sábado, 2 de agosto de 2008

Biodiesel de óleo de soja

Como diz um ilustre colega, o engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues, “as pessoas em geral não têm noção do tamanho do problema”. Vejamos alguns números da Abiove: na última safra (de fevereiro de 2007 a janeiro de 2008), o Brasil produziu mais de 55 milhões de toneladas de soja. Processou cerca de 30 milhões de toneladas e exportou, na forma de grãos, 25 milhões de toneladas de soja. Consumiu internamente cerca de 10 milhões de toneladas de farelo de soja e pouco mais de 3 milhões de toneladas de óleo de soja. Exportou mais de 12 milhões de toneladas de farelo de soja e pouco mais de 2 milhões de toneladas de óleo de soja.

O teor de óleo no grão de soja é de apenas 18%. Portanto, o principal produto da soja não é o óleo de soja, mas sim o farelo – insumo fundamental para a produção de aves, ovos e suínos, fontes de proteína de baixo custo e alto valor.

Devemos, pois, deixar de exportar matérias primas, aumentar a nossa capacidade de processamento de soja e aumentar ainda mais a nossa capacidade de produção de aves, ovos e suínos, tanto para o mercado interno quanto para a exportação, agregando valor à nossa produção e gerando emprego e renda, tanto no campo quanto na indústria.

Nesse ciclo virtuoso e em função da necessidade de uma alimentação mais saudável e balanceada, cada vez mais vai sobrar óleo: menos frituras, menos gordura vegetal hidrogenada e mais proteína! Sendo assim, creio que devemos ampliar o uso do óleo de soja na produção de biodiesel. Teríamos menos problemas de arteriosclerose e obesidade, além de um meio ambiente mais saudável.

Com as nossas 55 milhões de toneladas de soja, poderíamos produzir anualmente cerca de 10 bilhões de litros de biodiesel e atender 25% do nosso consumo atual de óleo diesel. E para os gourmets, poderíamos produzir tranquilamente óleos vegetais mais finos e mais nobres que o óleo de soja, tais como o de girassol, o de canola, o de dendê, o de algodão, o de milho, etc..

Fonte: Bloomingtrade

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