domingo, 3 de agosto de 2008

Polinização aumenta produtividade e favorece biodiesel

A apicultura pode ser uma aliada na polinização das culturas para produção do biodiesel. O combustível renovável ainda enfrenta limitações, principalmente o alto custo ligado à disponibilidade de matéria-prima. Por isso, a necessidade de aumentar a produção de oleaginosas por meio do melhoramento genético das plantas e a introdução de polinização com a ajuda de insetos.

Este tema também foi discutido nesta sexta-feira (30), em Cuiabá (MT), pelo professor aposentado da Universidade Federal de Santa Maria (RS), Sílvio Lengler, que também preside a Associação de Apicultores de Santa Maria. Ele ministrou a palestra “A apicultura e sua importância na polinização das culturas para produção de biodiesel”. O professor mostrou que pesquisas em cultivares de soja já comprovaram aumentos entre 8% e 16% na produtividade devido à polinização cruzada. As abelhas procuram as flores de soja em busca de pólen e néctar, cuja concentração de açúcares varia de 31% a 38%.

Lengler citou ainda uma pesquisa com a variedade Santa Rosa, da década de 70, no Rio Grande do Sul, cujo objetivo era verificar se as plantas se beneficiavam da presença de abelhas. Constatou-se que o grupo de plantas com abelhas teve resultado superior ao que não tinha os insetos. O número médio de vagens subiu de 91,68 para 147,49 por pé. O peso médio de vagens saltou de 36,54 gramas para 61,03 gramas e o peso médio de grãos por planta aumentou de 23,85 gramas para 39,65 gramas.

Distribuição - “Para efeitos de programas de polinização recomenda-se que as colméias devam possuir oito quadros cobertos com abelhas, quatro a seis quadros de cria e rainha nova”, sugeriu o pesquisador. Para ter sucesso, o produtor deve trabalhar com população equilibrada das colméias, ambiente com reserva de néctar e pólen, diferenças raciais, linhagens especializadas e ter preferência por diferentes espécies botânicas.

Esses são os fatores internos, mas ainda é necessário observar os externos, como condições climáticas, saturação de floradas, concorrência de espécies botânicas, distribuição das colméias, uso de atrativos e manejo fitossanitário.

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