ecologicamente correto em locais onde a cana não é uma boa opção.);
• O estipe do babaçu, quando apodrecido, serve de adubo; se em boas condições, é usado em marcenaria rústica, como esteios e ripas;
• O endocarpo tem poder calorífico elevado, podendo ser usado para geração de energia; e,
• A torta de sementes, após a extração do óleo, pode ser utilizada na alimentação de animais e como fertilizante nitrogenado e fosfatado. Assemelha-se, em composição, à torta de coco.

Botânica/Descrição/Variedades

Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Arecales
Família: Arecaceae
Género: Orbignya
Espécie: O. phalerata
Nome binomial: Orbignya phalerata (Mart.)

Necessidades do Babaçu

Clima:
Regiões com índices pluviométrico acima de 1.000 mm e temperatura elevadas, entre 26
28 ºC ( Melo, V. e outros)

Solos:
Ocupa solos de formações diversas, tais como solos aluviais, hidromórficos, tatossolos e podzôicos ( Melo, V. e outros)
Não há plantações sistemáticas de babaçu. Toda a produção provém de palmeiras espontâneas. Os estados do Maranhão e Piauí são os maiores produtores. A cada ciclo de floração e frutificação, formam-se de dois a seis cachos, cada qual com 150 a 300 frutos, de modo que uma palmeira produz por ano cerca de 800 frutos.

BIBLIOGRAFIA


http://pt.wikipedia.org/wiki/Palmeira
http://www.biodieselbr.com/plantas/babacu/babacu.htm
http://www.emdiv.com.br/pt/brasil/geografia/371-o-babacu-na-vegetecao-brasileira.html
http://www.facabiodiesel.com.br/biodiesel/babacu.htm
Máquina vai permitir aproveitamento total do coco babaçu
ÓLEO DE COCO BABAÇU, no sitio da Campestre
RESPOSTA TÉCNICA: Babaçu; O cultivo, a industrialização do coco babaçu e máquinas utilizadas; Fabricação da amida 60 a partir do óleo de coco de babaçu; Extração do Óleo de Babaçu; Eliminação da palmeira de babaçu;
Silva, M. R., Distribuição do Babaçu em relação com os fatores geoambientais na Bacia do Rio Cocal, estado do Tocantins, 91p., 297 mm (UnB-IH-GEA-LSIE, Mestrado, Gestão Ambiental e Territorial, 2008).
Teixeira, M. A., BIOMASSA DE BABAÇU NO BRASIL, Departamento de Energia - FEM- UNICAMP.
Zoneamento Ecológico do Babaçu no Estado do Piauí


Ver também:

Carvão "encarece" babaçu

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Inajá (Maximiliana maripa)

O Inajá (Maximiliana maripa (Aublet) Drude), pertencente a família Arecaceae (Palmae), é uma palmeira, nativa do Brasil, pode ser encontrado da Amazônia ao Centro-Oeste brasileiro e em regiões adjacentes na Bolívia, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela, tendo sua maior incidência no Estado do Pará e mais precisamente no estuário amazônico, onde parece ter a sua origem, chegando até o Maranhão.



Ela ocorre em áreas de florestas primárias e secundárias, campos naturais e cerrados, e, principalmente, em áreas alteradas pelo homem, especialmente as áreas de pastagens. Embora tolere áreas alagadiças, ela é mais adaptada aos lugares com solos bem drenados (FAO, 1983).

É tolerante a queimadas, pois, as plantas jovens, ao serem queimadas para o cultivo de pastagens, rebrotam com vigor e as sementes, que estavam em processo de dormência, germinam rapidamente.

No Acre, ela ocorre com mais freqüência na vale do rio Acre, especialmente nos Municípios de Rio Branco, Senador Guiomard, Plácido de Castro e Acrelândia (Ferreira, 2005).

Nomes Populares: Anaiá, Anajá, Aritá, Coqueiro-Anaiá, Inajá, Inajazeiro, Maripá e Najá.

Botânica/Descrição/Variedades

A Planta:

O inajá é uma palmeira de porte mediano, estipe solitário anelado, medindo de 3 a 20 metros de altura, com tronco de 15 a 25cm de diâmetro.

Ela ocorre em áreas de florestas primárias e secundárias, campos naturais e cerrados, principalmente, nas alteradas pelo homem, em especial as de pastagens, e que passaram por um processo de queimada.

As Folhas:

Suas folhas são rígidas, eretas e arranjadas em espiral no ápice do estipe em número de 11 a 25 contemporâneas, de 5 a 8 m de comprimento, dispostas em cinco direções.

As bainhas foliares possuem fibras densamente arranjadas, formando uma espécie de “pano”.

O pecíolo das folhas é bastante alongado e possui as margens afiadas e cortantes. As folhas ao caírem deixam fixas ao tronco, por um longo tempo, as bases parte dos seus pecíolos.

Bainha e pecíolo juntos podem medir entre 1,5 e 2,3 m de comprimento.

As pinas das folhas são arranjadas em várias direções, dando às mesmas um aspecto desarranjado.

Os Frutos:

Os frutos possuem casca fina e polpa suculenta e comestível, amarelada, pastosa e muito oleosa. Eles são relativamente pequenos e geralmente cobertos no seu terço inicial pelo perianto. Seu formato lembra um pouco os frutos da palmeira jaci (Attalea butyraceae) em menor escala (Ferreira, 2005). Cada fruto pode apresentar entre 2 e 3 sementes (Lorenzi et al., 2004). A dispersão das sementes é realizada por mamíferos (Zona & Henderson, 1989). Período de frutificação: de janeiro a julho (Lorenzi, 2000)

A Floração:

A floração da ocorre entre agosto-dezembro (Lorenzi, 2000), com suas inflorescências sendo interfoliares (Lorenzi, 2000).

A polinização é feita por abelhas nativas - Melipona spp. (Absy et al., 1980).

Necessidades do Inajazeiro

  1. Solos: O inajá é tolerante a inundações e a condições de baixa fertilidade do solo. Embora tolere áreas alagadiças, ela é mais adaptada aos lugares com solos bem drenados (FAO, 1983).
  2. Clima: Tropical
Usos do Inajazeiro

Os principais usos da espécie são:

  1. Frutos: Tem grande potencial para a produção de óleo. Cada um de seus cachos pode pesar mais de 50 kg e apresentar mais de 2.000 frutos. Além disso, o teor de óleo dos frutos é de aproximadamente 23% de óleo (Blaak, 1993) e a viabilidade para a extração em escala do seu óleo já foram realizados na Colômbia (FAO/CATIE, 1983).

    A polpa dos frutos é usada pelas comunidades indígenas no preparo de alimentos e seu endocarpo é queimado para extração de sal vegetal e produção de fumaça para a defumação de borracha (Moses, 1962; Braun, 1968);

  2. Amêndoa: Extrai-se um óleo amarelo, também comestível;

  3. Folhas: junto com as suas estipes, as folhas usado na construção de paredes e coberturas das malocas e nashabitações rurais. As suas fibras são aproveitadas na confecção de artesanato. Já o pecíolo, que é a base da estrutura de sustentação das folhas, é usado como ponta de flechas;

  4. Cacho: Bráctea peduncular é usada como brinquedo pelas crianças e utensílio para cozinha e, espata - base de sustentação dos cachos, é utilizada para a fabricação de assentos, utensílios usados para transportar água e como cesto; e,

  5. Palmito: de boa qualidade, é comestível.

Formação de Mudas

  • Extração, Tratamento e Viabilidade das Sementes: colher os frutos diretamente da árvore quando iniciarem a queda espontânea, ou recolhê-los do chão após a queda, os frutos assim obtidos podem usar diretamente para a semeadura, não havendo necessidade de despolpá-los.

  • Condições de Cultivo: colocar os frutos para germinar logo que colhidos em canteiros ou recipientes individuais.

  • Substrato: argiloso rico em matéria orgânica.

  • Desenvolvimento: Moderado.
Referência: Lorenzi, H. 2000. Árvores Brasileiras – Manual de Identificação e Cultivo de Plantas Arbóreas Nativas do Brasil. V.1. 3ªed. Editora Plantarum. Nova Odessa – SP. 368 p

Potencial Econômico

O inajá é rico em fósforo, magnésio e ácidos graxos, podendo ser usado como ração para aves, suínos e peixes, além de fornecer o palmito, farinha e óleo na alimentação humana; e garantir matéria-prima à indústria de cosméticos e de produtos farmacêuticos.

Outro aspecto que torna esta palmeira interessante é a possibilidade de manejar suas populações naturais em áreas de pastagens visando o seu adensamento, o que pode ser feito sem a necessidade de grandes investimentos financeiros. Em alguns lugares da Amazônia, como Rondônia e Pará, esta espécie forma grandes populações em áreas de pastagens, lembrando muito as extensas áreas dominadas por babaçu no estado do Maranhão.

Doenças e Pragas do Inajazeiro

Anel vermelho: enfermidade produzida pelo nematoide Bursaphelenchus cocophilus (Cobb) Baujard = Rhadinaphelenchus cocophilus Cobb (Nemata, Aphelenchida: Aphelenchoides)

Sintomatologia: Os sintomas variam dependendo das condições ambientais, idade e variedade do hospedeiro. Os sintomas externos são caracterizados pelo amarelecimento das folhas basais, começando pela seca da ponta para a base. As folhas tornam-se necrosadas e quebram na base da ráquis. Com o progresso da doença, as folhas inferiores apresentam-se penduradas, presas ao estipe. Num estádio mais avançado, ocorre o apodrecimento do meristema apical, causado por microorganismos saprófitas, e morte da planta. Plantas mortas apresentam o topo desnudo.

O sintoma interno é observado através de um corte transversal no estipe, apresentando-se sob a forma de um anel, de coloração marrom ou vermelha, medindo cerca de 4 a 6cm e distante da periferia cerca de 2 a 3cm.

Plantas afetadas devem ser destruídas.

Controle deve ser aplicado ao Bicudo ou Broca-do-olho-do-coqueiro (principal vetor de transmissão do nematoide).

Medidas de controle:
  • Erradicação de plantas mortas, com sintomas da doença ou não.

  • Desinfecção das ferramentas utilizadas no corte das plantas doentes.

  • Uso de armadilhas atrativas modelo Pet ou Balde contendo cana mais o feromônio de agregação Rincoforol (rhynchophorol) para captura do inseto vetor e monitorar a população da praga.

  • Uso de iscas vegetais impregnadas com inseticidas elimina a mão-de-obra exigida para a destruição manual dos insetos capturados.

  • Controle biológico: o uso de iscas vegetais contaminadas com esporos do fungo Beauveria bassiana é uma alternativa de controle que permite aumentar a infecção do agente microbiano. Após imersão na suspensão de esporos do fungo, as iscas são acondicionadas em armadilhas de auto-contaminação, que consiste em baldes plásticos contendo o feromônio da praga e com orifícios laterais que permitem a entrada e a saída dos nematoídes. Estes recipientes são distribuídos em pontos estratégicos fora da plantação e de preferência sob arbustos. Com a distribuição quinzenal de seis armadilhas de auto-contaminação em uma área de 10 ha obteve-se uma redução de 72% e 73% na população da praga no 1º e 2º ano de liberação do fungo.
Doenças Associadas ao Inajá

Doença de chagas: as bases dos pecíolos que persistem no caule após a queda das folhas velhas, formam refúgios onde roedores e marsupiais como Didelphis marsupialis Linnaeus, 1758 e outros hospedeiros de T. cruzi constroem seus ninhos, contribuindo dessa forma para manutenção de ciclos enzoóticos de transmissão de T. cruzi e T. rangeli (Naiff et al. 1998).

Classificação Taxonômica

Sinônimo(s):

Attalea macropetala (Burret) Wessels Boer
Attalea maripa (J.F. Correa da Serra) Martius
Attalea regia (Martius) Wessels Boer
Englerophoenix caribaea (A.H.R. Grisebach) O. Kuntze
Englerophoenix longirostrata (Barbosa Rodrigues) Barbosa Rodrigues
Englerophoenix maripa (J.F. Correa da Serra) O. Kuntze
Englerophoenix regia (Martius) O. Kuntze
Maximiliana caribaea A.H.R. Grisebach
Maximiliana elegans H. Karsten
Maximiliana longirostrata Barbosa Rodrigues
Maximiliana macrogyne Burret
Maximiliana macropetala Burret
Maximiliana martiana H. Karsten
Maximiliana regia Martius
Maximiliana stenocarpa Burret
Palma maripa J.F. Correa da Serra

Bibliografia Consultada

Palma/Dendê (Elaeis guineensis, Jacq.)

Aspectos Gerais

O dendezeiro é uma palmeira originária da Costa Ocidental da África (Golfo da Guiné) sendo encontrada em povoamentos sub expontâneos desde o Senegal até Angola; foi trazido, no século XVII, pelos escravos ao Brasil e adaptou-se bem ao clima tropical úmido do litoral baiano.

O principal produto do dendezeiro é o óleo extraído industrialmente da polpa do fruto - óleo de palma internacionalmente conhecido como palm oil - cuja demanda vem crescendo de forma acelerada e consistente há quase dez anos. As características especiais desse produto conferem-lhe grande versatilidade o que possibilita sua aceitação por industrias mundiais diversas. A cultura do dendezeiro é, provavelmente, a de maior potencial de crescimento no mundo dentre as culturas de significado econômico. Sua rentabilidade tem sido boa (apesar do investimento alto para a implantação) e os preços tem-se mantido estáveis em torno de USS 450 / tonelada de óleo de palma devido ao aumento de produção que tem acompanhado o crescimento do consumo.

Balanço mundial do óleo de palma (1997/98)
(em mil toneladas métricas)

  • Produção: Malásia (8.600), Indonésia (5.750) e Nigéria (590) destacando-se como maiores produtores.

  • Consumo: Indonésia (3.170), China (1.500) e Malásia (1.345) foram os maiores consumidores.

  • Importação: China (1.500), Índia (1.200) e Paquistão (1.050) mostraram-se os maiores importadores.

  • Exportação: Malásia (7.350), Indonésia (2.650) e Singapura (829) destacaram nas exportações.
OBS.: Na produção e no consumo o Brasil citou-se no 11º e no 13º lugares, respectivamente.

No Brasil a área colhida (1995) de dendê foi de 68 mil hectares e a produção do óleo de palma/ano está em torno de 80 mil toneladas: o país consome 280 mil toneladas de óleo de dendê e derivados e importa em torno de 180 mil toneladas mas tem mercado interno potencial de 400 mil toneladas/ano de óleo de dendê e derivados.

O Pará (70% da produção), Bahia e Amapá são as unidades maiores produtoras de óleo do Brasil.
O estado da Bahia possui uma diversidade excepcional de solos e clima para a cultura do dendezeiro; a área apta disponível é de 750 mil hectares de terras situadas em regiões litorâneas que se estendem desde o Recôncavo até os Tabuleiros do Sul da Bahia. A maior parte da produção (10 mil toneladas) de óleo de dendê é proveniente de dendezeiros subespontâneos de baixa produtividade e que somam cerca de 19.650 hectares; a área de dendezeiros cultivadas é de 11.500 hectares (indústrias de extração e produtores independentes) o que corresponde a 1,53% da área disponível total. Esses dendezeiros também apresentam baixa produtividade notadamente por terem ultrapassado o período econômico de produção (25 anos) bem como por apresentarem estado sanitário precário.

Usos do Dendezeiro

Do dendezeiro utiliza-se o fruto, cachos vazios dos frutos, cascas da amêndoa (caroço) e tronco.

Fruto: principal produto do dendezeiro; da sua polpa (mesocarpo) extrai-se o óleo de palma (óleo de dendê) e de sua amêndoa consegue-se o óleo de palmiste. Cada fruto produz nove partes de óleo de dendê para 1 parte de óleo de palmiste.

Óleo de palma (palm oil)

O óleo de palma tem uso alimentício, medicinal, oleoquímico e industrial.

  • Uso alimentício: direta/indiretamente o óleo faz parte de margarinas, de gorduras (para pães, biscoitos, massas, tortas) pó para sorvete, manteiga vegetal, óleo de cozinha, óleo de salada, azeite de dendê, vanaspati, entre outros; ainda é substituto para a manteiga de cacau e fornece vitamina E e beta-caroteno (pro-vitamina A).

  • Uso medicinal: algumas substâncias componentes do óleo tem propriedades anti-oxidantes, podendo representar papel protetor para células humanas, prevenir doenças cardíacas e câncer. Ademais dietas com óleo de dendê promovem a elevação do índice de colesterol benéfico no sangue em detrimento do colesterol maléfico (LDL).

  • Uso oleoquímico: o óleo de palma entra na composição de sabões, sabão em pó, sabonete, condicionador para cabelos, shampoos, velas tintas, detergentes, laminação de aço (siderurgia), emulsificantes, entre outros.

  • Uso industrial: é matéria prima para obtenção da estearina, oleína, glicerina, acido láurico, acido oleíco, ácidos graxos, esteres, entre outros.
Óleo de palmiste (palm kernel oil): De importância comercial é disputado por industrias alimentícias, de sabão e oleoquímicas; também pode ser substituto da manteiga do cacau e utilizado, também, na industria de cosméticos.

Perda zero (zero waste): Os cachos (de frutos) vazios, os resíduos do processo de extração do óleo - fibras e casca das amêndoas (endocarpo) podem atuar como combustíveis nas caldeiras (produzindo vapor para o processo de extração de óleos) bem como serem usados para geração de energia elétrica, cujo excedente pode ser direcionado para agrovilas, rede pública, outros.

Outros usos: Fibras das folhas e cacho de frutos vazios podem ser processados para confecção de materiais de média densidade para tampos de lareiras.

Os troncos derrubados, resultantes de replantios, podem ser transformados em móveis.

Da extração do óleo de palmiste resulta a torta de palmiste que contém 18% de proteína que pode ser usada na alimentação de animais ou ser usada como adubo orgânico para plantas.

Botânica/Descrição/Variedades

A Planta

O dendezeiro é conhecido cientificamente por Elaeis guineensis, Jacq., Monocotiledonae, Palmae. A planta também é conhecida como palmeira-de-óleo-africana, aavora, palma-de-guiné, palma, dendém (em Angola), palmeira-dendém, coqueiro-de-dendê. O fruto é conhecido como dendê.

O dendezeiro é uma palmeira com até 15m. de altura, com raízes fasciculadas, estipe (tronco) ereto, escuro, sem ramificações, anelado (devido a cicatrizes deixadas por folhas antigas). As folhas que podem alcançar até 1m. de comprimento, tem bases recobertas com espinhos. As flores são creme-amareladas e estão aglomeradas em cachos.

Os Frutos

Os frutos, nozes pequenas e duras, possuem polpa (mesocarpo) fibroso que envolve o endocarpo pétreo, nascem negros e quando estão maduros alcançam cor que varia do amarelo forte ao vermelho rosado passando por matrizes de cor alaranjada e ferrugem. Ovóides (angulosos e alongados) nascem em cachos onde, por abundância, acabam se comprimindo e se deformando. A polpa produz o óleo de dendê (óleo de palma, palm oil ou Palmenol), de cor amarela ou avermelhada (por presença de carotenóides), de sabor adocicado e cheiro sui-generis.

A Elaeis guineensis, segundo a espessura do endocarpo do fruto, é classificado em:
  • Macrocaria: possui frutos com endocarpo com espessura acima de 6mm; sem importância econômica.

  • Dura: fruto com endocarpo de espessura entre 2 a 6mm, com fibras dispersas na polpa. Usado como planta feminina na produção de híbridos comerciais.

  • Psífera: frutos sem endocarpo separando polpa da amêndoa. Usada como fornecedora de pólen na produção de híbridos comerciais.

  • Tenera: híbrido do cruzamento Psifera x Dura; tem endocarpo com espessura entre 0,5mm. e 2,5mm. e com anel de fibras ao redor do endocarpo. Suas sementes são recomendadas para plantios comerciais. Tem vida econômica entre 20-30 anos, produz 10-12 cachos anualmente, que pesam entre 20 a 30 kg (cada), portando 1.000 a 3.000 frutos (cada cacho). É boa produtora de inflorescencias femininas.

A semente ocupa totalmente a cavidade do fruto e contém o óleo de palmiste (palm kernel oil) que é esbranquiçado e quase sem cheiro e sabor.

No gênero Elaeis existem duas espécies de interesse comercial:

Elaeis melanococca Gaertn: nativa da América Latina também é encontrada no Brasil e conhecida como caiaué. Tem sido procurada para obtenção de híbridos com a Elaeis guineensis.

Elaeis guineensis: Macrocaria, Dura, Psífera e Tenera

Necessidades do Dendezeiro

Clima:

A planta requer temperatura média entre 25 e 27ºC (limites 24 e 32ºC) sem ocorrência de temperaturas mínimas abaixo de 19ºC por períodos prolongados; as chuvas devem proporcionar precipitações mensais mínimas acima de 100mm. (150mm. ideais) e total anual em 2.000mm. ou mais. A luminosidade deve ser, pelo menos, 1.800 horas/luz/ano com mínimo de 5 horas/luz solar/dia. A umidade relativa do ar em torno de 80% é ideal para a planta. A temperatura tem efeito sobre o número de folhas emitidas, número de cachos produzidos e teor de óleo nos frutos; a disponibilidade constante de água no solo (segundo quantidade e distribuição das chuvas) determina produções elevadas de cachos de dendê. Plantios em regiões com déficit hídrico prolongado devem ter suprimento com irrigação artificial.

Solos:

Devem ser profundos (profundidade efetiva acima de 90cm.), não compactados permeáveis (boa aeração e boa circulação de água), bem drenados com boa retenção de água, areno-argilosos a argilo-arenosos (25 a 30% de partículas finas) e não devem ser pedregosos. Ainda os solos devem apresentar bom teor de matéria orgânica e bom equilíbrio de elementos minerais.

O dendezeiro adapta-se bem a solos ácidos e desenvolve-se, normalmente, numa faixa de pH entre 4 e 6. Os terrenos para plantio devem ser planos a ondulados (declividade máxima em 5%) e altitude até 600m.

Formação de Mudas

A origem da planta e o processo de formação das mudas determinam o êxito da plantação comercial do dendezeiro. Na Bahia indica-se o uso de material reprodutivo da variedade Tenera para formação de mudas comerciais. A CEPLAC produz sementes pré - germinadas de Tenera. A formação de mudas passa pelas etapas de pré - viveiro e viveiro.

Pré - viveiro: ao receber as sementes pré - germinadas o produtor ou viveirista faz uma escolha separando aquelas que possuam caulículo e radícula com tamanho entre 10 e 15 milímetro para semeio imediato; as sementes restantes ficam por mais 4 a 8 dias na caixa de isopor que as trouxe para alcançarem tamanho de utilização. Em sacos de polietileno escuro de 10cm x 20cm x 5mm. (espessura), cheios com terriço de mata onde a semente pré - germinada é plantada; os sacos podem ser dispostos em canteiros com largura máxima de 1,2m. e com sombra inicial de 50% que vai sendo retirada à medida que a plantinha se desenvolve. Após 4 meses a muda deve apresentar 4 folhas lanceoladas estando apta para o viveiro.

Viveiro: é feito a céu aberto, localizado perto de fonte de água abundante, em terreno plano com ligeira inclinação (p/drenagem). Os sacos de polietileno devem ter dimensões 40cm x 40cm x 20mm, de espessura contendo 28 furos no terço inferior e com capacidade para receber 20-25 Kg de terriço; este deve ser retirado dos primeiros 10cm. de altura no solo, ser argilo-arenoso, rico em matéria orgânica, Passar o terriço através peneira (malha 2cm.) para eliminar torrões, madeira, pedra, outros; os sacos são enchidos - a terra comprimida por 3 ou 4 vezes no enchimento - e as mudas transplantadas com terriço. Os sacos são dispostos no viveiro em forma de triângulo equilátero com pistas de acesso de 5m. de largura. Se o tempo de viveiro for de 7-8 meses o espaçamento de viveiro deve ser 60cm. (entrelinhas) x 70cm. (entresacos) com população de 19 mil mudas/hectare; se o tempo for de 8 a 10 meses o espaçamento será de 50cm. com população de 14 mil mudas/ha e a duração for de 10 a 12 meses o espaçamento deverá ser de 85cm. x 100cm. com população de 10 mil mudas/ha. Após colocação do saco em posição definitiva e antes da repicagem verificar se a superfície do terriço está 2-3cm. abaixo da borda do saco.

Os tratos indispensáveis ao viveiro são irrigação, monda, adubação e controle de pragas.

Irrigação: o fornecimento de água deve ser elevado à medida que a muda cresce; para irrigação por aspersão da planta de até 2 meses de viveiro necessita de 250 ml./saco/dia (5mm.); entre 2 e 4 meses 300 ml./saco/dia; e de 4 a 6 meses 350 ml./saco/dia. A partir de 7 meses o viveiro exige mínimo de 8 mm/dia (80m3/ha/dia).

Monda: deve-se efetuar a eliminação de ervas daninhas (2 a 3 vezes/mês).

Adubação: deve-se preparar mistura contendo 3Kg de uréia, 4Kg de superfosfato triplo, 1 Kg de cloreto de potássio e 2 Kg de sulfato de magnésio e aplicar no saco segundo tabela 1, abaixo:


Tabela 1 - Quantidade de mistura / muda

A muda estará apta para o plantio definitivo com cerca de 60cm. de altura e 10 a 12 folhas definitivas. Necessita-se de 234 sementes pré-germinadas para formação de 143 mudas para plantio e mais 8-10 mudas para replantio.

Plantio

Escolha da área: deve ser plana preferencialmente, a ondulada (máximo 5% e aceitável até 8%) para facilitar as operações (preparo de área, tratos, colheita, transporte), Essa área deverá estar próxima à usina de beneficiamento.

Preparo da área: pode ser manual (broca, derruba, abertura de linhas e pontos de plantio); mecanizada (derruba, queima, enleiramento) ou mista (manual + mecanicanizado). Cada bloco ou talhão deve ficar separado do adjacente por uma faixa de 13,5m. de largura (para estradas para tratos culturais e transporte).

Cobertura vegetal: após o preparo da área recomenda-se o plantio de uma cobertura verde que se estabeleça rapidamente; indica-se o uso da leguminosa Pueraria phaseoloides (protege o solo, controla ervas daninhas e fixa ao solo nitrogênio atmosférico ). A semeadura é feita em toda a área utilizando-se 1 a 2 Kg de sementes por hectare, que tiverem a dormência quebrada por imersão em água quente (75ºC) de um dia para outro. Deve-se manter a leguminosa longe do dendezeiro fazendo-se 9 coroamentos da planta por ano.

Coveamento / espaçamento: piquetea-se a área adotando-se o espaçamento de 9m. x 9m., na forma de triângulo equilátero, que determina espaçamento de 7,8m. entre as linhas de plantio e população de 143 dendezeiros por hectare.

A cova, com dimensões de 40cm. x 40cm. pode ser feita manual ou mecanizada. Na abertura da cova separa-se a terra dos primeiros 15cm., que vai ser misturada a adubos e colocada no fundo da cova.

Plantio das mudas / consorciação: planta-se no início do período chuvoso; retira-se o saco plástico sem desmanchar o torrão e coloca-se a muda na cova com o coleto ao nível da superfície do solo. É necessário comprimir a terra em volta da muda e nivelar a área num raio de 1,5m. do pé do dendezeiro. O plantio do dendezeiro é feito em blocos ou talhões de 250 a 300m. de largura (28 a 33 plantas/linha) por 500 a 1.000m. de comprimento (63 a 127 plantas/linha de plantio).

A planta admite consorciação desde início do desenvolvimento até o início de produção - com culturas anuais e hortaliças (milho, feijão, macaçar, outras), desde que as linhas de cultura guardem distância da linha de plantio do dendezeiro sem estabelecer concorrência.

Tratos Culturais

Coroamento: Para evitar concorrência de ervas, afastar roedores e facilitar a colheita, capina-se em torno do dendezeiro ou pratica-se o "coroamento". Nos primeiros anos o raio do coroamento deve ser de 1,5m. em torno do dendezeiro o que pode ser aumentado para a colheita. Cinco coroamentos na época chuvosa e três no período menos chuvoso podem ser suficientes para proteger o dendezeiro.

Roçagem: A eliminação periódica da vegetação existente nas entrelinhas torna-se necessária nos primeiros anos pós plantio; isto facilita o estabelecimento, desenvolvimento da leguminosa e favorece as operações de manutenção do dendezal.

Adubação: Nos quatro primeiros anos pós plantio a adubação do dendezal é feita em função da fertilidade natural do solo e de experiências com plantios na região. Para desenvolvimento e produção do dendezeiro e segundo resultados da análise de solo pode-se recomendar os seguintes níveis de elementos para o dendezeiro, à saber:


Tabela 2 - Adubação do dendezeiro

(desenvolvimento e produção)


(1) - Repetir essas doses a partir do 3º ano

OBS.:
Fonte: Manual de Adubação e Calagem para o Estado da Bahia - 1989 CEPLAC / Embrapa / Nitrofertil / Epaba / Ematerba.
Doenças e Pragas do Dendezeiro


Roedores: mamíferos que danificam o pecíolo das folhas podendo atingir o meristema central causando morte da planta.

Bicudo ou Broca-do-olho-do-coqueiro: Rhyncophorus palmarum, Coleoptera - O adulto é besouro negro, com 46-50mm. de comprimento; a fêmea deposita seus ovos nos cortes das folhas e cachos. Esses ovos liberam lagartas esbranquiçadas sem patas, recurvadas que se alimentam do caule da planta abrindo galerias o que provoca secamento progressivo do dendezeiro. O bicudo é o principal transmissor do nematoide causador da doença anel vermelho.

O inseto é controlado com o auxilio de armadilhas feitas com pedaços de cana ou de tronco de palmeiras nativas (Bacaba (Oenocarpus bacaba)). Os pedaços são pulverizados com calda de Furadan 350 SL (120ml. para 20l. de água). As armadilhas devem ser renovadas semanalmente e queimadas após uso.

Broca-das-raízes: Sagalassa valida Walker 1856, Lepidoptera - Adulto é borboleta pequena, antenas cor escura; forma jovem é lagarta branco-creme que ataca o sistema radicular do dendezeiro destruindo-o totalmente.

O inseto é controlado através pulverizações no solo, num raio de 50cm. ao redor do tronco, com calda de Endosulfan (4g. do principio ativo por planta em 1 litro de água). Após 3 pulverizações anuais efetiva-se o controle.

Lagartas desfolhadoras:
  • Sibine fusca Stoll 1781: lagarta urticante, cor verde pálida a azul-clara, que vive em colônias de 10-60 indivíduos. Ataca, inicialmente, a parte inferior do folíolo e depois todo ele sobrando apenas a nervura central.
    O controle, com pulverizações com Carbaryl 85 M (Carvin, Sevin) com dose de 200g. do produto/100l. de água.
  • Brassolis sophorae Linnaeus 1758: lagarta com cor marrom-avermelhada e estrias longitudinais marrom-claras. Vivem em grupos, escondem-se durante o dia em ninhos formados por folíolos e teias.
    O controle é feito pela destruição dos ninhos e pulverização com Dipel ou similar com calda de 300g./litros de água.

estnia: Castnia daedalus, Lepidoptera - O adulto deposita ovos nas axilas da folhas; deles saem lagartas branco-creme que abrem galerias no pedúnculo do cacho (cabo), passam de cacho a cacho e vão ao tronco.

Pulveriza-se o pedúnculo dos cachos com agroquímicos à base de triclorfom 50 (200-240g. do produto comercial em 100l. água).

Anel vermelho: enfermidade produzida pelo nematoide Bursaphelenchus cocophilus (Nemata, Aphelenchida:. Aphelenchoides) - atacada a planta reduz o crescimento das folhas centrais que permanecem juntas formando coluna compacta e ereta; os folíolos podem mostrar-se enrugados, por vezes. As folhas em colunas começam a amarelecer e podem secar e apodrecer, as folhas intermediarias e baixas tornam-se amarelo-bronzeadas, há secamento foliar e morte da planta.

Plantas afetadas devem ser destruídas.

Controle deve ser aplicado ao Bicudo ou Broca-do-olho-do-coqueiro (principal vetor de transmissão do nematoide).

Fusariose: O agente causal é o fungo Fusaruim oxyspoorum f. sp elaedis; amarelecimento pálido (verde-limão) que progride das folhas mais velhas para as medianas como sintoma inicial. Com a evolução do amarelecimento provoca secamento rápido das folhas mais velhas que se quebram, folhas novas são atacadas e há a morte da planta. Não há tratamento curativo. Indica-se uso de variedades resistentes ou tolerantes.

Amarelecimento fatal: moléstia causa amarelecimento dos folíolos basais das folhas centrais (entre quarta e décima folha). Não há medidas de controle.

Machitez: doença causada pelo protozoário Phytomonas sp.; há coloração amarronzada nas extremidades do pecíolo das folhas mais velhas que progridem e causam secamento da folha.

Deve-se eliminar plantas doentes e queimá-las.

Colheita/Produção


A colheita é praticada ao longo do ano utilizando-se instrumentos variados (ferro de cova, foice) para coleta dos cachos (segundo idade e altura das plantas).

Quando frutos (não mais que dez) são encontrados soltos caídos ao pé da planta identifica-se o estágio ideal de maturação para fins de colheita. A maturação dos cachos ocorre ao longo de todo o ano o que exige que os intervalos de colheita sejam de 10 a 15 dias. O transporte dos cachos para o beneficiamento deve ser o mais rápido possível; das parcelas de plantio aos pontos à beira das estradas o transporte é feito por bois, burros, microtratores; da estrada para as usinas o transporte é feito em caminhões ou carretas basculantes.

Um plantio bem conduzido inicia produção comercial ao final do terceiro ano pós plantio com produção de 6 a 8 toneladas de cachos/hectare. No oitavo ano a produção alcança de 20 a 30 toneladas de cachos e até 35t./cachos/hectare. Até o décimo sexto ano esse nível de produção se mantém declinando, ligeiramente, até fim da vida útil produtiva do dendezeiro aos 25 anos. O rendimento do óleo de dendê é de 22% do peso dos cachos e rendimento do óleo de palmiste é de 3% do peso dos cachos.

Beneficiamento da Produção

Deve-se ser iniciado logo após a colheita. Consta das seguintes fases:

Esterilização/debulha do cacho: cacho é submetido ao vapor a água a 130ºC e 2kg./cm2 de pressão, por 60 minutos; isto evita desenvolvimento da acidez e facilita desprendimento do fruto; em seguida o cacho é levado ao debulhador para separar os frutos.

Digestão da polpa/prensagem: frutos vão ao digestor para liberar o óleo das células oleíferas e a massa que sai do digestor é prensada e o óleo de dendê é extraído. O que resta, sementes + fibras (torta) passa pelo pelo desfibrador para liberar a semente.

Descascação da semente / prensagem: Sementes são levadas ao polidor que retira restos de fibra, depois ao secador, por fim a descascadora centrífuga onde são quebradas. Separadas das cascas as amêndoas são trituradas e prensadas para liberar o óleo de palmiste e torta de palmiste. O óleo é então depurado e armazenado em tanques apropriados.

O óleo de dendê proveniente da prensagem - óleo bruto-passa por um clarificador (que elimina mucilagens e impurezas) e pelo depurador (que elimina grande parte da umidade). Ainda após passar por um secador é armazenado em tanques providos de aquecimento constante.

BIBLIOGRAFIA
Revista Globo Rural nº 153 (jul/98) e nº 143 (set/97) São Paulo/SP
SEAGRI / AIBA / BANCO NORDESTE/CREDICOOGRAP/IMIC - Revista Negócios Agrícolas, Ano II, nº IX, jan/99, Ano I nº I Dez/97. Salvador/BA
Guia Rural Plantar 1992 pg 100. São Paulo/ SP
EMBRAPA/SPI - Sain Parque Rural Série Vermelha Fruteiras - Dendê - 1995 Brasil - DF
MALAYSIAN PALM OIL PROMOTION COUNCH - Malaysian Palm Oil. São Paulo/SP
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA - CEPLAC - Folder " Alternativas para Diversificação Agronômica Região Sudeste Bahia". Bahia
FNP CONSULTORIA & COMÉRCIO - Revista Agrianual 99 pg 314 - Dendê. São Paulo /SP

Tucumã (Astrocaryum aculeatum)

Tucumã (Astrocaryum aculeatum G.F.W. Mayer) (Arecácea, palmeira) é uma palmeira que chega a medir até 20 m, geralmente solitária, de estipe com faixas de espinhos negros, folhas ascendentes, inflorescência ereta e frutos amarelos com tons avermelhados.

É nativa da Colômbia e de Trinidad ao Brasil, especialmente dos estados do Acre, Amazonas,Pará e Rondônia, sendo explorada ou cultivada por seu palmito e frutos comestíveis, pela sua madeira, usada para fazer brincos, pelo óleo das sementes, utilizada em cozinha, e também pelas folhas, das quais se extrai fibra de tucum, usualmente em redes e cordas que resistem à água salgada.

Outros nomes: acaiúra, acuiuru, coqueiro-tucumã, tucum, tucumã-açu, tucumã-arara, tucum-açu, tucumaí-da-terra-firme, tucumãí-uaçu, tucumã-piririca, tucumã-purupuru e tucum-do-mato.



Fonte:

Ver também:

A Produção de Biodiesel na Cadeia Produtiva e Sustentável do Tucumã do Amazonas(Astrocaryum aculeatum G.F.W. Mayer) (Arecácea, palmeira).

Fibra de tucumã-i como matéria-prima para o design têxtil: um estudo da viabilidade técnica