quinta-feira, 26 de março de 2009

Pesquisadores da Embrapa discutem avanços da pesquisa em agroenergia

A equipe do projeto de pesquisa "Fontes alternativas potenciais de matérias-primas para produção de agroenergia", estudo conduzido por vinte e uma Unidades da Empresa Brasileira de Agropecuária - Embrapa e parceiros, está reunida nesta semana, na Embrapa Cerrados (Planaltina - DF), para avaliar as pesquisas conduzidas com pequi, macaúba, tucumã, entre outras espécies, e definir ações a serem executadas ao longo do ano.

A pesquisa está avaliando, entre outros aspectos, o teor e qualidade do óleo, viabilidade para produção de biodiesel e resistência a pragas e doenças das espécies. "A pesquisa começou como uma corrida. Largaram várias plantas, hoje algumas lideram", diz o pesquisador Nilton Vilela Junqueira, da Embrapa Cerrados, líder do projeto.

Junqueira comenta que as pesquisas visam domesticar espécies silvestres de plantas nativas do Brasil para produção de óleo. Para o pesquisador, o estudo, que prossegue até 2011, já evolui e a equipe irá selecionar duas ou três espécies para aprimorar as pesquisas. Ao longo da semana, os pesquisadores farão o relato das atividades desenvolvidas nos planos de ação de pesquisa em pequi, macaúba, tucumã e pinhão-manso.

Outros assuntos abordados no primeiro dia do encontro foram proteção intelectual e registro comercial de cultivares. José Robson Sereno, chefe geral da Embrapa Cerrados, e Frederico Ozanam Durães, chefe geral da Embrapa Agroenergia, destacaram na abertura do evento a importância do trabalho em parceria em torno de um tema capaz de contribuir para a diversificação da matriz energética brasileira.”O Brasil tem uma agenda pública para o negócio de agroenergia”, afirma Frederico Durães. Ele salienta que agroenergia é um negócio de alta competitividade e cooperação, com o incremento do fator inovação para fazer diferença no mercado.

Para Durães, a substituição da matriz fóssil por combustíveis renováveis é possível com competitividade, inovação e cooperação. O pesquisador defende os arranjos produtivos locais e regionais de biocombustíveis para produção e consumo no mesmo local. "É um princípio básico da energia renovável", diz.

Alexandre Strapasson, diretor do departamento de cana-de-açúcar e agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), destaca que "há grande expectativa em torno das pesquisas da Embrapa", tanto no âmbito nacional como também em outros países. “A Embrapa tem condições de atender a toda essa expectativa de desenvolvimento de tecnologia para a agroenergia, trabalhando em conjunto com o Ministério”, diz o diretor. Strapasson salienta ainda que as novas espécies para produção de biocombustível podem ser uma alternativa de renda para os produtores. "Para não derrubar floresta, é preciso convencer o produtor sobre a viabilidade econômica".

O diretor do MAPA lembra que o "cenário de muita demanda para a pesquisa e a crise mundial" é um momento propício para reflexões conjuntas sobre políticas públicas para a agroenergia. Em 2008, segundo dados do Ministério das Minas e Energia, o uso do biocombustível evitou a importação de 1,1 bilhão de litros de diesel de petróleo, o que rendeu aproximadamente US$ 976 milhões para o Brasil. O país bateu recorde na exportação de etanol com um total de 5,16 bilhões de litros vendidos no ano passado. Por: Gustavo Porpino e Daniela Garcia Collares .

. [ Chefe da Embrapa Agroenergia fala da importância da cooperação e da competitividade no negócio agroenergético].

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